A idade é a nova diversidade

Com o aumento da expectativa de vida, as pessoas vão trabalhar por mais tempo. Ao chegar aos 50 anos, terão uma longa jornada pela frente. Daí a necessidade de nos prepararmos, pessoas, governo e empresas, para as transformações do mercado de trabalho ditadas pela inovação, pela globalização e pelo envelhecimento.

"As profissões e ocupações estão mudando, as novas tecnologias estão afetando o mundo do trabalho. Daqui a alguns anos, 14% dos empregos vão desaparecer por conta da automação e 32% deles terão suas características modificadas, o que exigirá um aprendizado contínuo", afirma a italiana Alessia Forti, economista da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), especialista em mercado de trabalho e educação continuada.

Forti destaca a necessidade de políticas públicas de incentivo à educação continuada para a população acima dos 60 anos. "Vários países estão implementando subsídios e redução de taxas e impostos para empresas com foco em capacitação, contratação e extensão do tempo de carreira de funcionários de meia idade." "A idade é a nova diversidade", diz o norte-americano Tim Driver, empreendedor social e fundador da RetirementJobs.com, que recolocou 200 mil pessoas acima de 50 anos no mercado de trabalho. Driver promove educação profissional e suporte para os chamados "Grey Power" (acima dos 50 anos).

"Estamos tentando romper o estigma relacionado à idade mostrando o valor dos trabalhadores mais velhos e o tanto que eles podem acrescentar às empresas por oferecerem algo que os jovens não têm: experiência", afirma o empresário.

Esse foi o ponto que mais surpreendeu Christine O'Kelly, professora da Dublin City University (Irlanda), quando iniciou o projeto Age Friendly University (Universidade Amiga do Idoso), que hoje engloba 42 instituições e mostra como é possível aprender em qualquer idade.

Ela conta que, quando nasceu, seus pais tinham 49 anos e 52 anos e os irmãos tinham entre 15 e 25 anos, mas a diferença de idade nunca foi um problema no relacionamento da família.

"Eu não via meus irmãos como pessoas mais velhas. Os via como pessoas", diz. E conclui: "Surpreendo-me todos os dias ao encontrar gente que acredita que alguém não possa fazer determinada coisa por conta da idade. Pessoas são pessoas. Um jovem desequilibrado será um idoso desequilibrado. Um jovem brilhante será um adulto e um idoso brilhante".

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