Manter a curiosidade pelas coisas, valorizar as conexões pessoais e ter um estilo de vida saudável são pilares fundamentais para uma "vida longa e próspera". Repensar o nosso papel no mundo e em que podemos contribuir para torná-lo melhor ajuda a definir um propósito e a trilhar o caminho da longevidade. Essa abordagem deu o tom nas palestras dos especialistas convidados para falar no XIV Fórum da Longevidade.
"O que é a idade?", questiona Viviane Mosé, filósofa, psicanalista e poeta. Muito mais do que o tempo de vida de um corpo, um registro na carteira de identidade. "A idade é a nossa história, pois cresce com a gente, o que transforma a nossa vida em um grande valor", diz. Para a filósofa, viver é digerir o mundo: é lidar com a vida, não apenas reproduzir o que está aí. E esse processo torna a nossa vida um grande aprendizado.
A médica geriatra Karla Giacomin, consultora da Organização Mundial da Saúde, complementa a pergunta: "Que idade você teria se não tivesse a idade que você tem?"
Somos o resultado das nossas escolhas, dos nossos hábitos. E a "idade cronológica", aquela do RG, perde importância para a "idade biológica", que se refere à qualidade da saúde, determinada pela nossa qualidade de vida. "A saúde é criada no contexto do dia a dia. Mas a gente continua não fazendo aquilo que sabemos que temos que fazer. Não mudar é também assumir um risco", afirma a médica.
Emiliano Capozzoli/ Estúdio Folha | ||
Karla Giacomin, geriatra e consultora da OMS |
Giacomin destaca cinco elementos determinantes para uma vida saudável: praticar atividade física, ter uma alimentação balanceada, adotar bons hábitos (não fumar, beber com moderação), se conectar com a família e os amigos e ter um propósito de vida.
Esses dois pontos - a importância dos relacionamentos pessoais e do propósito de vida- também foram centrais na palestra do economista Marcos Silvestre, autor do livro "Previdência Particular".
Silvestre enfatizou a necessidade de manter uma reserva financeira estratégica, que deve ser iniciada o quanto antes, para aproveitar os anos mais produtivos. Mas destacou a relevância de ser solidário. "Os longevos mais prósperos e felizes que conheci não são os mais ricos, mas os que cultivam o amor. O amor é a essência da prosperidade sustentável", diz Silvestre.
Emiliano Capozzoli/ Estúdio Folha | ||
Marcos Silvestre, economista |