A veterinária Rosemeire Sena Lopes, 56, sempre foi muito cuidadosa com seus exames. Faz mamografia todos os anos, além dos outros exames indispensáveis que toda mulher deve fazer rotineiramente. Foi assim que descobriu um nódulo na mama em dezembro de 2018. O câncer foi diagnosticado em fevereiro de 2019.
"Tenho todos os exames dos últimos 20 anos. Por conta desse cuidado em não me atrasar com eles, descobri ainda bem pequeno e o tratamento foi menos agressivo. Os exames de rotina são muito importantes. O Outubro Rosa vem para lembrar isso. Quanto antes for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento", alerta Rosemeire.
O nódulo de Rosemeire tinha um centímetro e não era palpável. "Ele estava bem escondidinho mesmo. Fiz todos os exames e consultas de forma particular, porque estava sem convênio médico. Quando veio o resultado da biópsia entrei em desespero, porque eu não sabia como iria fazer. Não tinha ideia de como seria o tratamento. Foram as amigas, muito queridas, do meu trabalho que me mostraram que eu não estava sozinha e que encontraria o tratamento necessário no SUS", diz Rosemeire.
Rosemeire buscou atendimento em uma UBS na Casa Verde e de lá foi encaminhada para o sistema. "Isso foi em 15 de fevereiro de 2019, na semana seguinte liguei para o serviço perguntando se havia saído alguma vaga. Eu estava desesperada, pois o tempo estava passando. A pessoa que me atendeu disse que tinha uma vaga no Ambulatório de Filantropia do Sírio-Libanês e a consulta já estava marcada para a semana seguinte."
A veterinária fez todos os exames pré-operatórios nas unidades de saúde da região da Casa Verde e o ultrassom de mamas no Sírio-Libanês. A cirurgia aconteceu em 19 de março. "A cirurgia não deformou meu peito. O nódulo do peito era positivo para câncer, mas os linfonodos não estavam comprometidos e não foi necessário fazer o esvaziamento da axila", conta.
O Ambulatório de Filantropia do Sírio-Libanês atende pacientes com câncer de mama encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde por meio da Prefeitura de São Paulo. "Quando essa paciente chega ao ambulatório do Sírio-Libanês ela é atendida pelos médicos do corpo clínico do nosso hospital. Confirmamos o diagnóstico e criamos um plano de cuidado para essa paciente. Fazemos todo o tratamento ambulatorial, a cirurgia e acompanhamos essa mulher por cinco anos", explica Vânia Bezerra, Superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Sírio-Libanês.
"A cirurgia foi muito tranquila. Faço o acompanhamento no ambulatório e eles dizem que serei paciente por, no mínimo, cinco anos. Tenho de monitorar e fazer os exames. Se estiver tudo bem, em cinco anos terei alta", diz Rosemeire.
O tratamento oncológico de Rosemeire é feito no IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer). "Não precisei de quimioterapia convencional porque o tumor era bem pequeno e o protocolo de tratamento era de 15 sessões de radioterapia, o tratamento mais curto. Também comecei a quimioterapia oral. Recebo o medicamento no IBCC todos os meses, em dia e horários marcados. É muito bem organizado", conta.
AMBULATÓRIO
Rosemeire elogia o acompanhamento que é realizado no Ambulatório de Filantropia do Sírio após a cirurgia. "Tem psicólogos, assistente social, nutricionista. Fui a vários eventos no ano passado que promoviam a autoestima das mulheres que passaram por tratamento. Teve palestras, oficina de maquiagem, ensinaram como amarrar o lenço - eu não precisei, mas muitas mulheres precisavam do lenço. Se for preciso, o médico encaminha para atendimento psicológico ou para um nutricionista. Eu passei com psicólogo lá. É muito legal, eles dão muito apoio", finaliza.