"A mágica aconteceu na minha vida e todas as portas foram abertas"

Arquivo Pessoal
Andreia Sena dos Santos, 46, é paciente do Ambulatório de Filantropia do Sírio-Libanês; ela descobriu que estava com câncer de mama em agosto de 2019

"Sempre ouvi falar, mas nunca tinha colocado em prática o autoexame. Estava em casa vendo TV quando apalpei e senti o caroço. Em princípio não levei a sério porque havia feito a mamografia em janeiro e não tinha nada", conta a auxiliar administrativa Andreia Sena dos Santos, 46, que sentiu o caroço na mama esquerda em agosto de 2019.

Mesmo sem acreditar que poderia ser algo sério, Andreia marcou consulta com a ginecologista, que a encaminhou para a mastologista. O resultado dos exames saiu depois de um mês e meio. Foi constatado um câncer de mama.

"Foi meio que inacreditável. A gente acha que nunca vai acontecer. Quando saiu o resultado do exame, o chão se abriu. Até começar a cair a ficha demora um pouco, mas a minha não demorou muito. No mesmo dia já consegui uma consulta com o mastologista. "Sabe quando a mágica acontece na sua vida? Apesar de a situação ser tão difícil, a mágica aconteceu. Todas as portas foram abertas. Em um mês eu consegui fazer a cirurgia. Algumas pessoas esperam anos ou meses", diz Andreia.

Paciente da rede pública de saúde, Andreia foi encaminhada para o Ambulatório de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês, que atende pacientes com diagnóstico de câncer de mama encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde por meio da Prefeitura de São Paulo.

No ambulatório, quando a paciente chega, o diagnóstico é confirmado e a equipe do Sírio-Libanês monta um plano de cuidados especialmente para ela. "A paciente passa pela cirurgia no Sírio-Libanês. Se precisar de quimioterapia e radioterapia, mandamos para um parceiro. Fazemos o acompanhamento dessa paciente durante cinco anos", explica Vânia Bezerra, Superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Sírio-Libanês.

"Fui incluída na fila do SUS através do posto de saúde e o Sírio me puxou para a cirurgia. Fiz o quadrante [retirada da região em que está localizado o tumor] e a redução da outra mama, para ficar alinhada. Depois, fui encaminhada para o IBCC [Instituto Brasileiro de Controle do Câncer], onde fiz quimioterapia e radioterapia. Terminei a radioterapia no mês passado e agora faço acompanhamento", conta.

Andreia fez a cirurgia no dia 26 de novembro. Depois, fez quatro sessões de quimioterapia e 18 de radioterapia. Em novembro, retorna para consulta com o médico do Hospital Sírio-Libanês e também ao IBCC, onde também é acompanhada. "Repito os exames de sangue, a mamografia e o ultrassom, para ver se tem algum foco ou se estou sem tumor. Após um período de cinco anos posso ser considerada curada."

Andreia enfatiza a importância do autoexame e do tratamento precoce. "Quando descobri, o tumor tinha menos de um centímetro. Mesmo assim causou uma reviravolta na minha vida. Daí começou toda essa jornada. O diagnóstico precoce faz toda a diferença, porque o tumor pode ser pequeno, mas a gente não sabe o quão agressivo ele é", diz.

Ela planeja retomar as atividades físicas assim que se sentir melhor. "Ainda me sinto muito cansada fisicamente por conta da quimioterapia e da radioterapia. Daqui a uns seis meses ou menos vou estar totalmente normal", afirma.

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