Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara estavam em Hiroshima na manhã de 6 de agosto de 1945 quando uma bomba atômica atingiu a cidade japonesa matando mais de 140 mil pessoas.
Agora, eles compartilham suas memórias da tragédia no espetáculo "Os Três Sobreviventes de Hiroshima'', que integra a mostra Fringe e terá duas sessões gratuitas em Curitiba, na sexta (7), às 20h30, e no sábado (8), às 10h30, no Auditório Brasílio Itiberê.
Rogério Nagai, roteirista e diretor da montagem, conta que é a primeira vez que os três vêm à capital paranaense e que a participação no festival é muito importante por "atingir um público diferenciado''.
Divulgação/Estúdio Folha | ||
Os personagens de "Os Três Sobreviventes de Hiroshima" |
Ele também diz que o espetáculo foi evoluindo desde a estreia, em 2013, e que "seria uma ótima oportunidade de a cidade receber e compartilhar essa importante mensagem de paz''.
Em cena, o público verá uma espécie de teatro-documentário no qual os sobreviventes contam detalhes do momento exato do bombardeio, além de falar sobre como foram os dias logo após a explosão e da imigração para o Brasil, até então totalmente desconhecido pra eles.
Morita, hoje com 93 anos, tinha 21 na época. Ele havia voltado para Hiroshima após sobreviver a outro atentado incendiário em Tóquio, três meses antes, que matou 100 mil pessoas. Estava a 1.200 metros do epicentro do ataque e foi arremessado ao chão. Por causa da radiação, desenvolveu leucemia.
Bonkohara tinha cinco anos (hoje, 76) e estava com o pai em seu escritório a 2 km do epicentro. Os dois ficaram feridos com estilhaços de vidro, e sua mãe e sua irmã mais velha morreram carbonizadas.
Já Watanabe, com dois anos na ocasião (atualmente com 73), foi atingida pela chuva radioativa enquanto brincava com seu irmão a 18 km da explosão. Muito pequena, ela não se lembra do que aconteceu, e sua família escondeu dela o fato. Só descobriu que era uma sobrevivente aos 38 anos.