DNA de inovação a serviço da ciência e do paciente

Foco da BMS são doenças graves, e investimento é voltado para áreas de oncologia, hematologia, doenças autoimunes e cardiologia

Pioneira na descoberta e no uso da imunoterapia no combate ao câncer, a Bristol Myers Squibb (BMS) completa 76 anos no Brasil figurando entre as cinco principais empresas farmacêuticas do mundo. A cultura de investimento em inovação e de aquisições estratégicas para descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudam a transformar a vida de pacientes que enfrentam doenças graves é o que há de mais valioso no DNA da empresa.

Uma das mais importantes e recentes ações foi a aquisição da Celgene, concluída em novembro do ano passado, por US$ 74 bilhões. Foi a maior transação financeira da história do setor farmacêutico. A Celgene tinha expertise no ramo da hematologia oncológica, área em que a BMS ainda não contava com um portfólio amplo. “Tínhamos uma atuação muito forte na área de tumores sólidos, mas pouco em hematologia. Até 2019 não tínhamos massa para liderar o segmento de biofármacos, e a aquisição da Celgene nos proporcionou isso”, afirmou Gaetano Crupi, presidente e gerente-geral da BMS no Brasil.

No mês passado a companhia concluiu a compra da MyoKardia, farmacêutica especializada em doenças cardíacas, em uma transação de aproximadamente US$ 13 bilhões. Com essa aquisição, a BMS reforça seu objetivo de se tornar a principal empresa no mercado de biofarmacêuticas. “Estamos entre as cinco maiores e com certeza estamos buscando o pódio”, disse o presidente.

O marco da evolução da BMS ocorreu em 2007, quando a empresa tomou a decisão de se tornar uma biofarma e investir no que havia de mais moderno no ramo da biotecnologia. Segundo Crupi, a ação foi vista com surpresa pelo mercado, já que naquela época a impressão era de que a BMS desapareceria do ramo de farmacêuticas. “De 2007 em diante, a BMS se desfez de áreas que não eram prioridade e buscou seguir nas doenças graves, focando investimento nas áreas de imunologia, oncologia, cardiologia e doenças autoimunes”, afirmou.

PIONEIRISMO

O investimento pesado em pesquisa e o aprofundamento no conhecimento sobre a biologia das células tumorais levou à criação de medicamentos capazes de ativar o sistema imunológico para reconhecer essas células e combatê -las. Foi o estudo desse tema que rendeu aos pesquisadores James Patrick Allison, dos EUA, e Tasuku Honjo, do Japão, o Prêmio Nobel de Medicina em 2018. Ambos eram cientistas ligados a universidades e parceiros da BMS.

A chamada imunoterapia, considerada hoje o principal avanço e o quarto pilar no tratamento oncológico (junto com a cirurgia, quimioterapia e radioterapia), fortalece o sistema de defesa do organismo do paciente e faz com que ele atue na sua capacidade máxima contra o tumor. Graças a essa descoberta, a BMS se tornou a primeira farmacêutica no mundo a lançar um medicamento imunoterápico indicado para o tratamento do melanoma, tipo de câncer de pele agressivo e altamente letal. A BMS também foi responsável pelo lançamento do segundo imunoterápico para tratamento oncológico, com mecanismo de ação complementar ao primeiro, que pode ser utilizado para vários tipos tumorais, entre eles pulmão, câncer renal e mesotelioma.

“A parceria entre a pesquisa que acontecia na universidade com a que ocorria dentro da indústria farmacêutica resultou no desenvolvimento da imunoterapia, e a BMS teve papel fundamental nisso”, afirma Maria Angélica Pavão, diretora médica da farmacêutica. “A imunoterapia nos permitiu vivenciar uma verdadeira transformação e uma mudança de paradigma no tratamento do câncer. Ela trouxe respostas mais eficientes, aumentou a sobrevida e melhorou a qualidade de vida do paciente”, afirmou.

