RETRATOS DO BRASIL- Pesquisa Observatório Febraban mostra os efeitos da pandemia na vida dos brasileiros e as perspectivas para 2021

No ano em que a pandemia da Covid-19 submeteu o mundo a um estresse sem precedentes, parou a economia e obrigou a sociedade a se reinventar, a população brasileira elencou as instituições, pessoas e práticas que fizeram a diferença. É o caso das instituições sólidas, do comportamento solidário e do avanço da tecnologia digital, que garantiu às pessoas e empresas tocarem seus negócios e finanças, permanecendo seguras em suas casas.

A pandemia reforçou a confiança da população nas instituições mais tradicionais, com histórico comprovado de atuação na sociedade brasileira, de acordo com o último Observatório Febraban, pesquisa conduzida pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas) que entrevistou 3.000 pessoas na última semana de novembro em todo o país.

É o caso das Forças Armadas e das igrejas, com confiança de 65% e 60%. Os bancos aparecem logo em seguida, com índice de 57%, enquanto as empresas privadas têm a confiança de 52% dos entrevistados. As redes sociais tiveram um índice de confiança significativamente menor (29%).

"Essa pesquisa expressa como as instituições, as entidades, as empresas e algumas personalidades ajudaram o brasileiro a resistir e a conviver com essa pandemia. Houve um reconhecimento das iniciativas e das personalidades que mostraram mais empatia, mais solidariedade, e que mais contribuíram", disse o cientista-político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

As empresas privadas, os bancos, as instituições religiosas, a imprensa e as Forças Armadas, nesta ordem, foram as cinco instituições mais bem avaliadas no enfrentamento da pandemia. Depois, na sequencia, aparecem os governos estaduais, municipais e Federal.

Os brasileiros também apontaram o Institutos Butantan, a Fiocruz e o Hospital Emílio Ribas como os laboratórios públicos que tiveram a atuação mais destacada em pesquisas para vacinas e remédios para combater o coronavírus. Entre os médicos citados, destacaram-se Drauzio Varella, Roberto Kalil Filho, Ana Escobar e David Uip.

As cinco marcas e empresas mais lembradas pelos brasileiros por doações e ações solidárias durante os meses de pandemia foram, nessa ordem, o Itaú, Caixa Econômica Federal, os bancos em geral, Ambev e Bradesco. Por atividade econômica, os bancos, qualificados como serviço essencial e que doaram mais de R$ 1,2 bilhão para o combate à Covid-19, foram vistos como o segmento mais solidário, com 29% das respostas, seguidos pela indústria (18%), serviços/comércio (14%) e agricultura/pecuária (5%).

“Nos primeiros meses da pandemia, 230 mil bancários trabalharam remotamente nas suas casas cuidando da vida financeira de todos nós. Os bancos foram um fator de segurança na gestão da poupança dos brasileiros. Conseguimos manter o sistema financeiro e de pagamentos funcionando plenamente, mesmo com a estratégia de distanciamento social. Graças aos bancos, as pessoas e as empresas nem sequer perceberam mudanças em seu dia a dia", ressalta Isaac Sidney, presidente da Febraban.

A Federação Brasileira de Bancos destacou-se como entidade de classe que os entrevistados mais ouviram falar durante a crise, com avaliação ótima/boa de 59%.

"Essa pesquisa expressa como as instituições, as entidades, as empresas e algumas personalidades ajudaram o brasileiro a resistir e a conviver com essa pandemia. Houve um reconhecimento das iniciativas e das personalidades que mostraram mais empatia, mais solidariedade, e que mais contribuíram"

Antonio Lavareda, cientista-político do Ipespe

O estudo faz a avaliação dos poderes da República. O STF (Supremo Tribunal Federal) surge como a corte que mais contribuiu com o país na avaliação de 48% dos entrevistados, seguido do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mencionados por 30% e 23%.

Já entre as casas legislativas, a Câmara dos Deputados foi reconhecida por 66%. O Senado, por 34%. De forma geral, o Congresso teve avaliação positiva (ótima/boa) de 32%, e o Judiciário, de 34%.

"Os bancos foram um fator de segurança na gestão da poupança dos brasileiros. Conseguimos manter o sistema financeiro e de pagamentos funcionando plenamente, mesmo com a estratégia de distanciamento social. Graças aos bancos, as pessoas e as empresas nem sequer perceberam mudanças em seu dia a dia"

Isaac Sidney, presidente da Febraban

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