Dica para empresário é ficar atento ao caixa para não entrar no vermelho; BNDES Giro tem linha de crédito destinada às micro, pequenas e médias empresas com as melhores taxas do mercado
A falta de dinheiro em caixa para pagar compromissos do dia a dia de uma empresa -o chamado capital de giro-, como os salários dos empregados, compra de mercadorias ou para quitar impostos, é uma das principais causas de mortalidade empresarial no Brasil, segundo pesquisa feita pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A orientação dos especialistas é não descuidar das finanças e acompanhar com lupa as entradas e saídas de dinheiro. No entanto, às vezes, pode ser necessário recorrer a algum aporte externo, quando ocorre descasamento do fluxo de receitas e despesas. Sendo necessário obter linha de crédito para financiar as operações da empresa, o empresário deve optar por aquela que ofereça as melhores condições do mercado, comparando os custos dos juros e os prazos.
As condições oferecidas pelo BNDES Giro foram as mais atrativas para Newton Gotzl Fernandes Moreira, sócio da G3 Rio Aviação, que fica no Rio de Janeiro e atua na venda de pneus e peças para aviões.
"A ordem na empresa é nunca ficar no vermelho, por isso, ter capital de giro é essencial e foi no BNDES que encontrei as melhores taxas e um prazo excelente para o meu negócio", conta Moreira.
Foco nas MPMEs
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem uma linha de crédito criada para essa finalidade, o BNDES Giro. As taxas de juros são as melhores do mercado e o prazo é de até 60 meses.
Nessa modalidade de crédito, o dinheiro não precisa estar atrelado a um determinado item ou projeto e é destinado principalmente às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), com receita anual de até R$ 300 milhões.
A solicitação pode ser enviada pelo Canal do Desenvolvedor MPME, no site do BNDES. Os custos financeiros da operação, assim como as taxas de risco de crédito, variam de acordo com o faturamento da empresa.
A instituição financeira credenciada, escolhida pelo cliente, irá informar sobre a documentação necessária e analisar a possibilidade de concessão do crédito, além de negociar as garantias do contrato.
A linha conta, ainda, com possibilidade de carência, que vai de 1 a 24 meses, segundo o tipo de operação e o valor acordado.
Ter previsibilidade é fundamental
O fraco desempenho econômico do país nos últimos dois anos puxou para baixo o faturamento de muitas empresas, como da G3. "O movimento caiu devido à situação econômica muito ruim e estávamos atentos ao caixa da empresa, que vinha diminuindo mês a mês. Nos antecipamos e buscamos crédito no BNDES, o que foi fundamental ao negócio. Para uma empresa, o planejamento financeiro e a previsibilidade são fundamentais. Se eu deixo as contas chegarem ao vermelho, eu corro o risco de quebrar a empresa", afirma Moreira.
A G3 trabalha com uma lista muito grande de produtos importados e estar em dia com todos os pagamentos é fundamental ao negócio, pois a Receita Federal não permite que empresas devedoras importem produtos. "O capital de giro é um suporte muito importante ao negócio, pois eu tenho que ter dinheiro para pagar meu fornecedor em dia e preciso ter alguma reserva para suportar a inadimplência de alguns clientes. Essa reserva é muito importante, pois em uma situação de emergência, o dinheiro fica mais caro", diz Moreira.
Crédito para giro faz vendas crescerem 50%
O reforço no caixa da empresa com a liberação de recursos do BNDES Giro está ajudando Rafael Bittenbinder das Chagas a aumentar as vendas da Zebra, depósito de materiais de construção, que fica no Rio Pequeno, zona oeste de São Paulo.
"O dinheiro chegou na hora certa, pois eu não tinha capital de giro para comprar mais mercadorias. Estava vivendo uma situação complicada, pois tinha cliente, mas não tinha produtos suficientes para atender. Agora, tenho a mercadoria para atender os clientes, minhas vendas aumentaram 50% e contratei mais dois novos funcionários", conta Chagas.
Antes da chegada desse dinheiro, a Zebra Materiais para Construção chegava a ficar sem produtos básicos na loja, como massa corrida e tinta, por exemplo. "Se o cliente passa duas vezes no depósito e não encontra o produto, ele não volta mais, daí eu o perco. Preciso sempre ter o produto para atender meu cliente. Hoje tenho uma loja mais completa, com mais itens, emprego mais gente e planejo continuar crescendo", disse Chagas.