Descrição de chapéu BNDES

BNDES investe R$ 6 bilhões para ampliar indústria da saúde no Brasil

Com apoio do banco, indústria farmacêutica desenvolve vacinas, novos medicamentos e investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) irá aportar recursos de R$ 6 bilhões até 2026 para inovação na indústria farmacêutica e, já em 2024, fez a sua maior aprovação de crédito para o setor. Até setembro, as aprovações somaram R$ 2,824 bilhões, o maior volume já alcançado.

O segmento é estratégico na política nacional de saúde, atende mais de 150 milhões de pessoas e faz parte de uma cadeia produtiva responsável por 9,6% do PIB (Produto Interno Bruto) e 7,4% do emprego no país.

"Temos um déficit enorme no setor farmacêutico e a pandemia deixou essa situação ainda mais evidente. Por isso, o BNDES está avançando em políticas públicas de fomento à inovação, com crédito acessível. Neste ano, batemos recorde de aprovações para o setor, o que é essencial para a indústria contratar e desenvolver novos medicamentos, beneficiando a população como um todo", afirma Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

Com o apoio do BNDES, a indústria farmacêutica desenvolve vacinas de última geração e drogas mais potentes, além de associações farmacêuticas mais eficientes, que facilitam a absorção e a administração.

Os recursos também viabilizam a compra de máquinas e equipamentos e a montagem de laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Tudo isso amplia a inovação, reduz preços e ajuda na sustentabilidade do SUS (Sistema Único de Saúde), o maior programa de universalização da saúde do mundo.

A demanda por serviços de saúde deve ter forte crescimento nas próximas décadas com o envelhecimento acelerado da população e maior incidência de doenças crônico-degenerativas (Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla etc.), paralelamente à emergência de epidemias como dengue, zika, tuberculose e Covid, entre outras.

‘‘Essas mudanças apontam para um crescimento estrutural e acelerado por bens e serviços de saúde, mas também para necessidade de novos investimentos e, por consequência, de financiamento’’, diz João Paulo Pieroni, superintendente da área de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do BNDES.

Para Pieroni, o desafio no financiamento é oferecer instrumentos que consigam compartilhar riscos inerentes às atividades da chamada ‘‘inovação radical’’, aquela que envolve mudanças profundas em produtos, serviços ou processos, vistas como a base de crescimento da indústria farmacêutica em todo o mundo.

O setor lida com alto risco, as pesquisas nem sempre chegam a produtos finais nas primeiras tentativas, e necessita de crédito de longo prazo, com períodos de carência nos pagamentos até as empresas obterem receitas. Por outro lado, traz ganhos relevantes para a sociedade como um todo.

É o caso do laboratório Althaia, do empresário Jairo Yamamoto, que preside o conselho da FarmaBrasil, associação que reúne as empresas do setor. O Althaia obteve em 2013 um empréstimo no BNDES de R$ 10 milhões para desenvolver sete medicamentos. Um deles era o genérico do vermífugo Annita, que na época custava cerca de R$ 70 a caixa com seis comprimidos. O desenvolvimento levou dois anos, e a aprovação na Anvisa, mais dois. O genérico foi lançado em 2017.

‘‘Hoje, 11 anos depois, esse produto custa R$ 30. Sozinho, ele fatura R$ 50 milhões por ano. Em 2013, muita gente não podia comprar o Anitta e ficava com alternativas mais baratas, só que menos eficientes. Hoje, têm acesso a um produto terapêutico de melhor qualidade", afirma.

O BNDES sempre teve papel relevante no financiamento da indústria farmacêutica no país. Na década de 2000, financiou por meio do Programa Profarma o desenvolvimento de genéricos. A partir de 2010, ampliou os esforços de inovação e contribuiu para a implantação da plataforma de biotecnologia.

Para financiar o setor, o BNDES trabalha com crédito corrigido pela TR (Taxa Referencial) no Programa BNDES Mais Inovação, o que reduz de forma significativa o custo total dessas operações.

Os projetos apoiados precisam estar aderentes à missão da nova política industrial de reduzir a vulnerabilidade do SUS e de ampliar o acesso à saúde. Desde a sua criação, no segundo semestre de 2023, já foram aprovados mais de R$ 3 bilhões.

Para Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, o financiamento da indústria farmacêutica é parte de uma estratégia de viabilidade do próprio SUS e do complexo econômico-industrial de saúde.

‘‘Na pandemia de Covid, vimos como o SUS é valioso. Não podemos viver num país em que não haja equidade na vacinação, no acesso aos medicamentos, à atenção primária e à saúde como um todo’’, diz Gadelha.

Além dos instrumentos de crédito, o BNDES está formando um Fundo de Investimentos em Participação (FIP), de R$ 200 milhões voltado a startups de saúde, que contará com R$ 150 milhões de investidores do mercado de capitais e que visa incentivar o desenvolvimento de tecnologia de vanguarda para levar tratamentos inovadores ao SUS.

‘‘Quando temos horizonte de investimento, garantia de mercado e financiamento público, o setor privado pode estabelecer parcerias com o setor público para produzir com menores preços’’, diz Gadelha.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha