Os números impressionam: 87% das pessoas com alguma deficiência e 86% das que se identificam como do grupo LGBTQIAP+ dizem ter tido experiências que prejudicaram sua confiança no sistema de saúde. Pré-julgamento, dificuldade de serem ouvidas e falhas no atendimento e na comunicação são alguns dos motivos apresentados por pessoas negras, de grupos étnicos minoritários, com deficiência e LGBTQIAP+, os chamados grupos minorizados, para justificar tamanha desconfiança.
Pré-julgamento, dificuldade de serem ouvidas e falhas no atendimento e na comunicação são alguns dos motivos apresentados por pessoas negras, de grupos étnicos minoritários, com deficiência e LGBTQIAP+, os chamados grupos minorizados, para justificar tamanha desconfiança.
Modificar essa realidade, por meio de espaços de escuta, do compartilhamento de experiências e de oportunidade de protagonismo, é a essência da iniciativa global Um Milhão de Diálogos, lançada pela Sanofi, a maior multinacional farmacêutica do mercado brasileiro.
O primeiro passo foi mapear o cenário atual por meio de uma pesquisa inédita com 11.500 pessoas de cinco países (Brasil, França, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) sobre suas experiências com saúde, com grandes amostras de grupos minorizados. Só no Brasil, foram ouvidas 2.270 pessoas.
"O resultado revelou um cenário de falta de confiança nos sistemas de saúde entre pessoas negras, LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência (PCDs). A maioria das pessoas relatou ter vivenciado alguma experiência de saúde negativa, levando a baixos níveis de confiança, tanto nos profissionais de saúde como nos espaços de atendimento", afirma Neila Lopes, head de Diversidade e Cultura da Sanofi no Brasil.
Na pesquisa, 79% do total de entrevistados no Brasil disseram ter tido experiências que prejudicaram sua confiança no sistema de saúde em geral. Mas esse número sobe significativamente quando a mesma pergunta é direcionada a pessoas com deficiência ou LGBTQIAP+.
"E os dados demonstram que, se a pessoa faz parte de mais de um grupo minorizado, a experiência negativa vai acumulando e a lacuna de confiança no ecossistema de saúde também aumenta. Entendemos que o fato de a pessoa ser de um grupo minorizado está impedindo que ela tenha uma experiência melhor de atendimento em saúde", completa.
A desconfiança e o desconforto impactam negativamente a saúde das pessoas. "Se você não confia no ecossistema, pode deixar de tomar vacina, de fazer o diagnóstico de uma doença facilmente tratável ou até de uma doença grave. Pode deixar de fazer o acompanhamento de uma doença crônica", exemplifica.
Com base nesses dados, a Sanofi quer promover uma reflexão sobre essas experiências, buscando resolvê-las coletivamente com o setor de saúde. O investimento global da empresa na iniciativa será de 50 milhões de euros até 2030. "Temos a ambição de, até 2030, reduzir a lacuna de confiança dessas pessoas com o sistema de saúde."
Para que que isso aconteça, o programa conta com três pilares fundamentais.
- Rodas de diálogos: promoção de eventos com pessoas dos grupos minorizados e outros representantes da sociedade e do setor de saúde para que as mudanças possam acontecer.
- Influência no sistema de saúde: a partir dessas conversas, serão produzidas pesquisas, dados e recomendações de polí- ticas que levem a ações reais para aumentar a confiança e reduzir a desigualdade na área.
- Bolsa Sanofi Geração Futuro: programa global de bolsas de estudos para pessoas de grupos minorizados com cobertura de custos de instituições de ensino e suporte no desenvolvimento, orientação e oportunidades de estágio e vagas efetivas.
São vários os caminhos para criar pontes de confiança entre as pessoas e o sistema de saúde. Um deles é aumentar a representativade dos grupos minorizados dentro do próprio ecossistema. Por isso, diz Lopes, a Sanofi fez no Brasil uma parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares para oferecer bolsas de estudo (graduação nos cursos de direito, publicidade e propaganda e administração) e iniciação profissional para alunas e alunos negros.
"Esses alunos também ingressaram ou já fazem parte do programa de estágio da Sanofi, com direito à bolsa auxílio e a benefícios. Essas pessoas vão estar no mercado de trabalho tendo uma experiência de estágio e custos da graduação assumidos pela empresa", diz.
AÇÕES INTERNAS
Há anos a Sanofi tem ampliado iniciativas voltadas a DE&I (diversidade, equidade e inclusão) com o objetivo de criar e manter um ambiente de trabalho com a representatividade da sociedade. "Nos últimos três anos, 54% das contratações foram de mulheres, 53% delas para posições de liderança; 20% do nosso quadro de colaboradores são de pessoas negras e 5%, pessoas com deficiência", afirma Lopes.
A empresa implementou a licença parental estendida neutra de gênero em 2020. "Também temos um programa de parentalidade chamado É Tempo de Voltar, voltado a contratar mães que interromperam a carreira para cuidar das suas famílias e querem voltar a trabalhar. Quando lançamos, no ano passado, focamos em mães negras."
Em 2022, a Sanofi lançou o 1o Programa de Estágio Afirmativo, com vagas exclusivas para pessoas negras. O etarismo também é uma preocupação. "Em fevereiro deste ano, fomos a primeira empresa brasileira a receber o selo Age-Friendly, criado pelo Age Friendly Institute, demonstrando que as nossas práticas de inclusão, gestão, integração e atualização de colaboradores 50+ estão sendo ca- da vez mais reconhecidas."
O programa de diversidade contempla também os fornecedores – empresas que adotam critérios de diversidade acumulam pontos e se tornam fornecedores preferenciais.
Outro ponto fundamental, destaca, é a importância de levar a questão da diversidade aos estudos clínicos. "A empresa assumiu um compromisso para ampliar a diversidade nos estudos clínicos, incluindo 25%
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha.