"Médica me tirou do fundo do abismo"

Arquivo Pessoal
Maria Lúcia de Oliveira del Padre, 58, paciente da médica Andrea Shimada, oncologista clínica do Hospital Sírio-Libanês

"Sempre fui muito cuidadosa com a saúde, fazia mamografia e ultrassom de mama anualmente. Morava em Uberlândia (MG) e todos os dias corria cinco quilômetros. Um dia, chegando em casa, ao tirar a roupa passei a mão no seio e senti algo estranho. Me desesperei e corri para o mastologista. Ele riu de mim, disse que não era nada e me mandou para casa. Em um mês aquilo cresceu", conta Maria Lúcia de Oliveira del Padre, 58.

Isso aconteceu em 2016. Hoje, Maria Lúcia mora em Goiânia (GO) e viaja para São Paulo a cada 21 dias para fazer tratamento, uma rotina que já dura quatro anos. Paciente de Andrea Shimada, oncologista clínica do Hospital Sírio-Libanês, Maria Lúcia encontrou na médica a confiança que precisava para enfrentar e vencer a doença.

"Para mim, o diagnóstico em Uberlândia foi terrível. Eu já estava me vendo morta. Sou uma pessoa muito otimista, mas naquela hora, do jeito que foi, me derrubou. Porque corri atrás, eu queria saber o que era", diz.

A nora de Maria Lúcia insistiu para que ela buscasse uma segunda opinião e sugeriu que fosse ao Hospital Sírio-Libanês. "Fui para São Paulo e a Dra. Andrea [Shimada] me tirou, literalmente, do fundo do abismo. Pediu todos os exames de novo e viu que, além da mama, eu tinha metástase no fígado. Chorando muito, perguntei se eu iria morrer. Ela disse que iríamos cuidar, fazer um tratamento e lutar. Foi totalmente diferente do que havia sido falado até então."

Maria Lúcia conta que passou o dia no Hospital Sírio-Libanês para os exames e no dia seguinte os resultados já estavam prontos. "Aí começou minha confiança. Quem te dá o diagnóstico, quem te cuida é quem te deixa confiante também", afirma.

O tratamento teve início com a quimioterapia, que terminou em outubro de 2016. "Foi um sucesso, desapareceu o câncer tanto da mama como do fígado", conta. A médica recomendou que Maria Lúcia consultasse também um cirurgião oncológico especialista em retirada de mama. Foram retirados a mama e 38 linfonodos. A biópsia do material recolhido mostrou que o câncer tinha desaparecido. "O câncer que tratei não tem cura, mas, no meu caso, ele foi embora."

O câncer no fígado também sumiu. Maria Lúcia passou por três radiocirurgias no fígado e 25 radioterapias na mama. "Foi um sucesso. A cada três meses, faço todos os exames, pet scan [um dos exames de imagem mais modernos usados em oncologia e que indica com precisão a evolução do câncer] e continua tudo sob controle. Na verdade, o que faço hoje é uma manutenção."

Maria Lúcia diz que foi tudo muito rápido, em três meses o nódulo já não era mais palpável. "Sou muito feliz, muito grata. O câncer sumiu, mas passei por uma cirurgia de mastectomia radical, esvaziamento de axilas, fiz radioterapia e radiocirurgia no fígado. Passei por tudo que tinha de passar e continuo com as minhas aplicações, faço terapia com anticorpos monoclonais a cada 21 dias", conta.

Quando encontra pessoas na mesma situação, ela tenta confortar e diz que é apenas uma fase. "O que vai te levantar são os profissionais e a sua cabeça. Na hora que minha médica falou 'vamos fazer o tratamento, com certeza vai dar certo, vai depender muito de você', levantei minha cabeça e fui em frente", diz Maria Lúcia.

OUTUBRO ROSA

"O Outubro Rosa é muito importante, porque a maioria da mulheres acha que nunca vai acontecer. As mulheres precisam conversar entre si, fazer os exames periódicos. O Outubro Rosa é um chacoalhão nas mulheres, um chamado de alerta de que é preciso se cuidar, de que o câncer é uma doença que tem cura. Já ouvi muita gente dizer que não faz exame porque tem medo de encontrar alguma coisa. E não é bem assim. Existe vida após o câncer. O Outubro Rosa está aí para lembrar da prevenção. Isso deveria acontecer todos os dias, não só em outubro."

Espaço Pago
Espaço pago