Cooperativismo de crédito cresce no país e já atende mais de 17 milhões de pessoas

Segmento avança acima da média do Sistema Financeiro, segundo o Banco Central; relacionamento próximo ao associado é diferencial

A imagem mostra a fachada de um edifício moderno que abriga a sede do Sicredi. O prédio possui várias janelas e é cercado por um jardim com plantas baixas. Em primeiro plano, há um letreiro branco com o logotipo do Sicredi, que é uma flor estilizada verde, e o nome 'Sicredi' em letras grandes. O céu está claro com algumas nuvens.

Cooperativismo de crédito cresce no país e já atende mais de 17 milhões de pessoas Sicredi/Divulgação

O modelo de cooperativismo de crédito vive um boom de crescimento no Brasil. Apenas em 2023, o aumento foi de 23,9%, bem acima dos 10,5% das demais instituições do SFN (Sistema Financeiro Nacional), de acordo com o último relatório do Banco Central.

E esse crescimento não é apenas no Brasil. Tanto que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 2025 como o "Ano Internacional das Cooperativas".

Com média superior a um milhão de novos associados por ano, o Sicredi, maior instituição financeira cooperativa brasileira em volume de ativos, impulsiona essa alta. A instituição já faz parte da vida de uma em cada quatro microempresas do país e vem crescendo em ritmo acelerado não só entre empreendedores, mas também junto a consumidores, oferecendo os mesmos serviços dos bancos tradicionais - conta corrente, cartão, Pix, investimentos, crédito, seguros etc. Isso com custo competitivo, movimentação da economia local e o diferencial de fazer de cada pessoa um sócio do negócio.

Sócio, no caso, é o associado da cooperativa, que tem a possibilidade de se beneficiar dos resultados que ele próprio ajuda a gerar, além de poder participar da tomada de decisões e de contribuir com os projetos das comunidades em que estão inseridos.

No modelo cooperativista, não há lucro, já que o resultado financeiro é dividido entre todos. O serviço é realizado por uma instituição financeira cooperativa, supervisionada pelo Banco Central e com seguro de depósitos no formato de Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), como nos bancos comerciais.

"Quanto mais os associados utilizam os serviços, mais a cooperativa cresce, e o próprio associado tem a possibilidade de levar uma participação maior nos resultados. Os associados que mais utilizam os serviços - e geram mais receita - recebem fatias maiores na distribuição", afirma Fernando Dall’Agnese, presidente do conselho de administração do Sicredi.


No mundo, já são mais de 74,6 mil cooperativas de crédito, com cerca de 411 milhões de associados, segundo o Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito. O cooperativismo é muito forte na América do Norte e na Europa e ganhou impulso após a crise das hipotecas "subprime" (segunda linha) de 2008, quando os chamados "bancos grandes demais para quebrar" ("Too Big To Fail", em inglês), perderam ativos e clientes e precisaram ser socorridos pelos governos com dinheiro público

A imagem apresenta um logotipo do Ano Internacional das Cooperativas, com um círculo formado por figuras humanas estilizadas em várias cores (vermelho, verde, azul e preto). O número '2025' está destacado em verde no centro do círculo. Abaixo, está escrito 'Ano Internacional das Cooperativas' e, em uma linha inferior, 'Cooperativas constroem um mundo melhor'.

A ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, um reconhecimento que reforça a relevância do cooperativismo para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo

Nos EUA, a penetração das cooperativas chega a 64,9%. No Canadá, está em 42,4% e na América Latina, em 14,3%.

No Brasil, o número de associados atingiu 17,3 milhões em 2023. O cooperativismo surgiu no agronegócio do interior do país, particularmente na região Sul, mas agora está presente em 57% dos municípios. Muitas estão em localidades remotas que não contam com outras opções de agências físicas. Em mais de 200 municípios do Brasil, o Sicredi é a única instituição financeira fisicamente presente.

Encomendado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o último estudo da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), de 2024, revelou que, em municípios acompanhados antes e depois da instalação de cooperativas de crédito, há incremento de 10% no PIB per capita, aumento de 15,1% no total de vagas de emprego e de 15,6% no número de estabelecimentos comerciais.

No Brasil, no entanto, a penetração das cooperativas chega a apenas 12,7% do público endereçável (população economicamente ativa entre 15 e 64 anos) e há muito espaço para avançar, segundo especialistas, dada à presença relevante que atingiram no exterior.

"Um dos grandes fatores para alavancar a expansão é o conhecimento das pessoas sobre os benefícios do modelo, tanto para quem se associa como também para a sociedade em geral. Ele devolve recursos para os associados, investe na economia local e apoia projetos sociais. É um modelo em que todos participam", explica Dall’Agnese.

Só o Sicredi, que reúne 103 cooperativas de alcance regional, conta com mais de 8,5 milhões de associados, distribuídos em 2.800 agências em todos os estados brasileiros. Fundado em 1902 em Nova Petrópolis (RS), como uma cooperativa de crédito rural, hoje o Sicredi está entre as maiores instituições financeiras do país. A instituição emprega mais de 45 mil colaboradores e oferece mais de 300 produtos e serviços.

Entre os associados do Sicredi, 75,4% são consumidores pessoa física, mas há uma parcela importante de 9,5% de produtores rurais _ a grande maioria (83%) de agricultura familiar; 15,2% são empresas, sendo 95% micro, pequenas empresas e MEI (microempreendedor individual).

Para o dirigente, a expansão do Sicredi também tem sido favorecida pela evolução das soluções digitais, que beneficia a adesão de diferentes perfis de pessoas.

"Nosso grande diferencial é o relacionamento, então investimos em alternativas digitais sempre buscando manter a humanização da relação e a atenção às pessoas", diz.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha