Inteligência artificial impacta educação e mercado de trabalho

Para o Senai-SP, o debate sobre essa tecnologia precisa estar baseado em evidências

Para muita gente, a inteligência artificial é uma ameaça que vai acabar com os empregos e até com a civilização como a conhecemos. Para outras pessoas, ela é a tecnologia que vai ajudar na cura de diversas doenças, aumentar a produtividade no trabalho e expandir o conhecimento a níveis não imaginados.

Para o Senai-SP, a abordagem não é escolher um lado, mas sim compreender a dualidade da IA e posicionar-se na aplicação dessa tecnologia de maneira que beneficie o desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável.

"É importante que abordemos as novas tecnologias de maneira equilibrada, evitando tanto o pessimismo catastrófico quanto o otimismo exagerado. Ao falar de inteligência artificial, precisamos assegurar que sejamos nós a direcionar e dominar a tecnologia, e não o inverso", afirma Guilherme de Souza Dias, líder de Tecnologias Educacionais do Senai-SP.

Ricardo Terra, diretor regional do Senai-SP, durante abertura do Fórum Internacional IA na Educação Profissional
Ricardo Terra, diretor regional do Senai-SP, durante abertura do Fórum Internacional IA na Educação Profissional - Ayrton Vignola

"Um exemplo de como a IA pode ser útil é na melhoria da produtividade. Com o envelhecimento populacional, é crucial aumentar a produtividade para compensar a diminuição da força de trabalho, que terá de sustentar um número crescente de consumidores. Nesse contexto, as IAs podem desempenhar um papel vital", diz.

O tema inteligência artificial é um dos mais discutidos pela sociedade. Muito por causa da popularização de ferramentas como o Chat-GPT, que veio a público no final de 2022.

Há décadas que se trabalha com IA. Mas o Chat-GPT é uma IA generativa, ou seja, gera conteúdos a partir de uma grande base de dados, e pode ser usada de maneira fácil e prática por qualquer pessoa.

Aluna no Laboratório de Cybersegurança do Senai-SP
Aluna no Laboratório de Cybersegurança do Senai-SP - Camilla Carvalho

Seja na educação, seja no mercado de trabalho, as IAs vão causar impactos que ainda não estão definidos. Por isso, segundo Guilherme, temos alguns desafios e oportunidades na aplicação dessas tecnologias. "Um desses desafios é a qualidade e a coerência dos dados utilizados. Outra preocupação crucial é o viés, que não se apresenta apenas como um desafio técnico, mas também reflete as escolhas sociais e políticas sobre quais dados coletar e como, trazendo à tona questões éticas significativas. Além disso, a privacidade é uma questão fundamental. É essencial que essas tecnologias respeitem a confidencialidade e a inviolabilidade dos dados pessoais."

Mas, para Guilherme, os benefícios são claros: "As IAs generativas incluem personalização do aprendizado, aumento da eficiência, e melhoria no acesso a recursos educacionais".

Em relação ao impacto no mercado de trabalho, Guilherme afirma, "entendemos estar categorizado em três aspectos principais: complementaridade, substituição e neutralidade. A IA tem o potencial de complementar funções existentes, adicionando ou modificando habilidades; substituir completamente certas profissões, dando lugar a novas áreas de atuação; e ser neutra, sem impactar significativamente algumas carreiras". Por isso, os profissionais terão de aperfeiçoar suas habilidades e seus conhecimentos. "Existe um caminho a ser trilhado, e isso traz responsabilidade para as instituições de ensino e para o poder público. Quanto mais rapidamente conseguirmos entender e aplicar a IA, de forma responsável e inovadora, mais rapidamente o Brasil vai aumentar seus níveis de produtividade."

Para a atualização contínua de seus profissionais, o Senai-SP mantém, desde 2012, o programa Proeducador, sendo que dentro do tema IA foram criadas trilhas de formação para os docentes.

Além disso, a instituição promoveu em 26 de março o Fórum Internacional de Inteligência Artificial na Educação Profissional, em que palestrantes debateram os impactos da IA no mercado de trabalho, como ela pode auxiliar professores dentro da sala de aula e, também, ética e regulação dessa tecnologia.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha