A 27ª edição do Festival de Curitiba chegou ao fim no domingo (8/4). O evento cumpriu o tema do ano, "O Festival para Todos": atraiu cerca de 215 mil pessoas (contra 200 mil em 2017) e levou mais de 400 atrações a 90 locais de Curitiba.
"Foi o festival mais assistido por pessoas diferentes", afirma Leandro Knopfholz, diretor do evento. "Neste ano, levamos os espetáculos a locais fora do centro e conseguimos atingir também áreas mais periféricas de Curitiba. Acho inevitável que pessoas diferentes tenham sido impactadas".
Além de chegar a mais locais, o Festival de Curitiba foi acessível financeiramente: foram 384 sessões grátis e outras 138 no sistema "pague o quanto vale", no qual o espectador escolhe o valor que quer pagar pelo ingresso.
Dentro da Mostra 2018, os espetáculos "Colônia", "Cabaret Macchina" e "The Machine to Be Another/A Máquina de Ser Outro" e a ação "Se o Título Fosse um Desenho, Seria um Quadrado em Rotação" foram gratuitos.
O slogan "Festival para Todos" também esteve presente na temática de muitos espetáculos da Mostra, que trataram de inclusão social, intolerância e violência. "Domínio Público", por exemplo, falou com sutileza das polêmicas nas quais os artistas Maikon K., Renata Carvalho, Wagner Schwartz e Elisabete Finger se envolveram - por causa de seus trabalhos, eles sofreram ataques nas redes sociais no ano passado.
"Tom na Fazenda" tratou de relações homoafetivas, enquanto "Preto" e "O Jornal - The Rolling Stones" falaram de racismo. Na ópera rock "Doze Flores Amarelas", os Titãs destacaram temas como violência sexual e assassinato.
O Festival também contemplou todas as vertentes do teatro para atender ao público: além da Mostra 2018 - cujos 29 espetáculos foram selecionados pelos curadores Guilherme Weber e Marcio Abreu -, o Risorama atendeu aos fãs de stand-up comedy, o Guritiba às crianças, e o MishMash levou programação para toda a família. As Interlocuções tiveram bate-papos após os espetáculos, palestras e oficinas com profissionais de teatro, para que a experiência do público pudesse ser ainda mais completa.
O Fringe teve 20 mostras - um recorde para o Festival - e abordou temas como feminismo e racismo e diferentes gêneros e formatos teatrais: comédia, musical, espetáculos infantis, teatro de rua.
No último fim de semana do evento, o Gastronomix, quermesse de alta gastronomia, ofereceu pratos de chefs paranaenses e de outros Estados - as porções custaram entre R$ 15 e R$ 25.
NO PALCO PELA PRIMEIRA VEZ
Em 2018, o Festival de Teatro de Curitiba trouxe sete espetáculos inéditos em palcos brasileiros: "Denise Stoklos em Extinção", "Inoah", "Domínio Público", "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas", "A Ira de Narciso", "Se o Título Fosse um Desenho Seria um Quadrado em Rotação" e "Cabaret Macchina".
A ópera rock dos Titãs, "Doze Flores Amarelas", teve um ensaio aberto e uma pré-estreia no Festival - após as apresentações em Curitiba, o elenco e a banda partem em turnê nacional.
Além do inédito "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas", da França, o Festival recebeu os internacionais "Vamos Fazer Nós Mesmos - Let's Do It Ourselves", da Holanda, e "The Machine to Be Another/A Máquina de Ser Outro", da Espanha.
INGRESSOS DISPUTADOS
Mesmo com várias atrações gratuitas, a 27ª edição do Festival de Curitiba teve grande procura por ingressos.
O Risorama, que chegou à 15ª edição sob curadoria do comediante curitibano Diogo Portugal, teve quatro sessões esgotadas, apesar da enorme estrutura, com muitos lugares, levantada no Park Cultural, anexo ao estacionamento do Park Shopping Barigüi. O Festival precisou abrir quatro sessões extras.
Ao longo dos seis dias de Risorama, mais de 30 comediantes passaram pelo palco, entre eles, o próprio Diogo Portugal, Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Rafael Portugal, Criss Paiva, Gustavo Mendes, Thiago Ventura e Nando Viana.
Na Mostra 2018, quatro espetáculos tiveram os ingressos esgotados. As sessões de "Grande Sertão: Veredas", de Bia Lessa, lotaram antes mesmo de o local do espetáculo ser definido. "Preto", de Marcio Abreu, encheu o Teatro José Maria Santos de modo que algumas cadeiras adicionais tiveram que ser colocadas na plateia.
"A Visita da Velha Senhora", de Luiz Villaça e com Denise Fraga e Tuca Andrada no elenco, teve os ingressos esgotados muitos dias antes das apresentações, que ocorreram só no último fim de semana do Festival.
"Salomé by Fausto Fawcett", com direção de Carolina Meinerz, lotou a garagem do Guairinha.
PATROCINADORES
O 27º Festival de Teatro de Curitiba foi apresentado pela Cielo, com patrocínio da Vivo, Denso do Brasil, Uninter, Copel Telecom, Sanepar, Governo do Estado, Ebanx, Tradener Comercialização de Energia, GRASP e Renault do Brasil. O aplicativo de mobilidade oficial do Festival de Curitiba é Uber.
"O Festival tem uma dependência de 80% dos patrocinadores para ser viabilizado", diz Knopfholz. Ele avalia que a crise econômica trouxe algumas dificuldades, mas mesmo assim antigos e novos parceiros conseguiram viabilizar o projeto.
A 27ª edição contou com o apoio da Renault, da Cielo e com novas contribuições, como a do Ebanx. "É fato que o mercado vai se adaptando à nova economia depois da crise, e vamos viabilizando o Festival como podemos", diz Knopfholz. "O Ebanx é um banco online, não existia há dez anos.
Os outros segmentos do Festival de Curitiba também contaram com patrocínio: foram mais 23 empresas apoiadoras.
O Guritiba é apresentado por Perkins Motores, Mili, Parati e Unimed Curitiba, com patrocínio da Caterpillar e New Holland e apoio da Peróxidos do Brasil e Brose do Brasil.
O Grupo Boticário, este ano, apresenta o MishMash, evento que tem também o patrocínio da Schattdecor.
O Risorama é apresentado pela Potencial Petróleo, Havan, Sistema Fiep e Madero. E este ano, o segmento de stand up comedy do Festival de Curitiba tem também o apoio da Aveo Vision, da Ford Center e da FH.
O Gastronomix, por sua vez, tem o patrocínio da Melitta e da Compagás, com apoio de Lowçucar, Da Magrinha, Booking.com e conta ainda com a Oxford Porcelanas como fornecedora da louça oficial do evento.