Os setores de seguro, de previdência complementar e o de saúde suplementar têm como matéria prima os riscos e os dados pessoais de seus clientes. Para o mercado segurador, portanto, a proteção de dados é essencial. E segue desafiador, principalmente em razão da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), de 2018.
Tanto que a CNseg desenvolveu um guia de boas práticas para balizar a atividade das seguradoras. Ricardo Villas Bôas Cueva, ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), elogiou a iniciativa da entidade. Disse ainda que isso pode estimular a criação da autorregulação do assunto por setores e sugeriu a criação de um código de conduta."A confederação já tem um excelente guia de boas práticas, resultado de um trabalho longo, profundo e detalhado de diálogo com as empresas de seguros. Mas ainda não tem as mesmas características dos programas setoriais, como o código de conduta alemão, por exemplo"Ricardo Villas Bôas Cueva, ministro do Superior Tribunal de Justiça
Miriam Wimmer, diretora da ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados), considera a nova legislação complexa e transversal, gerando impactos em todos os setores da economia e do poder público.
"Temos a oportunidade e o privilégio de construir juntos essas interpretações, e entender os limites e possibilidades trazidos pela LGPD"Miriam Wimmer, diretora da Agência Nacional de Proteção de Dados
Vinicius Brandi, diretor da Susep, considera o assunto da proteção de dados extremamente relevante, pois também para ele, a informação é matéria prima do mercado de seguros e, bem trabalhada, permitirá lidar com as incertezas. "Assim, podemos conseguir um mercado com mais coberturas e acesso a um número maior de pessoas."
Ciberataque
Os ataques cibernéticos tiveram um aumento expressivo em razão da rapidez da digitalização da economia, estimulada pelo isolamento social na pandemia. Um deles é conhecido como "ransomware", que ataca o sistema, faz seu bloqueio e depois pede um resgate para desbloqueá-lo.
No setor de seguros, a Susep emitiu a circular 638, que dispõe sobre requisitos de segurança cibernética a serem observados pelas entidades seguradoras.
Sylvia Varoto, superintendente da Allianz Seguros, elogiou a circular. "Isso nos dá mais confiança no trabalho das seguradoras."
Diego Massara, superintendente da Junto Seguros, aprovou também a iniciativa da Susep: "Risco ruim é risco desconhecido. Temos novidades regulatórias, legais, e já sabemos como caminhar".