Fonte primária para a produção de açúcar e etanol, a cana-de-açúcar conquistou um papel importante na busca por um mundo sustentável e de baixo carbono. Seguindo os princípios da economia circular, resíduos da cana tornam-se matéria-prima para a produção de bioeletricidade e, mais recentemente, para o Etano de Segunda Geração (E2G), insumo importante para soluções futuras, como o combustível sustentável de aviação.
Considerado um biocombustível avançado, o Etanol de Segunda Geração é produzido a partir de resíduos da fabricação do etanol comum e do açúcar. Mais novo integrante da família de fontes para energias renováveis, o E2G reforça o protagonismo da cana-de-açúcar na corrida pela transição energética e descarbonização.
A brasileira Raízen é hoje a única empresa no mundo que produz Etanol de Segunda Geração em escala industrial. O potencial de produção da companhia nos próximos anos deve alcançar 1,6 bilhão de litros de E2G anualmente.
"Temos tudo a nosso favor: o momento certo, no país certo e com a planta certa: a cana-de-açúcar, que nos permite explorar seu potencial sustentável e renovável ao máximo, gerando uma dezena de produtos aliados à transição energética", afirma Ricardo Mussa, CEO da Raízen e líder da força-tarefa de transição energética e clima do Business 20 (B20), grupo que propõe políticas ao G20.
Para produzir o Etanol de Segunda Geração, a Raízen utiliza uma tecnologia proprietária que tem como insumo o bagaço da cana-de-açúcar, biomassa proveniente de sua produção de açúcar e Etanol de Primeira Geração.
O etanol celulósico, como também é conhecido, tem potencial para elevar em cerca de 50% a capacidade de produção da Raízen sem a necessidade de aumentar um hectare de área plantada, produzindo cada vez mais litros por tonelada de cana. Além disso, o E2G emite 30% menos gases do efeito estufa, quando comparado ao Etanol de Primeira Geração/etanol comum.
Por utilizar matéria-prima de baixo impacto ambiental, que seria descartada, o Etanol de Segunda Geração é considerado ainda um produto chave para auxiliar na transição energética, porque poderá ser usado em muitas aplicações ainda em desenvolvimento, como o SAF (combustível sustentável de aviação), o biobunker (combustível sustentável marítimo) e até mesmo o hidrogênio renovável.
Novas plantas
A Raízen anunciou recentemente o início da produção da maior usina de etanol 2G do mundo, no Parque de Bioenergia Bonfim, na cidade de Guariba, interior de São Paulo.
A planta recebeu investimentos de R$ 1,2 bilhão e tem capacidade para produzir 82 milhões de litros por ano. É a segunda usina de E2G da companhia. A primeira fica em Piracicaba (SP) e está em operação desde o ano-safra 2014-2015.
Com a nova planta, a capacidade total de produção de Etanol de Segunda Geração da Raízen deve chegar a 112 milhões de litros. A empresa possui outras sete plantas em fases de projeto ou construção.
O Etanol de Segunda Geração tem alto potencial para ampliar as oportunidades de negócio, além da mobilidade. Isso porque ele pode ser usado como matéria-prima em diferentes indústrias, como a farmacêutica, a química e a de cosméticos.
"O potencial de uso do E2G é inúmero, uma vez que ele tem a mesma composição química do etanol comum e atende as demandas de descarbonização dos mercados mais rigorosos", afirma Mussa.
Bioenergia
Joint venture entre Shell e Cosan, a Raízen é uma empresa integrada de energia que tem apostado no alto potencial da cana-de-açúcar para impulsionar a transição energética.
Versátil, a cana é uma matéria-prima capaz de gerar muitos produtos renováveis e contribuir para uma matriz energética limpa. Hoje, a Raízen é uma das maiores produtoras de derivados da cana e referência em energias renováveis a partir dos seus resíduos.
Nos parques de bioenergia da Raízen, estes insumos geram biogás, biometano, pellets e bioeletricidade, além do Etanol de Primeira e Segunda Geração.
A empresa investe também em eletropostos de recarga para veículos elétricos com energia limpa e renovável, além de atuar como uma das principais distribuidoras de combustíveis do mercado brasileiro.
Até 2030, a Raízen tem como compromisso público reduzir a pegada de carbono ao longo da cadeia de produção de etanol e açúcar em 20% e aumentar em 80% sua produção de energia renovável.
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*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha