Parceria ajuda a reduzir criminalidade

Estado alia tecnologia a inteligência policial e diminui pela metade número de mortes violentas

O uso da tecnologia e da ciência tem ajudado o Ceará a reduzir os principais índices de criminalidade no estado. Os resultados são expressivos: queda de 52% no total de mortes violentas e de 46% no de roubos a casas, veículos e cargas nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Ceará, a tecnologia por si só não resolve, mas, aliada à inteligência policial, ajuda o gestor a desenvolver novas estratégias de combate ao crime.

A secretaria foi responsável pelo pontapé inicial do Programa Cientista Chefe, no fim de 2017. Na época, a Polícia Rodoviária Federal no Ceará já contava com um sistema inteligente de monitoramento que identificava carros e motos envolvidos em ações criminosas ou que haviam sido roubados.

Davi Pinheiro / Governo do Estado do Ceará
Sistema de monitoramento que identifica veículos envolvidos em crimes e ajuda o policial a definir a melhor abordagem

A secretaria não queria apenas aumentar o número dessas câmeras, mas criar um programa que ajudasse os policiais a encontrar a melhor forma de abordar um suspeito. A solução foi procurar as universidades.

Com a ajuda da UFC e da expertise da Polícia Rodoviária Federal, a secretaria desenvolveu um programa capaz não só de identificar um carro roubado mas também de criar uma espécie de "cerco virtual", apontando o melhor local e maneira de deter esses criminosos.

A equipe envolvida no projeto afirma ter criado um verdadeiro big data da segurança, reunindo inúmeros dados que possibilitam um sistema de busca completo. O policial pede uma informação e ele traz os dados já analisados e georreferenciados.

Hoje, o número de câmeras passou de 164 para 3.304, e o estado ampliou o motopatrulhamento no policiamento ostensivo.

O programa também foi fundamental para reduzir os homicídios no Ceará. Possibilitou, por exemplo, reunir vários dados que estavam espalhados e que não conversavam para identificar áreas críticas e atuar com outras secretarias.

Com dados sobre renda, educação, saneamento e infraestrutura, o estado criou um plano de ação integrado, que vai da instalação de postos de policiamento fixos em algumas regiões a obras de saneamento e de iluminação.

Para o governo, o melhor do programa é aproveitar o conhecimento dos pesquisadores do estado sem precisar buscar soluções Brasil afora. No total, 58 pesquisadores atuam na secretaria, trabalhando em diversas frentes.

Uma delas é um sistema de biometria que identifica, em tempo real, se o suspeito é procurado sem a necessidade de checar documentos com a central. E isso é só o começo.