Brasil e EUA trocam informações a favor de paciente oncológico

Na oncologia, experiência e troca de informações entre centros de excelência são fundamentais e trazem enormes benefícios para os pacientes. Diante de uma pandemia como a da Covid-19, essas estratégias ganham ainda mais importância.

É o que mostra a parceria entre o Hospital Sírio-Libanês e o Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSKCC), da cidade de Nova York, epicentro das infecções pelo coronavírus nos EUA. As duas instituições compartilham experiências e protocolos para manter a segurança dos fluxos de pacientes, a continuidade dos tratamentos, o incremento do uso da telemedicina e a adoção de medidas para dar prosseguimento a cirurgias que não podem ser adiadas.

A relação do MSKCC com o Hospital Sírio-Libanês começou em 1998, com a fundação do Centro de Oncologia do Sírio-Libanês. O objetivo era a melhora da qualidade técnica na área de oncologia por meio da criação de protocolos conjuntos, alinhamento, troca de experiências e discussão científica.

"Essa parceria sempre foi importante, tanto para nós como para eles. E, particularmente neste momento de pandemia, foi muito útil porque pudemos compartilhar experiências, opiniões e diretrizes a fim de garantir que estamos de fato no melhor caminho", diz Artur Katz, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.

Embora tenham sido desenhadas independentemente, as medidas para manutenção dos tratamento oncológicos em tempos de Covid-19 seguem a mesma diretriz e filosofia. "Nos traz ainda mais segurança verificar que do outro lado do mundo, no meio de uma cidade que passa por uma situação crítica, estejam adotando medidas semelhantes às nossas", diz Katz.

"Muita gente acha que o problema de Nova York ocorre em Manhattan. Mas é na periferia, mais ou menos o que estamos vivendo aqui em São Paulo. Levando em consideração as peculiaridades das duas cidades, achamos muito interessante essa troca de experiências. Tudo é novidade nessa área. O mundo não estava preparado para uma pandemia como essa. Vários processos tiveram de ser criados dentro do Sírio-Libanês, com o avião em voo", diz Frederico Costa, oncologista do Centro de Oncologia do hospital.

Uma das principais questões discutidas com o grupo do MSKCC foi como blindar o centro de oncologia para não expor nem a equipe médica e multiprofissional nem os pacientes que estão em tratamento. Todo fluxo de entrada no hospital foi cuidadosamente desenhado para que esse paciente nunca cruze com um suspeito de estar com a Covid-19.

AMBIENTE SEGURO

A importância da manutenção dos tratamentos oncológicos é também uma preocupação compartilhada pelas duas instituições. Testagem de pacientes e total separação de casos suspeitos foram medidas adotadas para garantir que esse tratamento seja feito de forma segura. "Deixar o câncer sem cuidado não é uma opção, porque essa é uma doença que não espera. Alinhamos os protocolos e modificamos os fluxos justamente para cuidar do paciente com segurança. Diversas esferas no hospital foram modificadas para nos adaptarmos à realidade atual", afirma Rodrigo Munhoz, oncologista clínico do Centro de Oncologia do hospital.

O Sírio-Libanês também tem trabalhado a comunicação com os pacientes, investindo na divulgação de informações confiáveis e criando canais para a solução de dúvidas. "O mais importante é que o paciente não deixe de vir ao hospital. Ele precisa saber que esse é um ambiente seguro. Essa troca de experiências ajuda a garantir toda a segurança para os pacientes que precisam manter o tratamento e para aqueles que estão em fase de diagnóstico ou em planejamento para uma cirurgia', diz Fernando Santini, oncologista do Centro de Oncologia do hospital.

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