Empresas se comprometem a não demitir

"Empresários, não demitam! Esta crise tem data para acabar." Com esse apelo, o Movimento Não Demita lançou um manifesto na internet para minimizar ou até evitar um colapso econômico. O grupo foi formado por 40 empresários e, em duas semanas, já reunia mais de 1.600 empresas. Todas se comprometeram a não fazer demissões pelo período de dois meses.

O documento foi assinado por companhias como Alpargatas, Bradesco, BR Distribuidora, BTG Pactual, Grupo Pão de Açúcar, Itaú, Magazine Luiza, Microsoft, MRV Engenharia, Qualicorp e Santander, entre outras.

"Esse, para mim, é o momento em que as empresas maiores têm de ter consciência não só com os seus próprios funcionários, mas também com a importância e o compromisso que precisam ter agora com a economia como um todo", disse ao Estúdio Folha Daniel Castanho, presidente do conselho da Ânima Educação e organizador do projeto.

O grupo defende que, mantendo os quadros de funcionários, as empresas ajudarão a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social. "Caso você tenha fábricas ou instalações, siga as orientações da OMS e do Ministério da Saúde. Crie um ambiente de trabalho em que as pessoas possam comer e trabalhar com distância física, e assim se sintam tão seguras quanto se estivessem em casa", orienta o texto do manifesto.

"Todo mundo vai ter de se sacrificar um pouco. Esse é o momento de a gente pensar de uma maneira coletiva. Esqueça este trimestre em relação a resultados. Os resultados a entregar agora são outros", afirma Castanho. O empresário alerta, ainda, que não adianta somente não demitir, também é preciso manter a cadeia produtiva, os fornecedores. "Caso contrário, você está demitindo de maneira indireta", explica.

O Movimento Não Demita defende que é preciso pensar nos pequenos empreendedores e nas pessoas em situação de vulnerabilidade. "Temos responsabilidade com a sociedade em geral. Se você tiver força financeira, ajude as pessoas que moram nas nossas comunidades a terem condições de sobrevivência. Essas pessoas também são empreendedoras. São os vendedores de pipoca, de cachorro-quente, as manicures e diversos outros que não têm com quem contar. Elas também ajudam a levar o nosso país para frente, mas neste momento não podem sair de casa para lutar pela sobrevivência", diz o manifesto.

O texto sugere uma reflexão àqueles que já foram fortemente afetados pela crise e realmente não têm caixa para evitar demissões: o desligamento gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas para ajudar as empresas a atravessar esse período.

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