Exercitar o cérebro é tão importante quanto exercitar o corpo

Quando o assunto é longevidade e qualidade de vida, cuidar da saúde do cérebro deve ser prioridade. A especialista em neurociência e comportamento Elisa Harumi Kozasa (foto acima) afirma que esses cuidados devem começar hoje, não importa qual a sua idade.

Elisa participou da série Diálogos da Longevidade, promovida pela Bradesco Seguros e que aconteceu em São Paulo no dia 1° de outubro, Dia do Idoso ou Dia da Longevidade. A série faz parte das diversas atividades desenvolvidas pela Bradesco Seguros para incentivar a prática regular de atividades físicas, adoção de hábitos saudáveis e planejamento financeiro para que as pessoas possam desfrutar dos anos a mais garantidos pelo aumento da expectativa de vida com qualidade (leia texto sobre as iniciativas).

"O conceito de envelhecimento saudável reflete um acúmulo de fortalezas e déficits durante o curso da vida. As ações que melhoram a trajetória do envelhecimento podem, então, acontecer em qualquer idade, e serão necessárias em múltiplos níveis e setores. A longevidade não depende de um fator só", diz.

A pesquisadora, que estuda a influência da meditação no cérebro e na saúde, cita alguns exemplos da importância de acalmar a mente. Estudo realizado pela equipe de Kozasa sobre os efeitos do treinamento de meditação no cérebro, publicado na revista norte-americana NeuroImage, concluiu que o cérebro de quem medita é mais eficiente.

No estudo, um teste complexo de sustentação da atenção foi realizado com pessoas que meditavam havia três anos e pessoas que não meditavam, todas com alto grau de escolaridade.

Resultado: para ter o mesmo desempenho na tarefa, quem não meditava precisava ativar várias áreas do cérebro a mais em comparação com quem meditava. É como se quem não meditasse precisasse fazer mais esforço para realizar o mesmo desafio. "Outro estudo de Harvard mostra que quem medita tem algumas áreas do cérebro mais espessas do que quem não medita. A meditação deixa o cérebro mais saudável."

Para comprovar a importância da meditação para a longevidade e no combate ao estresse, Kozasa realizou um estudo com cuidadores de pacientes com doença de Alzheimer. "O risco de morte aumenta quando você se torna um cuidador principal de um doente com Alzheimer. Esses cuidadores estão morrendo antes dos pacientes", conta a pesquisadora.

Cuidadores com alto nível de estresse foram divididos em dois grupos e para um deles foi proposto um treinamento com ioga e meditação da compaixão. Depois de dois meses, o grupo que passou pela intervenção (ioga e meditação) já não apresentava mais quadro de estresse. "O nível de cortisol desse grupo caiu pela metade. O resultado foi tão bom que acabamos criando um curso de treinamento para cuidadores de pacientes com Alzheimer."

FRASE
"A longevidade saudável começa agora. São as nossas escolhas que vão determinar essa vida longa e com qualidade, então, vamos fazer boas escolhas."
Elisa Harumi Kozasa, especialista em neurociência e comportamento

Henrique Assale/.