Pouco conhecida, DPOC é a 3ª causa de morte no mundo

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica não tem cura, mas pode ser tratada e evitada1,3

Cansaço, falta de ar, tosse crônica com pigarro. Esses são os principais sintomas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), conhecida como enfisema e bronquite crônica2,3. A DPOC afeta cerca de 300 milhões de pessoas e é a terceira causa de morte no mundo2,3. "O mais preocupante é que a grande maioria das pessoas com DPOC, entre 80% e 90% delas, não sabem que têm a doença. E, entre aquelas que sabem, poucas estão tratando", afirma o pneumologista Franco Martins, gerente médico da biofarmacêutica GSK. E, no mês em que se celebra o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, esse é um importante momento para se falar mais e conscientizar sobre a DPOC2,11.

Dr. Franco explica que enfisema é uma degeneração dos alvéolos pulmonares e bronquite crônica é a inflamação dos brônquios. Essas alterações na estrutura de funcionamento dos pulmões causam o estreitamento, obstrução ou bloqueio da passagem do ar nas vias aéreas, que caracterizam a DPOC1. "Na maioria dos casos, a doença se desenvolve a partir dos 50, 60 anos. A pessoa sente cansaço, tem falta de ar e dificuldade para subir escadas, subir uma ladeira, sofre com tosse crônica, com catarro ou pigarro. E os sintomas aumentam progressivamente. Os casos começam de forma mais leve e muita gente não procura ajuda médica ou demora a chegar num diagnóstico", afirma (veja quadro).

Segundo o médico, muitas pessoas acabam pensando que esses sintomas são decorrentes do envelhecimento, obesidade, mau condicionamento físico ou por conta de problemas no coração, como pressão alta, retardando o diagnóstico correto.

"O fumo é a principal causa e a doença não atinge apenas fumantes ativos, acometendo pessoas que fumaram na juventude, por períodos entre 10 e 20 anos", diz Dr. Franco. A DPOC não tem cura, mas pode ser tratada através de medicamentos e prevenida. A melhor maneira de evitá-la é não fumar ou largar o cigarro — tanto o tabaco, narguilé ou vape são prejudiciais1,3.

Os pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica têm mais que o dobro de risco de contrair coqueluche4, doença altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis e conhecida como tosse comprida5,6. Ela afeta o sistema respiratório e pode levar ao agravamento da DPOC7. "O pulmão tem um sistema estrutural de defesa, fazendo parte da nossa imunidade respiratória. Na DPOC esse sistema está prejudicado pela bronquite e pelo enfisema. Então, a capacidade de se defender de agentes infecciosos, como a bactéria da coqueluche, é reduzida. Daí o aumento do risco de contrair esta e outras infecções respiratórias", afirma.

Como forma de evitar um importante fator associado a descompensação da DPOC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) recomendam a vacinação com dTpa ou tríplice bacteriana acelular (que protege contra difteria, tétano e coqueluche) para portadores da doença, com reforços a cada 10 anos7,8. "Como a coqueluche é uma doença transmissível, é importante que não apenas o paciente com DPOC se vacine, mas também quem convive com ele."

O pneumologista explica ainda que, na faixa dos 50 anos, o organismo intensifica um processo chamado imunossenescência, que é o envelhecimento natural do sistema imunológico, com diminuição da capacidade das células imunes e anticorpos combaterem infecções. "Somada à imunossenescência, o paciente com DPOC tem a imunidade prejudicada por conta da própria doença. E isso aumenta o risco para todos os tipos de infecção, não apenas as pulmonares. Então o ideal é tomar todos os cuidados que possam prevenir infecções."

Dr. Franco recomenda que o paciente com DPOC proteja-se também contra outras doenças infecciosas, como influenza, pneumonia, Covid-19 e herpes zoster - doença causada pela reativação do vírus da catapora8. "Pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica têm mais riscos de desenvolver herpes zoster nas formas graves e as sequelas também são piores. A recomendação da vacina nesses casos consta nas diretrizes internacionais."

Neusa Maria Ciola, 66, de Rio das Pedras (SP), tem DPOC. Ela conta que teve asma quando criança e, por vários anos, a doença ficou adormecida. Fumante durante 25 anos, havia largado o cigarro quando começou a sentir os sintomas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. "Tossia demais e tinha muita falta de ar. Fiquei mal a ponto de ter que parar de trabalhar (ela é revendedora de produtos de beleza) e não conseguia fazer coisas básicas, como tomar banho e conversar", conta.

Procurou ajuda médica e, a partir do exame de espirometria - que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira -, teve o diagnóstico de DPOC. "Comecei o tratamento com medicamentos indicados pelo médico. Também fazia fisioterapia para melhorar a capacidade respiratória. Aos poucos, fui melhorando", explica.

Neusa diz que ter o diagnóstico foi fundamental para iniciar o tratamento corretamente, que possibilitou que ela voltasse a ter uma vida normal. "Sinto que voltei a viver: faço tudo o que gosto e brinco com meus netos, o que não conseguia na fase crítica da doença."

MATERIAL DIRIGIDO AO PÚBLICO GERAL. POR FAVOR, CONSULTE O SEU MÉDICO.
(NP-BR-PTU-STBD-230001–NOVEMBRO/2023)

Referências:

  1. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Você sabe o que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica? Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-parar-de-fumar/noticias/2022/voce-sabe-o-que-e-a-doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica>. Acesso em: 16 out. 2023

  2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Dia Mundial da DPOC: campanha de conscientização é em 16 de novembro. Disponível em:<https://sbpt.org.br/portal/dia-mundial-da-dpoc-2022/>. Acesso em: 16 out. 2023.

  3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Chronic respiratory diseases. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/chronic-obstructive-pulmonary-disease-(copd)>. Acesso em: 16 out. 2023.

  4. BUCK, P. O. et al. Economic burden of diagnosed pertussis among individuals with asthma or chronic obstructive pulmonary disease in the USA: an analysis of administrative claims. Epidemiology & Infection, v. 145, n. 10, p. 2109-2121, 2017;

  5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Coqueluche (pertussis). Disponível em: <https://familia.sbim.org.br/doencas/coqueluche-pertussis>. Acesso em: 16 out. 2023.

  6. EUROPEAN CENTER FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL. Disease factsheet about pertussis. Disponível em: <https://www.ecdc.europa.eu/en/pertussis/facts> Acesso em 16 out. 2023.

  7. THE GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUTIVE LUNG DISEASE (GOLD). 2021 GOLD Report, p. 12-14, 2021. Disponível em: <https://goldcopd.org/wp-content/uploads/2020/11/GOLD-REPORT-2021-v1.1-25Nov20_WMV.pdf>. Acesso em 16 out. 2023.

  8. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Guia da Imunização SBIM/SBPT Pneumologia 2018-2019. Disponível em: <https://sbim.org.br/images/files/guia-pneumologia-sbim-2018-2019.pdf>. Acesso em 16 out. 2023.

  9. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Vídeo educativo. Disponível em: . Acesso em 16 out. 2023.

  10. PLATINO. Estudo de seguimento de nove anos sobre DPOC na cidade de São Paulo: o problema do subdiagnóstico. Disponível em: . Acesso em 16 out. 2023.

  11. THE GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUTIVE LUNG DISEASE (GOLD). WORLD COPD DAY 2023. Disponível em: <https://goldcopd.org/world-copd-day-2023/>. Acesso em 16 out. 2023.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha.