Obra de arte especial. É assim que os engenheiros chamam as estruturas que transpõem grandes obstáculos, como pontes e viadutos. Na construção da nova serra da Rodovia dos Tamoios, em meio a montanhas e vegetação fechada e preservada, as obras de arte especiais são 12, que somam 2,6 quilômetros e honram o nome.
Executada pela construtora Queiroz Galvão, a obra do novo trecho de serra, entre Caraguatatuba e São José dos Campos, usou uma tecnologia de ponta, inédita no país, que permitiu a construção de um viaduto em curva, numa área de difícil acesso, coberta pela Mata Atlântica.
A novidade veio da Áustria e se chama cable crane. Trata-se de um teleférico de carga que transporta materiais e equipamentos por um cabo de aço aéreo, preso entre duas torres metálicas. Usado pela primeira vez no Brasil, o cable crane permitiu a construção do viaduto e o emboque de um túnel sem a necessidade de abertura de acessos e caminhos de serviço pela mata, preservando assim uma área de 41 mil metros quadrados de floresta.
O projeto foi idealizado em parceria com a empresa austríaca LCS Cable Cranes, especializada no transporte de cargas em terrenos acidentados, com mais de 200 projetos realizados em 32 países.
"O cable crane foi tropicalizado para a Tamoios e atuou em quatro frentes: na construção do viaduto, de um túnel, na terraplenagem e no transporte de insumos, equipamentos e alimentos", afirma Fábio Figueiredo Silva, engenheiro da Queiroz Galvão e gestor da obra da Tamoios.
O teleférico foi montado entre duas torres, com vão de 394 metros entre elas. Como uma das torres precisava ser construída em local inacessível, uma operação complexa foi estruturada. Ela contou com quatro especialistas da empresa austríaca e 25 profissionais da Queiroz Galvão, além de um helicóptero.
Com 42 metros de altura, a torre foi montada em módulos, içados e transportados com cabos presos ao helicóptero. As peças de até 3,2 toneladas eram encaixadas uma a uma, formando a torre. Foram necessárias 35 viagens do helicóptero. O projeto do cable crane foi apresentado em eventos internacionais e recebeu prêmios pela inovação e contribuição à sustentabilidade.
Enquanto o viaduto era erguido com ajuda do teleférico, outra etapa importante da obra estava em andamento: a escavação do maior túnel rodoviário do país, com 5,5 quilômetros de extensão. A remoção de quase 1 milhão de metros cúbicos de rocha para a realização desse túnel daria para encher 360 piscinas olímpicas e boa parte foi reutilizada na obra.
"Uma usina de beneficiamento foi montada e todo o material retirado dos túneis voltava como concreto para a obra", diz Silva. "Com a reutilização do pó de pedra, deixamos de comprar areia natural, e com a madeira extraída do entorno foram montadas escadas, pranchas e formas."
A Rodovia dos Tamoios conta ainda com o segundo maior túnel rodoviário do país, com 3,7 quilômetros de extensão. Os túneis maiores têm saídas de emergência a cada 250 metros, que permitem o acesso a túneis secundários, a serem usados em caso de emergência. Os túneis da nova serra possuem ainda um poderoso sistema de ventilação, medidores de qualidade do ar e cancelas que podem ser fechadas remotamente, para bloquear a entrada de novos carros em emergências.
WI-FI E RÁDIO
A Tamoios também foi a primeira rodovia brasileira a oferecer Wi-Fi e a primeira de São Paulo a contar com uma rádio exclusiva, a Estrada do Sol Rádio Web, com informações e dicas de trânsito, boletins sobre as condições da via, notícias e programação musical.
Por meio de conexão Wi-Fi, os usuários podem utilizar o botão SOS no aplicativo Tamoios para comunicar problemas no túnel ou na rodovia. Para ouvir a rádio, basta também acessar o app da Tamoios ou o site .concessionariatamoios.com.br/radio.