Comando invisível é o cérebro do sistema

O Centro de Controle Operacional (CCO), localizado no Pátio Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, é o cérebro da ViaQuatro, que atende mais de 700 mil usuários por dia útil. A maioria nem desconfia da sua existência. O trabalho se desenvolve no esquema 24/7 -24 horas por dia, sete dias por semana.

A Linha 4-Amarela é equipada com o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação), feito via ondas de rádio e aliado ao sistema "driverless" -único na América Latina e que opera as composições sem o operador dentro delas. A Linha 4 é comandada a partir de três consoles, relata José Luiz Bastos, gestor de atendimento da ViaQuatro.

Por meio de uma tela com 13 m de comprimento e cerca de 3 m de altura, o CCO acompanha o movimento das estações, do interior dos trens (fabricados na Coreia do Sul), além do pátio de estacionamento, manobra e manutenção.

As equipes do CCO trabalham em turnos de 12 horas -das 6h às 18h e das 18h às 6h. Em dias úteis, são seis a sete profissionais em cada um. Em fins de semana e feriados, quatro. Das 4h à meia-noite, foco no atendimento ao público. Da 0h às 4h, na manutenção.
O console de fluxo e segurança recebe informações de mais de 600 câmeras. São aproximadamente 300 nas estações e 26 em cada trem, todas de alta definição. À menor ocorrência equipes de atendimento são acionadas.

O console de infraestrutura controla o fornecimento de energia para a operação -da movimentação dos trens à iluminação das estações- e a troca de ar e ventilação -para o conforto dos passageiros.

O console de condutores a distância conta com um software do consórcio germânico-coreano Siemens-Rotem. O programa roda a partir de um padrão de oferta definido pelo histórico de movimentação desde o início da Linha 4-Amarela, em 2011.

Durante a semana, no pico da manhã, são 13 trens em circulação. No da tarde, 14. Nos horários de menor fluxo, 8. Aos sábados, 6; domingos e feriados, 5.

A equipe fica de prontidão para eventos fora da rotina que levem a aumento da demanda -manifestações, um grande show ou espetáculo esportivo ou greve de outro meio de transporte público.

Em dias úteis normais são 700 viagens, percorrendo por volta de 6.500 km, praticamente 90% da extensão do litoral do país. Somente em 2015 foram 198,3 milhões de passageiros, quase um Brasil de gente. O sistema oferece mais precisão nas curvas, nas bifurcações, nos desvios. Como se consegue determinar a posição exata de cada trem, os carros podem operar mais perto uns dos outros, sem comprometer a segurança dos passageiros.

Em geral o intervalo entre carros é de 120 segundos -dois minutos; no fim de semana, chega a cinco. Esse número pode se reduzir a até 75 segundos com extrema concentração de tráfego -os trens ficam a uma distância semelhante ao tamanho de um ônibus.

Apesar de tudo automatizado, há profissionais sempre à disposição nas estações. Sob orientação do CCO, eles só interferem em casos excepcionais -após falha elétrica ou de sinalização, ou ainda no equipamento que faz a mudança de via da composição.

O trem autônomo chega a 80 km/h -a velocidade média na Linha 4-Amarela é de 38 km/h. No modo manual, a composição não ultrapassa 30 km/h. Toda essa operação envolve pouco mais de 600 pessoas- 30 no CCO, 250 em funções de apoio nas esta- ções, 200 na manutenção e 150 nas equipes de limpeza.

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