No verão, tendas da Operação Altas Temperaturas vão abrir toda vez que termômetro atingir 32 ºC

Com prognóstico de muito calor na estação, objetivo é proteger vulneráveis e idosos em ação que irá até 31 de março de 2024; espaços funcionarão das 10h às 16h em pontos estratégicos da cidade

O verão começa oficialmente no Brasil no próximo dia 22 de dezembro, e as ondas de calor já registradas na primavera anunciam que será um período de altíssimas temperaturas.

Em razão disso, a Prefeitura de São Paulo manterá a Operação Altas Temperaturas (OAT) até o dia 31 de março do próximo ano. A operação foi criada neste ano, por determinação da atual gestão, para proteger as pessoas mais vulneráveis, como as que estão em situação de rua e os idosos, dos efeitos das variações climáticas e do calor extremo.

Atendente de tenda da Operação Altas Temperaturas entrega fruta para um paulistano; ação já realizou mais de 325 mil atendimentos
Atendente de tenda da Operação Altas Temperaturas entrega fruta para um paulistano; ação já realizou mais de 325 mil atendimentos - Edson Lopes Jr./SECOM

A ação começou no dia 20 de setembro. É acionada sempre que a temperatura ou a sensação térmica atinge 32 °C ou mais, conforme análises do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE).

"O prognóstico é de muito calor. Devemos ter ao menos 1 ºC acima da média histórica do período", afirma Franco Nadal Villela, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

As previsões de alta também se aplicam à umidade e à ocorrência de chuvas. "Poderemos ter chuvas acima da média, principalmente em dezembro e janeiro", diz Villela.

O meteorologista lembra que o calor úmido costuma ser mais agressivo para o corpo humano. "Restringe a capacidade de o suor evaporar, o que faz aumentar o risco de hipertermia (aumento da temperatura corporal devido à exposição ao calor excessivo)", explica.

ESTRUTURA DA OPERAÇÃO

As principais ações da Operação Altas Temperaturas focam a abordagem e o convencimento das pessoas para que procurem a rede de acolhimento.

Sua estrutura inclui dez tendas instaladas por todas as regiões da capital, central, leste, norte, oeste e sul. Funcionam das 10h às 16h, onde as pessoas se abrigam do sol e recebem água e alimento.

Nesses locais, elas encontram cadeiras e ventiladores e podem se servir de água e frutas. Há ainda um espaço pet e a presença de uma ambulância referenciada para atendimento a casos de exposição excessiva ao calor. As tendas disponibilizam, também, bebedouros da Sabesp, parceira na OAT, com livre uso de água.

As tendas permanecem abertas para acolher qualquer pessoa que queira um abrigo com temperatura amena para descansar e se hidratar.

E a hidratação é fundamental para a saúde, como destaca Antônio Carlos Madeira de Arruda, diretor do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. "De 60% a 70% do peso de uma pessoa é formado por água, que está presente na constituição dos nossos órgãos", afirma o médico (leia texto nesta página).

ATENDIMENTOS

Na onda de calor ocorrida em setembro foram feitos 98.058 atendimentos nas tendas da Operação Altas Temperaturas, com a entrega de 235.237 itens, sendo 88.588 garrafas de água e 44.295 frutas, entre outros. Também foram consumidos 78.588 copos de água nos bebedouros de uso livre da Sabesp.

Na segunda onda de calor, de 10 a 19 de novembro, foram 227.154 atendimentos, que resultaram na entrega de 531.828 itens, sendo 242.408 garrafas de água e 123.764 frutas, entre outros. Nos bebedouros de uso livre da Sabesp, foram distribuídos cerca de 102.620 copos de água.

Hidratação adequada é fundamental para a saúde

Em dias de altas temperaturas, as pessoas correm mais risco de sofrer com a desidratação. No calor, o corpo perde mais líquido por meio da transpiração e da perspiração (eliminação constante de suor que independe da realização de esforço físico).

Quem explica a necessidade de repor adequadamente a perda de água para o bom funcionamento do organismo é Antônio Carlos Madeira de Arruda, médico e diretor do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na Bela Vista, região central de São Paulo.

"Em dias de temperaturas mais amenas, precisamos ingerir uma quantidade de 30 ml de água por quilo de peso", diz o médico. "Para uma pessoa de 70 quilos, é o equivalente a cerca de dois litros por dia. Quando as temperaturas estão mais elevadas, esse volume precisa ser ainda maior."

Vale lembrar que o próprio sangue é formado essencialmente por água, e é ele quem oxigena os tecidos do organismo. Assim, quando falta hidratação, as células recebem menos oxigênio, provocando torpor, fraqueza e cansaço, além de queda na pressão arterial.

Levada ao extremo, essa insuficiência de água pode até matar. O risco é maior nos casos de bebês e de pessoas idosas, segundo o médico. "Quem tem mais de 80 anos sente menos sede, mas precisa ingerir o volume de líquido calculado mesmo assim."

A transpiração funciona como um mecanismo de defesa do corpo. Ao provocar a perda de calor, ela evita que a temperatura corporal suba muito. "Nosso organismo precisa ser mantido em uma temperatura estável, em torno de 36,5 ºC", diz o diretor do hospital.

Na desidratação, o funcionamento desse mecanismo fica comprometido, podendo levar a um quadro de hipertermia, o aumento acentuado da temperatura do corpo, que pode ser fatal.

Manter-se bem hidratado ajuda também a minimizar o risco de problemas respiratórios. "Quando as secreções das vias respiratórias ficam mais fluidas, isso dificulta o aparecimento de infecções", afirma o especialista.

Arruda lembra que a água pura é o meio mais eficaz de hidratação, mas sucos, chás e uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas também são ótimas fontes para manter o corpo bem hidratado. "Também é preciso estar atento à proteção da pele em dias de muito sol", complementa.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha