O aplicativo da Uber recebe uma solicitação de viagem e, imediatamente, uma ferramenta de segurança passa a analisar todos os dados desse usuário: número de viagens, forma de pagamento, índice de criminalidade na região em que o pedido foi feito, entre outros. Dependendo das informações obtidas, a rota é considerada potencialmente arriscada e a viagem só é aprovada se o passageiro fornecer mais informações.
O Machine Learning foi adotado recentemente pela Uber e se soma a várias outras ferramentas que a empresa já utiliza para ampliar a segurança do motorista parceiro e a do usuário. Os dados contidos nessa ferramenta são constantemente atualizados (viagens realizadas pelo usuário, avaliações, etc.), já que o objetivo é reduzir a probabilidade de incidentes de segurança.
O motorista Dorival Apolinário Torre Antunes, 28, afirma se sentir seguro ao dirigir "por todos os cantos" de Brasília, onde mora e trabalha. "É claro que a gente tem que tomar cuidado, mas estou na Uber há dois anos e meio e nunca fui assaltado ou coisa parecida. Vejo que eles estão sempre inovando, usando a tecnologia para ampliar nossa segurança", diz Dorival.
O motorista de Brasília cita, por exemplo, as ferramentas de reconhecimento facial ("selfie" que o motorista tem de tirar para confirmar sua identidade) e o compartilhamento de dados da viagem. "Muitas vezes tenho de ir para Goiânia, e minha esposa fica preocupada. Mas aí eu compartilho os dados da minha viagem via aplicativo e ela fica mais tranquila", afirma.
ASSISTÊNCIA 24 HORAS
A Uber também investe para proteger usuário e motorista durante e até depois de uma viagem. A empresa conta com uma equipe de suporte disponível 24 horas por dia, todos os dias, que analisa individualmente cada uma das reclamações e denúncias feitas pelo menu de ajuda do próprio app ou pelo site uber.com/ajuda. Além disso, os motoristas parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar casos de emergência e solicitar apoio da Uber depois que estiverem em segurança e tiverem contatado as autoridades competentes.
Mas a maioria absoluta dos contatos é de demandas simples, como dúvidas sobre valor da tarifa ou objetos perdidos. "E como as pessoas perdem coisa", diverte-se o motorista Rainer Gomes, 31, que trabalha desde o final do ano passado como motorista da Uber no município de Rio Grande, a cerca de 350 km de Porto Alegre.
Ele afirma já ter devolvido por volta de 50 celulares e chaves perdidos por passageiros em seu carro. Mas nada se compara ao hamster que um passageiro esqueceu dentro do seu veículo. "Ele tinha me dito que havia acabado de comprar um bichinho para dar à irmã, mas o hamster deve ter fugido. Logo depois que eu deixei o rapaz em casa, fui pegar minha filha Camilly na escola. Foi ela quem viu o bichinho no carro e começou a gritar", lembra.
Após quase duas horas revirando todo o carro, Rainer achou o hamster. Como já era tarde da noite, ele colocou o pequeno roedor em uma caixa de sapatos e o devolveu, são e salvo, no dia seguinte. Antes, claro, tirou uma foto do ratinho para mostrar aos amigos.