Documentário "Existir e Resistir: os desafios da Depressão" já está no ar

Filme mostra, por meio do relato de seis pacientes, a importância de falar sobre a doença

A depressão não escolhe idade, classe social, gênero ou cor. É uma doença que, apesar de atingir mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo, permanece um tabu. O documentário “Existir e Resistir: O desafio da Depressão”, que estreia hoje nos canais do Discovery Channel, Discovery Home & Health e TLC, mostra a jornada de seis pacientes que, por meio de relatos francos e emocionantes, contam como conseguiram retomar suas vidas.

Com cerca de 50 minutos, o documentário dá voz a seis pacientes, de perfis e lugares diferentes - do Brasil, Colômbia e México. "A grande lição da depressão, independente das nossas diferenças, é que ela nos iguala”, diz Rodrigo Astiz, que dirige o filme, uma coprodução do Discovery Channel e Mixer Filmes, apresentada pela Janssen Brasil, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson.

Astiz, que já dirigiu documentários premiados, diz acreditar que o filme ajudará a quebrar o estigma em torno da doença.

O médico psiquiatra Sergio Perocco, responsável pela área de Neurociências da Janssen Brasil, afirma que falar abertamente sobre o assunto é essencial. "A depressão precisa ser vista como qualquer outra doença, que a pessoa possa ir ao psiquiatra e fazer seu tratamento sem ser escondido", diz. Negar ou esconder o transtorno, lembra o especialista, acaba prejudicando a adesão ao tratamento. "A chance de uma pessoa adiar a busca por um especialista, esquecer de tomar uma medicação ou interromper o tratamento antes do tempo porque tem vergonha de sua condição é muito maior", afirma.

O Brasil é o quinto país no mundo em número de pessoas com depressão – cerca de 12 milhões, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Dessas, 20% pensam em suicídio e um terço sofre de depressão resistente ao tratamento. É aquele paciente que já tentou dois ou mais tratamentos e não melhorou", explica o psiquiatra.

Com narração do apresentador Zeca Camargo, o documentário mescla os depoimentos dos pacientes e de quatro psiquiatras para abordar os principais sintomas, dificuldade de aceitação e desafios do tratamento. O objetivo, diz o diretor, foi fazer um filme que desperte o interesse nas pessoas a conhecer mais sobre a depressão e, ao mesmo tempo, traga uma mensagem otimista. "Todos os que foram ouvidos conseguiram retomar suas vidas. É importante mostrar que tem, sim, solução".

A iniciativa do documentário inaugura uma nova fase do Movimento Falar Inspira Vida, criado para requalificar a conversa sobre depressão por meio do conhecimento, incentivando a busca por ajuda especializada. O movimento oferece informações que fortalecem as pessoas na hora de lidar com a depressão, como um guia prático de situações que vemos ou vivenciamos em nosso dia a dia ao dialogar com pessoas que podem estar com a doença. Para baixar o conteúdo e saber mais, acesse: falarinspiravida.com.br

‘Quero falar que os homens também podem ter depressão’

Homem não tem depressão? A pergunta é do ator global Rafael Zulu, outro nome escolhido para participar da iniciativa e que está usando suas redes sociais para divulgar o lançamento do documentário “Existir e Resistir: O desafio da Depressão” e estimular o debate em torno da doença.

O ator Rafael Zulu

Em um vídeo curto, Rafael reproduz um dos trechos do documentário, em que o paciente Mauro relata a dificuldade que encontrou para vencer o machismo e assumir que precisava de ajuda especializada. “Na verdade, achava que não era coisa de homem. Eu cresci ouvindo que ter depressão era coisa de homem fraco”, narra o ator no vídeo.

Rafael Zulu afirma que ficou honrado em participar dessa campanha, e de poder falar que os homens também podem ter depressão. "É muito importante mostrar um cara que chora, pede ajuda e assume que está doente. Poder ajudar outro homem a baixar a guarda, entender que é uma doença e abrir a cabeça, independente dos rótulos, do machismo que a gente carrega."

‘É preciso fazer um alerta sobre a importância da escuta’

"Minha família não entendia no início e vivia dizendo para mim: 'Ah, você não tem do que reclamar. Tem tanta gente com problemas mais graves que o seu'. Para eles, a depressão não era uma doença. Achavam que era coisa da idade."

Interpretado pela atriz Débora Nascimento, o texto é inspirado em um depoimento real do documentário “Existir e Resistir: O desafio da Depressão”.​

A atriz Débora Nascimento

A atriz faz parte do time de atores escolhidos pela Janssen para falar sobre a necessidade de as pessoas buscarem ajuda especializada. Com quase cinco milhões de seguidores apenas no Instagram, Débora lançou o vídeo em suas redes sociais para fazer um alerta sobre a importância da escuta.

"Eu já precisei de ajuda e da empatia para passar por alguns processos, ter acolhimento sem qualquer tipo de julgamento é essencial para começar a sair de qualquer crise. Estar realmente presente em convívio faz toda diferença para perceber sinais de que alguém não está bem.”