Fernanda Torres fala sobre experiências sexuais em Curitiba

Fernanda Torres subiu ao palco do Guairão no sábado (1º) para apresentar seu monólogo de sucesso "A Casa dos Budas Ditosos'' - mesmo palco onde a mãe da atriz, Fernanda Montenegro, realizou a abertura do festival na terça-feira com a leitura de "Nelson Rodrigues por Ele Mesmo''. Como costuma acontecer, ela fisgou a plateia desde o inicio com sua irresistível personagem baiana retirada do livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro e adaptada para o teatro por Domingos de Oliveira.

Emi Hoshi/Divulgação/Estúdio Folha
A atriz Fernanda Torres em "A Casa dos Budas Ditosos"
A atriz Fernanda Torres em "A Casa dos Budas Ditosos"

Na comédia, que estreou em 2004 e já foi vista por mais de 700 mil pessoas, uma senhora sexagenária conta detalhes de suas muitas experiências sexuais e dá dicas específicas para que mulheres e homens se saiam bem na cama. Masturbação, sexo grupal e fantasias eróticas são alguns dos assuntos abordados pela protagonista, que provoca de risos contidos a gargalhadas espalhafatosas.

Ao final da apresentação, Fernanda fez questão de dizer que "o Guairão é uma espécie de prova máxima de ator'', referindo-se ao grandioso espaço com capacidade para mais de 2.000 pessoas. A última sessão do espetáculo será neste domingo, às 19h, e restam pouquíssimos ingressos (R$ 70).

ATORES NÃO PROFISSIONAIS
Assistir a "Amadores'', que ocupou o Teatro da Reitoria no sábado (1º) e terá última sessão neste domingo (2), é enriquecedor porque se vê em cena atores não profissionais compartilhando experiências intensas e emocionantes.

A criação da Cia. Hiato selecionou os participantes por meio de anúncios em jornais e oficinas públicas, e os escolhidos contracenam com artistas profissionais. A ideia é repensar o palco como um meio democrático e promover um passeio por essas diferentes histórias que revelam desejos, falhas, desesperança e a busca pelo outro.

INÉDITOS E GRATUITOS
A segunda edição da Curitiba Mostra, que começou neste fim de semana com cinco espetáculos gratuitos na programação, reúne trabalhos autorais de artistas curitibanos desenvolvidos a partir de parcerias experimentais e criações não convencionais. Idealizado pelo Espaço Cênico e apresentado no Teatro José Maria Santos, o evento também tem como proposta abordar temas com forte caráter político e histórico, provocando o público.

Uma das produções é "\todas/'', baseada na obra da autora curitibana Luci Collin e que tem outras sessões nos dias 4, 5 e 7 de abril. A história traz quatro mulheres que se encontram no plano da ficção e discutem a ancestralidade. Em cena, estão Helena de Jorge Portela e Catherine Moreira, sob a direção de Giorgia Conceição.

Já em "Momo - Para Gilda com Ardor'' (2, 6 e 8/4), Ricardo Nolasco, o ator e idealizador, mistura mitologias e memórias para falar de política de forma sarcástica, enquanto, em "Para Não Morrer'' (2, 3, 7 e 8/4), Nena Inoue interpreta o texto de Francisco Mallmann inspirado na obra "Mulheres'', de Eduardo Galeano - e que aborda questões femininas e políticas observadas principalmente na América Latina.

Fecham a lista de inéditas da Curitiba Mostra as peças "Eu se Errei'' (3, 4, 5 e 6/4), que é um monólogo escrito, dirigido e interpretado por Rafael Camargo a partir da obra do escritor paranaense Jamil Snege, e "Pão com Linguiça'' (8/4), da Entretantas Conexão em Dança, que pretende colocar uma pitada de alegria e humor no conturbado momento político atual.

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