Novos hábitos fazem entregas de ecommerce crescerem 70%

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Carreta da Prime

Neste 30 de junho, comemora-se em São Paulo o Dia do Caminhoneiro, classe reconhecidamente imprescindível e de linha de frente desde o início na quarentena do coronavírus. Sem acesso ao comércio de rua, o consumidor foi para a Internet, criou novos hábitos de compra e transformou empresas de transporte como a Prime Express em serviço essencial para o bom funcionamento da sociedade.

"A Prime é hoje a maior transportadora do Brasil de ecommerce do nicho médio e pesado", diz Felipe Martins, diretor geral da empresa, que disponibiliza seus mais de 500 caminhões e 800 funcionários para a entrega, principalmente, das chamadas "linha branca" (geladeira, fogões) e "linha marrom" (sofás, armários) e eletroeletrônicos em 3.270 cidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás).

Com a maior demanda causada pela pandemia de Covid-19, a empresa intensificou seu setor de soluções logísticas para atender a um aumento de 70% na procura desde março.

"O comportamento do consumidor mudou muito por ficar mais tempo em casa. A pessoa senta no sofá com a família, percebe que o móvel é pequeno, compra outro. A TV não atende a necessidade, compra outra. O cara vê o filho o tempo todo em casa, compra um videogame. Um fogão quebrou, uma geladeira estragou, um sofá rasgou, um colchão que venceu... É justamente aí que a Prime já estava posicionada para atender porque sempre fez transporte de ecommerce", diz Felipe Martins.

A força do comércio eletrônico faz com que a divisão da distribuição de cargas da Prime seja de 85% para entregas de ecommerce.

A Prime surgiu no mercado de transporte aéreo de cargas em 2009, em Belo Horizonte (MG), da cabeça do empresário Adevar Castelan Junior, na época com 18 anos recém-completados.

Castelan Junior trabalhava em uma empresa de logística. Paralelamente, o pai, que estava se aposentando na Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), comprou dois caminhões e passou a prestar serviço para outras empresas.

Já com a Prime, Castelan Junior adquiriu os caminhões do pai e o colocou como sócio. Um irmão e um cunhado também vieram para formar o núcleo familiar da empresa naquele momento.

A empresa decolou no mercado quando recebeu como cliente a também mineira Ricardo Eletro.

A partir daí, se especializou na distribuição de produtos vindos do comércio eletrônico. Hoje, a Prime trabalha para os principais "players" do ecommerce no país.

Além do ecommerce, a Prime presta serviços de transporte entre empresas, seja na modalidade fracionada (quando a carga de uma empresa não ocupa toda a capacidade do veículo, que é compartilhada com outras), seja na de cargas fechadas, também chamada de lotação, quando toda a capacidade é utilizada por uma só empresa.

Também faz entregas dedicadas, que são aquelas encomendas específicas de um produto. "Imagina uma empresa no Rio Grande do Sul que precisa entregar uma peça específica para uma mineradora no Pará. A gente pega essa peça, coloca em um carro dedicado e leva ao destino", explica Felipe Martins. Outros serviços da Prime são a logística reversa (devolução de um item recebido fora do padrão pretendido pelo cliente), a paletização (preparação da carga para a entrega) e a armazenagem de produtos.

A unidade matriz da Prime fica em Itupeva (SP), na região de Jundiaí, estrategicamente localizada entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes. Há ainda unidades em Curitiba (PR), Cariacica (ES), Itajaí (SC), Cachoeirinha (RS), Guarulhos (SP), Campinas (SP), Contagem (MG) e Praia Grande (SP).

A previsão para 2020 é abrir outras cinco unidades em Bauru (SP), Juiz de Fora (MG), Ribeirão Preto (SP), Maringá (PR) e Blumenau (SC).

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Um dos caminhões da empresa

"Eu moro em Curitiba e faz dois anos que trabalho na Prime Express. Faço principalmente o trajeto entre Curitiba e Itupeva, onde fica a matriz da empresa. Quando paro na estrada para comer ou ir ao banheiro, tenho o costume de tirar fotos dos caminhões e das paisagens. Eu sempre ajudo o pessoal do departamento comercial da empresa mandando as fotos para eles usarem em cartazes, em material da empresa.

Pelo fato de entregarmos mercadoria vendidas por site, nosso trabalho nesta fase de pandemia é muito importante. Somos uma das categorias mais expostas a essa doença e temos nos adaptado a essa realidade tomando os cuidados necessários. Além da higienização das cabines nas unidades de Curitiba e Itupeva, também tem distribuição de kits de higiene no pedágio de Cajamar (SP), onde fica uma base da polícia.

Na estrada, a maior dificuldade tem sido com a alimentação. Com os restaurantes fechados, muita gente tem ajudado nos pedágios com distribuição de marmitas. A população de certa forma tem colaborado muito, principalmente no caminho para São Paulo. Tem um pessoal do Posto Represa, na Régis Bittencourt, que acolhe muito bem a gente. Dão atendimento e separam um espaço no estacionamento até para fazer um repouso no caminhão. Na volta ao Paraná, no município de Cajati (SP), tem o Posto 500, que também virou um ponto de acolhimento dos caminhoneiros. Reservam até um espaço para fazermos a refeição que recebemos.

Aqui em Curitiba, um amigo me contou uma história engraçada. Ele disse que essa pandemia é muito estranha. Um cara fez um pedido para ele entregar uma vassoura. Pensa um lugar longe. O valor da vassoura não pagava nem o frete! Mas é a necessidade de cada um. Estamos aqui para servir a população."

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