Zona norte de São Paulo ganha dois novos centros para tratamento de dor crônica e reabilitação

Com investimento de R$ 860 mil, Prefeitura inaugura na região o 32º Centro Especializado em Reabilitação (CER) e o 4º Centro de Referência da Dor Crônica (CRDor) da cidade

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Prédio que abriga o Centro Especializado em Reabilitação e o Centro de Referência da Dor Crônica, em Pirituba, zona norte de São Paulo; pacientes devem passar primeiro por uma das 470 UBSs Edson Lopes Jr./SECOM

Reabilitação e tratamento de dores crônicas. Essas são algumas situações na área da saúde que requerem investimento constante em razão da demanda crescente. Em dor crônica, por exemplo, pesquisas mostram que mais de 30% da população mundial sofre com essa enfermidade. No Brasil, o índice beira os 40%.

Na cidade de São Paulo, os moradores de Pirituba e região, na zona norte, agora podem contar com mais dois centros especializados tanto em reabilitação quanto em dores crônicas.

No último dia 18 de julho, a Prefeitura de São Paulo entregou o 32º Centro Especializado em Reabilitação (CER) e o 4º Centro de Referência da Dor Crônica (CRDor) da cidade, com o investimento de mais de R$ 860 mil.

Os dois novos centros, abrigados em um mesmo complexo, permitem a ampliação do atendimento a pessoas com deficiência ou com dores crônicas, oferecendo equipamentos de qualidade e equipe qualificada. Quem necessita também recebe cadeiras, próteses e outros recursos.

O cuidado dos pacientes tem como base o conceito de Projeto Terapêutico Singular (PTS), que é um conjunto de condutas clínicas ou não propostas de acordo com as necessidades de um sujeito individual ou coletivo, geralmente em situações mais complexas, construídas a partir da discussão de uma equipe multidisciplinar.

Os encaminhamentos dos pacientes aos novos serviços especializados (CER e CRDor) são feitos sempre pelas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade, que são a porta de entrada para o atendimento à população.

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Centro Especializado em Reabilitação Pirituba

O CER Pirituba oferece atendimento especializado a:

  • recém-nascidos de alto risco ou com deficiência estabelecida;
  • crianças, adultos e idosos com deficiência física, auditiva e intelectual que necessitem de reabilitação com equipe multiprofissional;
  • intervenção em casos pós-alta hospitalar;
  • casos neurológicos que necessitem de reabilitação;
  • casos recentes de pós-operatórios ortopédicos;
  • casos de fraturas e lesões ligamentares recentes;
  • pessoas com deficiência que requerem recursos e dispositivos de tecnologia assistiva física e auditiva;
  • pessoas com deficiência que precisam ser assistidas pelo programa Acompanhante da Pessoa com Deficiência (APD) para o cuidado em saúde e casos crônicos agudizados.

A unidade conta com três modalidades de atendimento:

  • Física: voltada para a recuperação de atividades motoras decorrentes de lesões neurológicas (causadas por AVC, lesões medulares etc.) e ortopédicas (pós-operatórios cirúrgicos, fraturas, traumas, amputações etc.)

  • Intelectual: para pacientes que apresentam algum déficit intelectual, de comunicação ou linguagem

  • Auditiva: aos pacientes com perda ou suspeita de perda de audição

O CER Pirituba também avalia, prescreve e entrega próteses, órteses, meios de locomoção (bengalas, andadores, cadeiras de rodas), cadeiras de banho e aparelhos auditivos. Esse serviço acompanha a prescrição do equipamento, o molde, a entrega ao paciente e a sua manutenção.

O centro integra a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e terá o custo mensal de R$ 440 mil. Entre os serviços oferecidos pela unidade está o Nirvana, equipamento de gameterapia que utiliza a tecnologia para auxiliar as atividades de coordenação motora das pessoas que necessitam.

O prédio do CER Pirituba possui 39 salas, sendo seis consultórios, uma sala de estimulação sensorial e uma de cinesioterapia. Ao todo, serão 53 colaboradores, incluindo neurologista, ortopedista, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.

Uma das moradoras agendadas para o primeiro dia de trabalho do CER Pirituba foi Karine Cilene Valeriano, mãe do Gustavo, 14. Ela diz que, antes da chegada do novo centro, tinha dificuldade para conseguir o serviço especializado para seu filho.

"Às vezes, só conseguíamos um encaminhamento para o CER da Freguesia do Ó. Agora, com esse aqui na região, nem se compara", afirma.

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Os dois equipamentos para reabilitação e para o combate à dor crônica disponibilizam salas multiuso e profissionais especializados - Edson Lopes Jr./SECOM

Centro de Referência da Dor Crônica Pirituba

O CRDor Pirituba presta assistência integral e especializada a pacientes com dor crônica (acima de três meses com a mesma dor), incluindo avaliação multiprofissional, avaliação específica, indicação e tratamento medicamentoso, e terapias adjuvantes e em grupo. A estimativa é atender cerca de 2.000 pessoas por mês.

O centro trabalha não só com a reabilitação, mas com a educação da dor crônica, pois, muitas vezes, o paciente pode melhorar a sensação de dor na sessão realizada, mas, ao chegar em casa e fazer algum movimento, a dor piora.

Por isso, a função do CRDor é ajudar os pacientes a lidarem com a dor em suas atividades cotidianas, seja no trabalho, para brincar com os filhos, com os netos, ou para fazer atividades rotineiras.

Entre as principais queixas de dor crônica estão lombalgia (dor na região lombar), dor na cervical, fibromialgia, hérnia de disco, tendinite, bursite, cefaléia e enxaqueca.

São oferecidas terapias manuais, prática de exercícios físicos, eletroterapia, educação em saúde e educação da dor, terapia cognitivo comportamental e práticas integrativas e complementares em saúde (Pics), como meditação, ioga, acupuntura, auriculoterapia, termoterapia, entre outras.

O Centro de Referência da Dor dispõe de 18 salas, com consultório, sala multiuso e uma sala para esterilização. Ao todo, 26 profissionais atuarão no CRDor, entre médico neurologista, fisiatra, acupunturista, reumatologista, fisioterapeuta, assistente social, psicólogos etc. O custo mensal da unidade será de R$ 239 mil.

* Esta página é uma produção do Estúdio Folha para a Prefeitura de São Paulo e não faz parte do conteúdo jornalístico da Folha de S.Paulo