Ao colocar o vinho na taça, muitas vezes não nos damos conta de como esse líquido precioso veio chegou até nós.
Há um processo longo e trabalhoso, desde a retirada da uva do cacho até a chegada da bebida à mesa, para que a experiência de degustação seja a mais prazerosa possível.
A transformação da uva em vinho é chamada de vinificação. Para cada um dos tipos de vinho (tinto, branco, rosé, espumante) há um processo específico de vinificação.
No caso dos tintos, depois de as uvas serem colhidas (manualmente ou com a ajuda de máquinas), elas são, geralmente, desengaçadas (processo que separa o cabinho dos bagos). Depois, são enviadas para os recipientes onde irão ocorrer o processo fermentativo.
O suco da uva é mantido junto com as cascas, para que o líquido fique com a cor característica e adquira os taninos necessários. Essa etapa recebe o nome de ma-ceração. Ocorre a fermentação, e o açúcar é transformado em álcool.
Após o processo fermentativo, o líquido pode ser levado para tonéis -dependendo do estilo que o enólogo deseja para o produto.
Depois, o vinho é engarrafado.
Johnny Mazzilli/Estúdio Folha | ||
Vinho no processo de vinificação |
O processo de vinificação dos brancos é diferente do processo dos tintos. Após o desengace, as uvas (geralmente brancas, mas podem ser tintas também) são enviadas para a prensa. Lá as cascas são espremidas e o líquido é enviado para os recipientes onde ocorrerá a fermentação. O cuidado com os brancos costuma ser maior, pois são mais suscetíveis à oxidação.
Já os rosés são produzidos geralmente a partir de uvas tintas. O processo de vinificação pode ser feito de maneiras diferentes: por exemplo, em maceração idênti-ca à dos tintos, mas por um período de tempo menor; ou em uma prensagem rápida, diminuindo o contato do líquido com a casca.
Os espumantes, por sua vez, podem ser produzidos basicamente por meio de dois processos: o tradicional e o charmat.
No método tradicional, após a primeira fermentação (idêntica à dos vinhos brancos), o líquido é depositado em garrafas para que ocorra uma segunda fermentação, que dá origem às borbulhas. Já no método charmat, essa segunda fermentação se dá em tanques pressurizados e só depois há o engarrafamento.
É importante ressaltar que mesmo depois de engarrafados os vinhos continuam a sofrer alterações, como no aroma e na cor - é o chamado envelhecimento do vinho.
Principais uvas
Entre os tintos, a uva mais conhecida e cultivada em todo o mundo é a cabernet sauvignon, que em geral dá origem a vinhos com bom corpo e boa acidez.
Já a malbec é a uva símbolo da Argentina. Dá origem a vinhos normalmente bem encorpados.
Uma das uvas mais delicadas e sofisticadas do mundo é a pinot noir. Seu cultivo não é dos mais fáceis, mas é uma uva muito utilizada em espumantes, como os champagnes.
Entre os brancos, as uvas mais presentes no mercado são a chardonnay e a sauvignon blanc. A primeira é considerada a rainha das uvas brancas e mostra perfis diferentes de vinhos (dependendo de onde a uva é cultivada). Assim como a pinot noir, é uma uva muito utilizada na produção de champagne.
A sauvignon blanc gera uma bebida que pode ter características mais frutadas ou mais vegetais. Isso depende de onde a uva é colhida.