A pesquisa "Economia e saúde no Brasil", realizada pela Unidade de Inteligência da "The Economist", a pedido da Takeda, traz um sinal de alerta: a grande maioria da população não está preparada para arcar com os custos indiretos decorrentes de um tratamento de longo prazo. E isso vale tanto para os que são atendidos pelo sistema público como no privado.
Quando um integrante da família adoece, muitas vezes algum parente precisa abandonar o emprego para assumir o papel de cuidador. "Com isso, a renda familiar é reduzida. A situação é ainda mais complicada para os que moram nas regiões mais afastadas, que têm de assumir gastos de viagem, alojamento, entre outros", afirma Márcio Zanetti, Diretor Geral da Unidade de Inteligência da "The Economist" para o Brasil.
Emiliano Capozzoli/ Estúdio Folha | ||
Márcio Zanetti, Diretor Geral da Unidade de Inteligência da "The Economist" para o Brasil |
O estudo mostra que os gastos com saúde vão muito além do tratamento. Em São Paulo, por exemplo, em um tratamento de câncer de mama, cada paciente arca com um custo médio indireto de R$ 4.255.
Para os que vivem fora de grandes centros urbanos, a conta é ainda maior: em média, esse custo é de R$ 8.510 por paciente.
Em sua apresentação, Tim Gamble, Diretor Global da consultoria, destacou a importância da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), mas mostrou dados apontando que o financiamento do sistema público brasileiro cresce abaixo do necessário. O Brasil, diz, ainda gasta muito menos com saúde do que os países que fazem parte da OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.
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Tim Gamble, Diretor Global da Unidade de Inteligência da "The Economist" para o setor farmacêutico |