Sírio-Libanês amplia trabalho educativo em prol de retomada segura às atividades

Proteger, proteger, proteger. Esse tem sido o mantra do Hospital Sírio-Libanês desde a eclosão dos primeiros casos de COVID-19. Prova disso é o intenso trabalho de educação continuada, com reforço das medidas de segurança, que o hospital tem promovido junto à equipe de colaboradores, corpo clínico, pacientes e comunidade em geral.

"Tudo começa com a nossa equipe. As principais medidas são a testagem e a recomendação para os profissionais de saúde de que qualquer pessoa sintomática deve se identificar e não trabalhar. Na área da saúde, quem está trabalhando e está na ativa precisa ser testado", afirma Fernando Ganem, diretor de Governança Clínica do Hospital Sírio-Libanês.

Para apoiar os profissionais de saúde no processo de retomada segura, o hospital criou o programa "Proteger", que conta com rondas nos diversos andares, áreas e unidades da instituição em São Paulo e Brasília, além de um canal de comunicação direto para sugestões e compartilhamento de experiências.

"As rondas são feitas sempre com um olhar de acolhimento, de orientação e de reforço positivo para aqueles que tiverem um comportamento seguro. Assim, vamos criando uma rede, com um cuidando do outro", explica a enfermeira Carla Bernardes Ledo, gerente da área de Qualidade, Desfecho Clínico e Protocolos do Hospital Sírio-Libanês.

Outra importante ação do programa foi a elaboração de uma cartilha com dicas de boas práticas para prevenir a transmissão do novo Coronavírus. O objetivo é que, além de adotá-las no dia a dia, o profissional do Sírio-Libanês também seja um propagador dessas orientações, compartilhando-as com familiares, amigos e sua comunidade.

"A cartilha contém recomendações que estimulam o distanciamento social, uso correto da máscara e comportamento dentro do refeitório. São orientações para nosso colaborador sobre como se portar dentro e fora do hospital", diz Jean Carlo Rodriguez Pegas, gerente médico de Segurança e Gestão de Risco do Sírio-Libanês.

Um material educativo com orientações para manter um ambiente seguro e de prevenção em consultórios e condomínios médicos também tem sido distribuído ao corpo clínico.

"Damos instruções para os médicos e suas secretárias, e também para os condomínios no entorno do nosso Complexo Hospitalar da Bela Vista, em São Paulo, onde está a maioria dos consultórios do nosso corpo clínico. Os treinamentos reforçam as medidas de proteção e as melhores práticas que gerem segurança tanto para os funcionários quanto para os usuários dos consultórios e condomínios. São orientações que vão desde o agendamento com intervalos maiores, passando por recomendações como não disponibilizar revistas ou brinquedos na sala de espera, ofertar copos descartáveis e outras regras e boas práticas que diminuem as chances de contaminação pela Covid-19", diz Ganem.

Link para download da cartilha

No Pronto Atendimento do Sírio-Libanês, as entradas foram separadas. Cada uma possui espera, triagem e funcionários próprios. Pacientes com sintomas respiratórios têm entrada específica. A outra entrada é usada por quem não apresenta esses sintomas.

"A importância desse fluxo é deixar as pessoas tranquilas. O medo da COVID-19 não pode ser um fator impeditivo para alguém que precisa de atendimento", diz Christian Morinaga, gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Pacientes com algum sintoma respiratório passam pela triagem e já entram em uma área isolada, que também é dividida para casos de baixa e alta complexidade. "O paciente é acomodado em um box ou um quarto, que possui pressão negativa ou janelas abertas. É isolado e acompanhado com todas as medidas de segurança. Assim, essa se torna uma das áreas mais seguras do hospital. Sendo possível, a gente faz todos os exames dentro do quarto ou do box", diz Morinaga.

A entrada para pacientes sem sintomas respiratórios também tem recepção própria, sala de espera e triagem. Todos os funcionários usam máscara e há o espaçamento adequado na espera.

