Para iniciar negócio, é preciso estar em sintonia

Antes de abrir empresa conjunta, casal deve avaliar riscos para o novo desafio e para o relacionamento

O relacionamento vai bem, os dois se cansaram de trabalhar para os outros e resolvem abrir um negócio juntos. Mesmo que esteja tudo ótimo entre um casal, é preciso saber que empreender traz riscos, inclusive para a relação.

"É importante fazer o planejamento da vida a dois e do negócio. O casamento pode estar bem, o negócio também e um ou outro pode, em algum momento, não estar mais. Só que o compromisso que o casal assumiu com a franquia, por exemplo, continua existindo", afirma Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Para Márcio Bertolini, consultor do Sebrae-SP, o casal precisa estar muito comprometido um com o outro. "Quando se entra em uma sociedade, é para casar. Às vezes, o namoro ainda não está maduro o sufi ciente. Nesse caso, melhor nem começar."

Outra cautela é com a documentação, preferencialmente em contrato, da participação de cada um dentro da empresa. "Quando o relacionamento acaba, não é incomum que uma das partes reivindique 50% do negócio, mesmo tendo entrado com 10% do investimento. Se estiver especificado em contrato, fica mais fácil", afirma Bertolini.

Madalena Feliciano e o marido Anderson Menegaldo, que abriram juntos uma consultoria; ela diz que é preciso separar trabalho do relacionamento
Madalena Feliciano e o marido Anderson Menegaldo, que abriram juntos uma consultoria; ela diz que é preciso separar trabalho do relacionamento

Se mesmo alertados sobre os riscos ainda persistir a vontade de abrir uma empresa, o casal deve definir a área de atuação –algo que atraia os dois.

"Trabalhar como funcionário fazendo algo que não gosta é difícil. Fazer esse mesmo exercício como proprietário é ainda mais indigesto", alerta Tieghi.

Para Bertolini, a primeira coisa para que uma sociedade entre namorados dê certo é a sintonia entre os dois. A dica, diz, é que cada um fi que responsável por uma área da empresa.

Tieghi ressalta que é saudável para o desenvolvimento do negócio que os parceiros tenham perfis diferentes. "Se os dois têm o mesmo perfil e vão ocupar posições similares, talvez seja melhor reavaliar a decisão." O consultor diz ainda que o casal não deve se esquecer da vida a dois, separar o trabalho do relacionamento e aprender a administrar a "dupla jornada".

A coach Madalena Feliciano, que há quatro anos abriu uma consultoria com o marido Anderson Menegaldo, 37, diz que sempre tenta incluir na agenda uma programação a dois.

"É preciso manter o romantismo. Saiu da empresa, acabou. Em casa, não falamos do trabalho. Tem que colocar regras e limites, se não vai por água abaixo."

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