Hospitais colaboram para promover qualidade e segurança ao paciente

Ahfip propõe engajar a sociedade na troca de soluções para criar processos mais eficientes que beneficiem todo o sistema de saúde

Por mais difícil que se possa acreditar, a situação é muito comum: um paciente passa por uma cirurgia complexa, que levou 12 horas e foi realizada com três equipes. Já no quarto, ele acorda de madrugada para ir ao banheiro, tenta sair sozinho da cama, cai, bate a cabeça e perde a efetividade daquela cirurgia, além de ficar internado mais 15 dias por causa de um problema que poderia ter sido evitado. Além dos prejuízos para o paciente, casos como esse resultam em custos de saúde que poderiam ser direcionados para outros tratamentos urgentes.

Esse tipo de ocorrência é considerado um um evento adverso, uma complicação não atribuída à evolução natural da doença base. Segundo dados globais, 50% a 60% dos eventos adversos hospitalares são evitáveis. O Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente com protocolos básicos de segurança, mas não há dados que confirmem se eles são efetivamente implantados.

"Trinta por cento do dinheiro que circula na saúde é consumido por coisas que não geram valor para o paciente: inclusive pagar por eventos adversos que poderiam ter sido evitados", afirma o médico patologista Victor Piana de Andrade, membro do Conselho da Associação dos Hospitais Filantrópicos Privados (Ahfip). Andrade é também CEO do A.C.Camargo Cancer Center, que compõe a Ahfip com outros cinco hospitais de excelência: BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

A Ahfip nasceu da motivação dos seis hospitais para ampliar o acesso ao atendimento de qualidade e melhorar a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo. As primeiras ações da associação se concentrarão na busca de soluções para repensar o segmento, no compartilhamento de pesquisas e no fomento de observação e análise dos serviços de saúde com foco no cuidado assistencial. Com esse objetivo foram criados grupos de trabalho, entre eles o de Qualidade & Segurança, o primeiro grupo de trabalho que, a partir de agora, coloca juntos todos os especialistas de Qualidade & Segurança dos 6 hospitais associados.

"Os pacientes esperam segurança ao entrar em um hospital e isto só pode ser alcançado por meio da busca incessante pela padronização das melhores decisões e práticas, da mensuração diária dos níveis de segurança e com processos ágeis de melhoria. No dia a dia, condutas médicas diferentes somadas a práticas hospitalares sem padronização resultam em desfechos muito distintos entre hospitais", afirma Andrade.

O processo de segurança do paciente envolve a todos, do manobrista ao médico no centro cirúrgico. Lavar as mãos, por exemplo, cumprindo critérios internacionais, é uma obrigação de todos, incluindo pacientes e acompanhantes, que podem ajudar na observação desse processo e de todos que cuidam dele.

O Grupo de Qualidade & Segurança foi criado com a missão de ser a principal fonte de informações sobre segurança e qualidade assistencial ao paciente. "As instituições filantrópicas que fundaram a Ahfip são reconhecidas nacionalmente por serem centros de referência para o setor, pela sua tradição e posicionamento de excelência na prática da medicina", afirma José Marcelo de Oliveira, presidente do Conselho da Ahfip e diretor do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

"Queremos reforçar ainda mais o conceito de atendimento de excelência pelo qual já somos reconhecidos, partindo da certeza de que, quando se trabalha de forma integrada, compartilhando e debatendo boas práticas de forma a incluir toda a cadeia, é possível gerar processos mais eficientes que beneficiem pacientes, operadoras e hospitais", completa.

Estúdio Folha

Os hospitais membros da Ahfip querem intensificar a troca de soluções para acelerar as melhorias para um número maior de pessoas e se comprometem a compartilhar seus aprendizados para ajudar toda a sociedade a avançar junto. "Medir e disponibilizar os indicadores de segurança do paciente, debater melhorias e buscar a perfeição é o nosso objetivo. Vamos assumir compromisso com o Dano Zero, que é um movimento mundial lançado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de esforço máximo para evitar o dano ao paciente", diz Andrade.

Ele destaca a importância do desenvolvimento de uma Cultura de Segurança nos hospitais e afirma que os membros da Ahfip fazem pesquisas periódicas internas para medir os indicadores de segurança e analisar em qual quesito é possível melhorar. Estas pesquisas são padronizadas internacionalmente, garantindo comparações com o passado e com demais entidades.

A Ahfip defende que pacientes e familiares se engajem e incluam a segurança e a qualidade como critério para escolher a instituição onde serão tratados. "É importante que, antes de se submeterem a procedimentos, conheçam os riscos envolvidos e os processos existentes para mitigá-los. E, por fim, perguntem e reflitam sobre suas atitudes e como elas podem ajudar a garantir sua segurança ", diz Andrade.

CRITÉRIO DE SELEÇÃO

A associação sugere que as empresas contratantes incluam o nível de segurança dos prestadores como critério de seleção da rede para seus colaboradores. "O governo também tem um papel fundamental em estabelecer um conjunto mínimo de indicadores auditáveis a serem divulgados por todos os prestadores de saúde. E os hospitais, por sua vez, precisam trazer isto para a pauta, seus processos, e fazer desta agenda uma iniciativa de todos", completa o executivo do A.C.Camargo.

A criação da Ahfip está relacionada a uma iniciativa de desenvolvimento do setor de saúde, principalmente com foco em alta complexidade de cuidado, que é o propósito dos seus fundadores. "Teremos grupos temáticos permanentes, como este de qualidade e segurança, troca de boas práticas entre os profissionais associados e iniciativas conjuntas em prol de pautas positivas que sejam convergentes para a sustentabilidade do setor de saúde. Vamos criar uma fábrica de ideias que vai unir as melhores e mais modernas práticas e promover o diálogo com os principais interlocutores", afirma Oliveira.

Segundo ele, o objetivo é apoiar e colaborar com agendas que sejam convergentes entre os hospitais filantrópicos privados de todo o país e, dessa forma, aumentar o número de associados.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha