Equilíbrio do orçamento está nas pequenas coisas, diz especialista

Economista e consultora, Ana Leoni reforça a importância de redefinir prioridades financeiras

Especialista em comportamento e orientação financeira, Ana Leoni falou no XV Fórum da Longevidade Bradesco Seguros sobre a importância de construir um futuro que preserve o padrão de vida e as conquistas alcançadas. Sabemos que as finanças são um pilar importante para viver bem a longevidade. Mas é preciso conciliar as despesas do presente com a reserva para o futuro.

Segundo a consultora, é necessário diferenciar padrão de gastos de padrão de vida. "É possível ter um bom padrão de vida com um razoável padrão de gastos, racionalizando as escolhas. Para que um bem escasso e finito como dinheiro dure mais tempo, é necessário fazer escolhas consistentes.”

Ana afirma que o equilíbrio do orçamento está nas pequenas coisas: é nas escolhas do dia a dia que se consegue poupar. Como exemplo, ela diz que muitas vezes assinamos três serviços de TV, quando não temos tanto tempo assim para ficar diante da televisão — e nem devemos.

O mesmo acontecia com a ida a restaurantes antes da pandemia. "Não é necessário ir três vezes por semana a restaurantes caros para sentir o prazer de uma boa comida. Optar por comer fora um dia na semana e buscar prazer em outras atividades, como cozinhar, é uma forma de escolha financeira saudável."

"No Brasil investimos muito pouco: 86 por cento da população entrou na pandemia sem reservas financeiras”

Ana Leoni, especialista em comportamento e orientação financeira

Ela reforça que é preciso racionalizar o padrão de gastos para conseguir poupar, e destaca a importância de desmistificar os investimentos. “O investimento é acessível a todo mundo. É um veículo para o seu objetivo. Se você não pode começar com mil, comece com cem. Mas comece.”

Mais importante do que quanto se ganha é o que se consegue reter da renda. "No Brasil, investimos muito pouco: 86 por cento da população entrou na pandemia sem reservas financeiras”, disse.

A economista ressalta que, assim como a felicidade não é um destino, mas um caminho, o mesmo ocorre com a liberdade e a longevidade financeira: trata-se de uma construção cotidiana. "É bom que a vida seja imprevisível, isso nos move. Porém, em alguns aspectos, podemos tornar a vida mais previsível. E a vida financeira é um deles”, alertou.

Um ponto importante a ser observado é a necessidade de rever os hábitos de consumo de tempos em tempos. "Temos que aprender a privilegiar o investimento em detrimento do consumo se quisermos ter liberdade financeira no futuro."

Segundo a consultora, é preciso romper alguns tabus. "As pessoas acham que investir é fonte de enriquecimento, quando na verdade é fonte de preservação.” É importante fazer escolhas e redefinir as prioridades, e isso inclui decidir não comprar determinadas coisas. “A liberdade financeira se conquista cotidianamente.”

Sobre a hora de começar a poupar, a economista é categórica: "O melhor dia era ontem. Se não deu, comece hoje. Ou comece amanhã, mas comece o quanto antes”.