Teatro ou filme? Espetáculo mistura as duas coisas no Festival de Curitiba

Assistir a "E se Elas Fossem para Moscou?'', que realizou a última sessão no Festival de Curitiba na quinta (30), é uma daquelas experiências que mexem com o espectador, até porque ele pode escolher ver a obra em forma de teatro ou filme.

Sob a direção de Christiane Jathay, a companhia carioca Vertice teve como base o texto "As Três Irmãs'', de Anton Tchékhov, para criar dois universos artísticos que fazem uma ponte entre passado e presente, realidade e ficção.

Divulgação/Estúdio Folha
Cena da peça "E Se Elas Fossem para Moscou?"
Cena da peça "E Se Elas Fossem para Moscou?"

Funciona assim: no espaço teatral, digamos assim, os artistas encenam a história cercados de câmeras e editam as imagens ali, ao vivo, enquanto na área do cinema dá para ver tudo já em formato digital. As duas formas de arte acabam sendo complementares e instigam a curiosidade da plateia, que presta atenção em cada detalhe do que é construído em cena ou exibido na tela.

As atrizes Isabel Teixeira, Stella Rabello e Julia Bernat interpretam respectivamente Olga, Maria e Irina, que compartilham medos, sonhos e desejos de mudança. A história se passa no dia em que Irina completa 20 anos e dá uma festa ao lado das irmãs - ao mesmo tempo em que tenta esquecer o primeiro aniversário da morte do pai.

SHAKESPEARE NA RUA
Muita gente que passava pela praça General Osório por volta das 16h de quinta (30) parou para ver os atores da Cena IV - Shakespeare Cia., que apresentaram por lá "O Mundo É um Palco''. A intenção dos artistas era levar a obra do dramaturgo inglês ao público, que pôde assistir a trechos de diversas de suas peças, de comédias a tragédias.

Antes de cada cena, bufões apareciam para explicar um pouco das histórias que seriam contadas, além de falar sobre a vida e a obra de Shakespeare. O grupo ainda tem duas sessões marcadas no festival: nesta sexta (31), às 18h, e no sábado (1°), às 13h, todas no Largo da Ordem.

INQUIETAÇÕES CONTEMPORÂNEAS
Quinta (30) também foi dia de "E se Nós Tivéssemos um Nome?'', que fará ultima sessão nesta sexta (30) no Sesc (Auditório Brasílio Itiberê). O grupo brasiliense Engrenagem apresenta um espetáculo ao mesmo tempo leve e intenso que aponta o dedo para questões extremamente importantes, como a homofobia e o racismo.

Dirigidos por Luciellen Castro, os atores também falam de sexo, de solidão e de como as relações de amor e de amizade podem ter diversas nuances. A trilha sonora interpretada ao vivo confere um brilho todo especial à peca.

Espaço Pago