Neurologista descobre câncer de mama após dar à luz

Arquivo Pessoal
A neurologista Daniela Laranja, 44, se exercita na academia

A neurologista Daniela Laranja, 44, descobriu que estava com câncer de mama logo depois de dar à luz, em 2014. "Sempre fiz o autoexame na hora do banho. Durante a gravidez, senti um nódulo na mama esquerda. Mas, por estar grávida, achei que os gânglios estavam inchados. Meus exames, do final do ano anterior, estavam normais, então fiquei bem tranquila", conta Daniela.

Quinze dias depois do nascimento do bebê, em outubro daquele ano, Daniela notou novamente o nódulo. Em consulta, seu obstetra pediu a biópsia. O resultado apontou um carcinoma. "O mundo caiu. Imagine, com um filho recém-nascido", lembra.

Um mês após o nascimento do bebê, Daniela fez mastectomia - retirou a mama esquerda - e esvaziamento axilar. "Dias depois da mastectomia, fiquei muito abalada, porque é uma agressão. Você se olha no espelho e se vê reta de um lado. Com o apoio do meu marido, da minha família e da equipe médica, a coisa foi ficando mais tranquila", conta.

As sessões de quimioterapia começaram em janeiro de 2015. "Não passei muito mal. Após dois ciclos de quimioterapia eu já tinha a minha peruca, que comprei antes. Na sequência, fiz um mês de sessões de radioterapia. Hoje, trabalho normalmente e me exercito na academia." Atualmente, Daniela mantém seu tratamento com quimioterapia oral e planeja fazer a reconstrução mamária completa.

Daniela diz que a experiência fez com que ela passasse a dar valor ao que realmente importa e a não se preocupar com o que não vale a pena. "Colegas do trabalho enviaram flores na primeira sessão de quimioterapia. Achei isso demais. Estava na sala para iniciar a quimio e chegou um buquê com uma mensagem de que tudo ia ficar bem. Você começa a ver realmente quem são as pessoas, quem está do seu lado, quem te dá apoio."

A neurologista faz questão de reforçar a importância da atividade física. "É uma coisa que me ajuda muito. Não só nos efeitos colaterais do medicamento. Me traz muito bem-estar." Ela incorporou a atividade física no seu dia a dia e passou a se preocupar mais com a alimentação. "Depois que acabou a quimioterapia achei que meu braço não voltaria ao que era antes. Comecei a treinar em uma academia especializada nesse tipo de recuperação, a Studio Kraft, e meu braço está normal. Faço musculação e levanto peso."

Segundo Daniela, o esvaziamento da axila afeta um pouco a musculatura, o braço fica mais fraco e tende a ser mais inchado. "A maioria das mulheres pensa que esse é um braço que não deve ser tocado. Mas não é bem assim. Tomo cuidado para não machucá-lo, mas malho normalmente. Ele é tratado hoje como um braço qualquer."

"A vida não acaba por causa do câncer, em todos os sentidos. Se valoriza o câncer, ele fica maior. Mas tem tratamento, tem princípio, meio e fim. Tem que olhar o futuro. Hoje tenho um filho de 6 anos, meu esposo, minha família, trabalho, curto a vida", diz a médica.

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