Mais conhecimento, ampliação de networking, aumento de possibilidades de carreira. A lista de vantagens de fazer uma pós-graduação é grande. Mas a escolha do curso requer cautela: é preciso ter maturidade e autoconhecimento para identificar o que pode ser melhor para você e sua carreira. Conheça, a seguir, 10 pontos para levar em conta nessa seleção.

1 - PLANO DE CARREIRA

O primeiro passo antes da escolha do curso é ter uma direção na vida profissional – e não importa se você trabalha em uma empresa ou se está à frente de seu próprio negócio. “As profissões mudam muito. Seu líder vai esperar que você aprenda sempre e tenha um desenvolvimento constante”, diz Daiane Andognini, CEO da Hug Consultoria, especializada em gestão de pessoas em empresas de tecnologia e
startups.

Quem empreende tem a opção de mapear o mercado para conhecer tendências e traçar caminhos. Quem é funcionário pode construir essa trilha com a ajuda do gestor direto. “Mas é você que tem a responsabilidade de decidir se quer ir por aí.”

Em qualquer um dos casos, é necessário autoconhecimento. “Você precisa saber se o seu talento conversa com uma competência necessária para desempenhar sua função na empresa ou se quer desenvolver essa habilidade.”

E se a resposta a esse questionamento for positiva, a rota para esse aprimoramento pode passar pelos estudos. “A pós-graduação é uma ótima opção [para o desenvolvimento profissional]”, na avaliação do professor e palestrante Alexandre Slivinic, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD).

Ele, no entanto, faz uma ressalva: “Muitos estão buscando um diploma sem ter um direcionamento, só para colocar um certificado no currículo. Os recrutadores reclamam que essas pessoas não têm a vivência porque não buscaram o processo de formação, mas sim o título, que é o que menos importa na avaliação de uma carreira”.

2 - TIPOS DE CURSO

Investigação e comparação são duas competências que vão ajudar na escolha do curso ideal. Até porque a variedade é grande: há os stricto sensu (mestrado e doutorado), lato sensu, especializações, entre outros. Podem ser oferecidos de forma presencial, online ou ainda híbrida.

Alguns alunos saem direto da graduação para uma pós stricto sensu. O mestrado dura, em média, dois anos; o doutorado, quatro. Quem opta por um deles busca ser cientista, dar aulas ou atuar na área de pesquisa.

Enquanto o stricto sensu foca a produção de conhecimento original, o lato sensu visa ao aprendizado de competências específicas. Neste caso, Rogerio Bragherolli, economista especialista em capital humano e empregabilidade, recomenda: “Veja se você gosta mesmo da sua área. Só então procure uma especialização”. Estes cursos duram, em média, de 12 a 18 meses.

Os cursos de lato sensu cresceram bastante em todo o país e várias instituições têm modificado seus currículos para atender melhor aos alunos em quesitos como tempo, trabalhos acadêmicos e networking.

O Senac, por exemplo, oferece cursos de um ano que contam com atividades presenciais e não presenciais e TCC opcional. Além disso, algumas disciplinas dos cursos podem ser compradas como cursos de extensão universitária.

3 – CONHEÇA A REPUTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

As empresas valorizam faculdades renomadas, que de fato contribuam para a formação profissional. “É preciso investir numa instituição que não queira simplesmente dar um diploma no final”, sugere Slivinic.

Ele recomenda acompanhar as tendências e escolher uma escola que ajude a conquistar mais autonomia na busca de soluções, não só na adoção de fórmulas prontas.

4 - FALE COM EX-ALUNOS

É fundamental conversar com quem já passou pelo curso. A experiência dá um parâmetro a mais para a tomada de decisão e evita gastar dinheiro e tempo em algo que pode não dar resultado.

Bragherolli orienta perguntar onde o ex-aluno trabalha e o que a pós deu a ele. “Aliás, essa aproximação ajuda a iniciar um networking, que é uma das melhores coisas que um curso desses pode oferecer, porque abre um leque com pessoas e empresas.” Segundo ele, a maior parte das entrevistas de emprego é conquistada por meio da rede de relacionamentos.

5 - AVALIE O CORPO DOCENTE

Olhe o Linkedin dos professores e converse com eles, para ver o que fazem no dia a dia e em que meio circulam, além da docência. “Os professores é que fazem a diferença na sua formação. Não é o que vai ser passado, mas por quem”, diz Slivinic.

O especialista sugere fazer uma busca sobre o profissional na internet: pesquisar artigos, palestras e vídeos. “Melhor ainda se tiver livros publicados. Se não encontrar boas referências, cuidado!”

6 – FALE COM O MERCADO

Converse com profissionais de sua área, conecte-se com eles pelas redes sociais e, se possível, deixe que falem sobre suas trajetórias profissionais. Aproveite para pedir dicas de pós. “O que interessa é o que o curso possa ter agregado às suas competências”, diz Bragherolli. “Os profissionais da área podem ajudar nessa observação sobre o comportamento do mercado em relação aos que são valorizados”, completa Daiane Andognini.

7 – CONVERSE COM A CHEFIA

Um papo transparente com seu líder também pode ajudar. “É fundamental que ele entenda o contexto do profissional e dedique um tempo da sua agenda para conversar sobre sua carreira dentro da empresa. Isso ajuda a perceber qual é o melhor curso a fazer”, diz a executiva.

8 - ANALISE A GRADE CURRICULAR

Procure o programa e as disciplinas dos cursos selecionados – você pode encontrar no site da instituição – e compare. Avalie se a proposta está condizente com suas necessidades. Daiane ressalta que “todo conteúdo pode ser aprendido e desenvolvido, mas a escolha do que é bom para o aluno deve levar em conta a análise das suas expectativas, o que só acontece com muito autoconhecimento”.

9 - ENTENDA A PROPOSTA DO CURSO

Além de observar a grade curricular, é necessário perceber qual a proposta do curso: investigar uma hipótese, oferecer uma nova habilidade ou incrementar a formação do profissional na área em que ele atua. Entender que cada um tem um foco distinto é essencial para guiar a escolha de acordo com o seu contexto de vida.

10 - PREPARE O BOLSO

As instituições de ensino estão mais abertas a ajudar o bom aluno. Segundo a executiva, algumas dão descontos ou oferecem condições de financiamento e juros mais baixos que os bancos.

“É sempre bom se informar sobre a chance de a empresa onde você trabalha viabilizar o custeio de uma pós-graduação”, afirma Daiane. “Vale uma conversa transparente. Ela pode financiar com descontos em folha”, completa Slivinic.

Segundo a executiva, além de buscar financiamento nas próprias instituições e em bancos, há a alternativa das cooperativas de crédito educacional.

Se a opção é pelo mestrado ou doutorado, as agências de fomento são o caminho natural. “Por meio de um bom networking universitário, ainda, é possível conseguir também bolsas para alguma pós stricto sensu fora do país, com bons subsídios”, lembra Bragherolli.

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