Essa foi a entrada usada por Camila Werneck, 44, e sua filha Ana, 15. A jovem machucou a mão no dia 3 de julho e precisou ser examinada por um médico. A mãe se informou antes sobre o fluxo diferenciado e quando chegou ao hospital se sentiu tão segura que aproveitou para tomar a vacina contra a gripe e fazer exames. "Assim que chegamos, fomos direcionadas para a área de pacientes que não tinham suspeita de COVID-19. Fomos atendidas em uma ala totalmente isolada. Fiquei muito segura de estar dentro do hospital mesmo neste momento de pandemia", diz Camila.

"Eu me senti muito segura nas duas ocasiões em que precisei ser internada neste período de pandemia. Tudo é separado e há mil protocolos de segurança para evitar contágio. Não podemos deixar o pânico nos paralisar, nem a doença se alastrar por medo do coronavírus", diz Maíra Lot Vieira Micales, 40. Ela é paciente e teve de remover a tireóide. Ficou internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, durante três dias em abril. Em julho, voltou a ser internada por um dia para dar sequência ao tratamento.

Para garantir que paciente, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos se sintam seguros, o Hospital Sírio-Libanês foi totalmente segmentado. "Isso só foi possível criando três hospitais dentro do mesmo hospital. É tudo separado. Em cada um desses hospitais há subunidades. Temos unidade de internação, de terapia intensiva e de terapia semi-intensiva para pacientes com COVID-19, e outras para pacientes sem COVID-19", diz Sérgio Arap, superintendente do Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

No Centro Cirúrgico foram criadas duas áreas. Uma para pacientes comprovadamente sem COVID-19 e uma para paciente com SARS-CoV-2 ou suspeita de infecção.

"O protocolo dentro do centro cirúrgico é o mesmo, com todos os cuidados de EPIS (Equipamentos de Proteção Individual) para todo mundo que está na sala e o menor número de pessoas possível. Quanto aos materiais, só entra na sala o que será utilizado. Assim, garantimos a segurança", afirma Arap.

A segurança psicológica é outra preocupação. "A ênfase é dar segurança física e estrutural, para evitar a contaminação, e a psicológica, porque as pessoas precisam dessa segurança também", diz Felipe Duarte, coordenador de práticas médicas do Hospital Sírio-Libanês.

"Usamos medidas de precaução há muitos anos. Mas, em situações como a atual, é sempre muito importante reforçar a importância daquilo que a gente já conhece e pratica", diz Duarte.

No começo da pandemia, tudo o que era eletivo foi suspenso, inclusive exames que exigiam contato físico. "Métodos como teste ergométrico ou ecocardiograma transesofágico foram interrompidos nesse período. Tudo o que não era prioritário foi suspenso temporariamente", diz Roberta Saretta, gerente médica do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

Grande parte dos pacientes, principalmente os que moram fora de São Paulo, tinha receio de sair de casa, então, a teleconsulta e a telemedicina tiveram um papel importante, segundo Roberta. "Agora, a gente percebe que eles estão se sentindo mais seguros para procurar assistência presencial, o que para o médico é melhor, porque tem o contato com o paciente, consegue examiná-lo, ter uma idéia objetiva do que está acontecendo. Isso não acontece virtualmente", diz.

Com os consultórios médicos sendo reabertos e uma estrutura de exames eletivos totalmente reorganizada no hospital para este momento, os pacientes começam a voltar.

Os fluxos para o manejo dos exames eletivos e de urgência são distintos. "Pacientes que não têm nenhum sintoma vão para um fluxo não COVID-19. Assim, não existe a possibilidade de ele fazer uma tomografia, por exemplo, na sequência de um paciente sintomático", explica Saretta.

O empresário Miguel Giannini, paciente cardiológico, passou por exames no Sírio-Libanês de São Paulo, em julho. Como um deles apresentou alteração, ficou internado uma semana. "A impressão é que estamos mais seguros lá dentro do que aqui fora", diz Álvaro Ferriolli, sócio e amigo de Giannini, e que o visitou durante esse período. "Não é uma sensação de segurança, é uma certeza. Dentro do hospital é fantástico, uma verdadeira 'ilha da fantasia'. Tudo é meticulosamente pensado."

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