Amor e assassinato estão presentes em "Mata Teu Pai"

A atriz Debora Lamm brada sobre questões como violência, traição, amor e assassinato na peça "Mata Teu Pai'', que estreou nesta quarta (5) no Festival de Curitiba e fecha sua participação nesta quinta (6), no Sesc da Esquina. Ainda há ingressos, que custam R$ 70 cada um.

Annelize Tozetto/Divulgação/Estúdio Folha
Cena da peça "Mata Teu Pai"
Cena da peça "Mata Teu Pai"

Livremente adaptado do mito trágico de Medeia, o espetáculo foi escrito por Grace Passô especialmente para celebrar os 20 anos de carreira de Debora. Em cena, a artista, que atualmente está no elenco do humorístico "Zorra'' (TV Globo), aborda temas como feminismo e preconceito enquanto descreve uma vida cheia de questionamentos, dores e desprezo. Falando todo o tempo diretamente com a plateia, como se todos lá fossem suas filhas, a personagem reflete sobre a condição da mulher e a situação desconfortável dos imigrantes.

Um grupo de 14 senhores e senhoras também participou fazendo coro em determinados trechos. A direção ficou a cargo de Inez Viana, que se propôs, posteriormente, a fazer uma trilogia da obra - estendendo a temática para as linguagens de dança e ópera.

TRAUMAS DA PEDOFILIA
O tema da peça "Blackbird'' é tenso: ela parte de um caso real de pedofilia para retratar o reencontro entre um homem de 56 anos e uma mulher de 27, que aos 12 havia sido abusada sexualmente por ele, que tinha 41 na época. Vencedora do prêmio revelação do Festival Internacional de Edimburgo e do Prêmio Laurence Olivier Award, a montagem estreou no Rio de Janeiro em 2014 sob a direção de Bruce Gomlevsky.

O texto do escocês David Harrower discute as consequências a longo prazo desse abuso, colocando frente a frente essa moça atormentada e seu agressor, contrapondo instintos sexuais e padrões éticos e morais. A última sessão de "Blackbird'' no festival, nesta quarta (5), marcou a 100ª apresentação do espetáculo, encenado por Viviani Rayes e Yashar Zambuzzi.

MOSTRA DE DANÇA
Para quem gosta de dança, quarta (5) foi dia de ver "Para que o Céu Não Caia'' no Espaço Thá, dentro da mostra Movva. Criada e dirigida por Lia Rodrigues, a coreografia é baseada no mito do fim do mundo relatado pelo xamã yanomami Davi Kopenawa.
Os movimentos apresentados na obra servem como tentativa de sobreviver em um mundo assombrado por tantas catástrofes e mudanças climáticas. Os artistas instigam reflexão sobre o que cada um de nós pode fazer para "segurar o céu'', que, segundo o xamã, desaba quando a harmonia do universo se rompe.

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