O público curitibano esperou dez anos para ver (ou rever) Marcelo Médici na comédia "Cada um com Seus Pobrema'', que estreou em 2004 em São Paulo e se tornou sucesso de bilheteria pelo país. Convidado pelo curador Guilherme Weber para participar do festival, o artista fez a primeira das duas exibições no Guairão nesta sexta (7) para quase 2.000 pessoas. Foi a maior plateia do espetáculo, que deve bater outro recorde neste sábado (8), data da segunda sessão. Os ingressos custam R$ 70 e estão à venda em festivaldecuritiba.com.br.
Annelize Tozetto/Divulgação/Estúdio Folha | ||
Marcelo Médici em "Cada um com Seus Pobrema" |
Na história, um ator sobe ao palco para interpretar um monólogo inusitado de "Hamlet'', mas fica travado e não consegue prosseguir. Ele passa, então, a contar detalhes de sua própria vida, e é aí que surgem os personagens acostumados a arrancar gargalhadas. Dentre eles estão o corintiano Sanderson, a apresentadora infantil Tia Penha, a vidente Mãe Jatira e o Mico Leao Dourado gay. A direção do espetáculo é de Ricardo Rathsam.
GUERRA CONTRA OS ÍNDIOS
O fim da tarde foi marcado pela apresentação de "Involuntários da Pátria", que ocupou o Sesc Paço da Liberdade às 17h com entrada gratuita. Concebida por Fernanda Silva e Sonia Sobral a partir do texto homônimo do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a performance serve como um manifesto em defesa dos povos indígenas.
A obra mostra como os interesses econômicos estão acima das necessidades dos povos indígenas e de outros grupos, acreditando que há uma guerra clara contra os índios brasileiros, inclusive com o apoio do Estado. Para quem perdeu, a última sessão será neste sábado (8) no mesmo horário e local.
COREOGRAFIA PORTUGUESA
O Movva, que reúne apresentações de dança dentro do festival, recebeu nesta sexta (7) no Teatro da Reitoria dois solos da coreógrafa portuguesa Vera Mantero: "Olympia" e "O que Podemos Dizer do Pierre". A primeira performance é inspirada na escultura Olympia do pintor francês Édouard Manet, exposta no Museu d'Orsay, de Paris, e aborda de forma sensual a arte em geral e a crítica social desse mercado.
Na outra coreografia, a artista propõe interação entre filosofia e intuição, comunicação verbal e não verbal, e racional e irracional, apresentando movimentos que se caracterizam por um corpo que pressiona espaços e vai em direção ao chão.