Com a aquisição da Celgene e da MyoKardia, a BMS pretende ampliar ainda mais o leque de medicamentos inovadores. Na área da hematologia, a grande expectativa gira em torno da terapia celular CAR-T, ainda em fase de pesquisas no Brasil, que tem como base potencializar em laboratório as células de defesa do próprio paciente para que elas sejam reinfundidas. “A imunoterapia promove uma resposta muito boa para tumores sólidos. Os cânceres hematológicos respondem melhor à terapia celular. Essa técnica é considerada ultrainovadora, é o que existe de mais personalizado no tratamento do câncer”, explicou Pavão.

Na área cardiovascular, a BMS está investindo no tratamento das doenças genéticas, entre elas a cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, tipo mais comum de doença cardíaca de origem genética, caracterizada pelo espessamento do músculo cardíaco, dificultando o bombeamento de sangue. “Teremos um produto inovador impressionante. São produtos que fazem a diferença e fazem parte do nosso DNA de inovação”, concluiu Crupi.

EMPRESA TRABALHA INCLUSÃO E AÇÕES AFIRMATIVAS

A preocupação com diversidade e inclusão faz parte da cultura da Bristol Myers Squibb (BMS), que planeja investir globalmente US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,6 bilhões) em ações para acelerar e expandir os seus esforços de inclusão, entre eles aumentar a diversidade de colaboradores e a representatividade nos cargos de alta liderança. Atualmente, no Brasil, a empresa possui 18,3% dos colaboradores que se autodeclararam pretos ou pardos.

Segundo Gaetano Crupi, presidente e gerente-geral da BMS no Brasil, o processo de inclusão é um trabalho que começou há muito tempo, mas que tem se tornado mais robusto nos últimos três anos. Uma das principais ações, explica, é o encorajamento das vozes, provocando de forma consciente a participação das minorias nas atividades da farmacêutica.

“Tem um autor, David Rock, que eu respeito muito, que diz o seguinte: se você não estiver conscientemente incluindo, você está inconscientemente excluindo. Então, no decorrer desses anos, aprendemos que temos que conscientemente trazer essas pessoas a participar, temos que perguntar o que elas pensam das coisas. À medida em que você cria a cultura de encorajar cada voz, de explorar novas ideias e de eliminar barreiras, você cria um verdadeiro time.”

Outra ação da BMS quando se trata de inclusão racial é uma parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, dentro do Movimento pela Igualdade Empresarial, do qual a empresa é uma das partes fundadoras. “Quando temos uma vaga dentro das áreas que os alunos da Zumbi podem se encaixar, por exemplo, a gente dá prioridade a esses candidatos”, afirmou o presidente.

Para trabalhar a questão da diversidade de gênero e inclusão no Brasil, a BMS criou grupos específicos: o das mulheres, o racial, o de pessoas com deficiência, o LGBTQIA+ e o por faixas etárias. Em outras unidades do mundo, diz Crupi, há outros grupos como o de veteranos de guerra, o de hispânicos, o de asiáticos. “Temos uma área criada especificamente para cuidar desses grupos e compartilhar aprendizados. O Brasil foi o primeiro país fora dos Estados Unidos a criar o grupo de inclusão racial e de ações afirmativas e esse é o que tem maior número de voluntários.”

Crupi atribui o sucesso nos números e na performance da BMS ao que a empresa defende como cultura. “Eu sempre digo que os 50% da cultura da empresa ajudam a alcançar os 50% da performance. Você só alcança o sucesso com pessoas que fazem a diferença. Se você tem a cultura certa e as pessoas certas, os números vão acontecer. Agora, se você colocar os números na frente e achar que vai buscá-los a qualquer custo, essa eu diria que é a fórmula do insucesso. Não se trata apenas de uma questão numérica. Nós queremos ter diversidade de pessoas e tê-las incluídas de fato no trabalho da empresa”, finalizou.