Arquitetura, arte e paisagismo se fundem em um projeto perfeito

Escultura original da artista paulistana Amalia Giacomini

Houve um tempo em que arquitetura era para edifícios, paisagismo para jardins e obras de arte para museus, como se as três vertentes artísticas fossem coisas estanques. Não mais -hoje em dia, tudo se integra em uma única e bela obra conjunta. No Brasil, o mito se desfez sobretudo pelos excepcionais projetos de duas mentes criativas que revolucionaram suas áreas de atuação.

Uma dessas figuras renomadas é Oscar Niemeyer, o arquiteto de Brasília, que revirou padrões e suavizou em curvas a concepção de tantos prédios no país e fora dele. Outra é Roberto Burle Marx, o artista de muitas funções que, como paisagista do espetacular parque Ibirapuera, entre outras obras, fez questão de fundir os jardins com o cenário, em canteiros de plantas nativas entremeados de lagos, esculturas e passarelas de desenho surpreendente.

De Niemeyer e Burle Marx até os dias de hoje, a integração entre arquitetura, paisagismo e artes plásticas que eles estabeleceram nas edificações modernas ganhou um complemento: a tecnologia. Graças aos avanços tecnológicos, projetos residenciais aliam a beleza visual aos avanços em termos de conforto, praticidade e equilíbrio no uso de recursos naturais, essencial em um mundo carente de mentalidade sustentável.

Esses conceitos são os alicerces do projeto do Curitiba 381 Ibirapuera, residencial lançado em abril, na nobre vizinhança do parque Ibirapuera. A torre única com vista para a expansão verdejante -mais um dos tantos locais onde tanto Niemeyer quanto Burle Marx eternizaram sua marca-, ganhará jardins assinados por Alex Hanazaki, um dos maiores nomes do paisagismo brasileiro atual.

Hanazaki é, acima de tudo, um artista que usa os volumes da vegetação para compor telas vivas a partir da disposição das árvores e do contorno original dos canteiros de flores e plantas.

"A principal diretriz do projeto Curitiba foi aproveitar a localização e a geografia do terreno. O prédio ficou recuado e elevado no terreno, tal como o muro da fachada na rua Curitiba. Dessa forma, a praça se 'uniu' ao jardim do edifício, fazendo com que um fizesse parte do outro. A vista maravilhosa da praça e do parque foram valorizadas e incorporadas ao prédio", conta o paisagista Hanazaki.

Perspectiva ilustrada da fachada

Neste projeto, a tecnologia está presente em muitas etapas, a começar pela concepção de engenharia. As vigas, por exemplo, não serão impedimento na formatação do layout da planta. Os ambientes poderão ser modificados para atender a necessidade do morador. No quesito infraestrutura, existem possibilidades para automação, segurança, sonorização e iluminação que vai se adequar a cada projeto.

Outro detalhe que contribui para o conforto dos moradores é a acústica preservada. A planta foi dividida de modo que a ala de serviço seja voltada para a avenida 23 de Maio (mais movimentada) e a área social, para o parque Ibirapuera. Já os dormitórios têm vista para a rua tranquila do bairro com exceção da suíte máster, voltado para o parque.

A biometria está presente nos dois elevadores sociais. O futuro morador terá controle de cada convidado que chega à sua casa. A porta de serviço será entregue com fechadura biométrica.

No amplo saguão de entrada do Curitiba, flutuará uma escultura original da artista paulistana radicada no Rio de Janeiro Amalia Giacomini, conhecida pelas obras que destacam a percepção e a representação do espaço. Se a perfeição, como dizem, está nos detalhes, poder viver cercado pelo equilíbrio e pela beleza cultivados pelos mestres do passado e nutridos pelos artistas do presente é estar no melhor dos mundos.

"O convite para a obra do edifício Curitiba chamou-me atenção sobretudo pelo fato de ser uma demanda do programa arquitetônico desde a etapa inicial do projeto, revelando uma abordagem mais compromissada e aberta para uma relação entre arte e arquitetura", conta Giacomini.