O compromisso de utilizar 100% de energia elétrica renovável até 2030 e zerar as emissões de carbono antes de 2050 encabeça as novas metas globais de sustentabilidade da Ball Corporation, líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio –com 110 bilhões de latas produzidas anualmente e vendas líquidas de US$ 11,8 bilhões em 2020.

Além de comunicar também a expansão de programas sociais e de diversidade e inclusão para os colaboradores, a companhia norte-americana com 11 fábricas no Brasil divulgou uma visão que envolve toda a indústria, intitulada “Rumo ao Círculo Perfeito”. Trata-se de um documento em defesa da economia circular para a cadeia de embalagens de alumínio. O texto, que serve como bússola para o caminho a ser percorrido pela indústria, aponta a necessidade de investimentos sistemáticos em infraestrutura de reciclagem por toda a cadeia.

De acordo com a Ball, as metas anunciadas visam a aprimorar a gestão responsável dos produtos e a aumentar o impacto social para criar valor para os diversos públicos de interesse da empresa.

Isso implica, na prática, políticas sustentáveis mais ousadas e que resultarão na redução das emissões de carbono e de consumo de água e energia elétrica, com o uso cada vez maior de energia limpa e alternativa, como eólica e solar.

O documento, divulgado no mês passado pela empresa, é um compromisso de gestão industrial sustentável, com uma pegada ecológica que reforça, inclusive, uma política afinada com o Acordo de Paris, tratado mundial com 195 países signatários cuja finalidade é a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Uma das metas da Ball Corporation é chegar a 2030 comprando alumínio somente de fontes sustentáveis certificadas, o que, por si só, serve como espelho aos stakeholders e contribui para um efeito positivo em toda a cadeia industrial do setor. A ideia é gerar mais cultura de reciclagem e inibir a extração predatória.

“O que precisamos entender é que todos nós vivemos na Terra, um planeta finito. E a nossa pegada hoje, como sociedade, é 1,8 vez a capacidade do planeta de prover esses recursos de uma forma sustentável no longo prazo. Isso significa que estamos consumindo quase dois planetas ano a ano. Então, a gente precisa compatibilizar esse consumo com a capacidade planetária”

Estevão Braga, head de sustentabilidade da Ball Embalagens para Bebidas na América do Sul

Cálculos conservadores da Organização das Nações Unidas apontam que a humanidade precisará em 2030 de dois planetas Terra para suprir a demanda por recursos naturais, caso não altere a sobrexploração caracterizada pelo extrativismo, o desmatamento, o descarte de resíduos e a poluição. É justamente essa a urgente mudança de rota proposta pela Ball Corporation.

Especializada em soluções para clientes de bebidas, cuidados pessoais e produtos domésticos, além de tecnologia aeroespacial e outros serviços, a companhia está presente em quase todos os continentes (Américas, Europa, África e Ásia) e vai inaugurar neste semestre a 11ª fábrica no Brasil, uma unidade de latas em Frutal (MG), na região do Triângulo Mineiro. As outras plantas de latas estão em Águas Claras (RS), Brasília (DF), Extrema e Pouso Alegre (MG), Jacareí (SP), Recife (PE), Santa Cruz e Três Rios (RJ), enquanto as de tampas de alumínio ficam em Manaus (AM) e Recife (PE).

O Brasil, por sinal, é uma referência quando o assunto é reciclagem de latas de alumínio, com índice de 97,4% (contra 69% da média mundial). A Ball aposta na visão “Rumo ao Círculo Perfeito” para elevar essa média global a 90%.

Para tanto, a visão da empresa busca sensibilizar a indústria e propõe um trabalho em conjunto entre marcas de bebidas, varejistas e fabricantes de embalagens de alumínio, para fazer com que latas, garrafas e copos de alumínio (os recipientes para bebidas mais reciclados do mundo) atinjam os 90% projetados.

“A extração do alumínio gasta muita energia, mas, quando reciclado, a economia de energia é de 95%. A lata de alumínio é naturalmente circular. É fácil, leve, compactada, e tem alto valor antes e depois de utilizada, além de uma infraestrutura de coleta. Faz todo sentido reciclar. E, por isso, falamos de forma muito forte sobre a Circularidade Real”, pontua Estevão Braga.

DIVERSIDADE

Complementando as políticas de ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) já implementadas na empresa, a Ball está expandindo os programas sociais e de diversidade e inclusão, com objetivos específicos para 2025.

A Ball Embalagens para Bebidas América do Sul, por exemplo, comprometeu-se a aumentar a diversidade racial em novas contratações de 31% para 47%. Já a Ball Embalagens para Bebidas Europa, Oriente Médio e África planeja aumentar a representatividade feminina em funções de produção para 25%.

A unidade da companhia a ser inaugurada em Frutal (MG) será um modelo logo na largada. Diante do desafio de obter mão de obra técnica qualificada para a nova planta de Minas Gerais, a Ball ofereceu cursos gratuitos exclusivos para mulheres, em parceria com o Senai. Resultado: 48% das 80 vagas da área de produção serão ocupadas por mulheres, contra uma média de apenas 7% no setor.

“Além de ser a coisa certa a fazer, diversidade e inclusão são um diferencial competitivo. Na Ball, nosso compromisso é ter equipes cada vez mais diversas e uma cultura de pertencimento que propiciem um ambiente mais criativo e inovador. Com diferentes perspectivas, surgem diferentes soluções para apoiar nossos clientes”

Suellen Moraes, gerente de diversidade e inclusão da Ball para a América do Sul​