Mais empresas terão a chance de reduzir os custos na conta de luz com o Mercado Livre de Energia

Em 2024, modelo será ampliado no Brasil para atender empresas de diversos portes e segmentos; Enel Trading passa a oferecer solução com até 30% de desconto na conta de energia

Parque Eólico Lagoa dos Ventos, localizado no estado do Piauí

Parque Eólico Lagoa dos Ventos, localizado no estado do Piauí Divulgação

Economizar até 30% ao pagar a fatura de energia elétrica tem proporcionado vantagens competitivas para as empresas no Brasil que aderiram ao Mercado Livre de Energia. A boa notícia para o próximo ano será a ampliação desse modelo a todas as demais empresas conectadas em média e alta-tensão. Cerca de mais de 100 mil unidades consumidoras do país – de supermercados e shopping-centers, indústrias de pequeno porte, passando até por condomínios – poderão optar por esse modelo com previsibilidade de preços.

No Mercado Livre de Energia, a empresa deixa de ser dependente da distribuidora local para tornar-se um cliente com total liberdade de escolha do seu fornecedor. Dessa forma, pode negociar o contrato diretamente com as comercializadoras de energia, com preços que podem ser atrelados a descontos em relação ao valor da tarifa regulada, permitindo uma redução expressiva do custo com energia elétrica.

A competitividade será o nome do jogo. A liberação desse mercado tem similaridade com experiências anteriores no Brasil, como a opção de escolha dos consumidores pela operadora de celular, com direito à portabilidade. Também é exemplo o Open Banking, que permite a pessoas físicas e jurídicas adquirir serviços financeiros independentemente do banco com o qual trabalham.

A Enel Trading, uma das maiores comercializadoras de energia do país, já começou a oferecer uma solução personalizada, com até 30% de desconto garantido na conta de luz todos os meses para as empresas que querem migrar para o mercado livre. Dario Miceli, diretor de Comercialização e Trading da Enel Trading, afirma que o processo de migração é simples, sem burocracia e conta com todo o suporte de um atendimento especializado.

Para as empresas aptas em migrar para o Mercado Livre, vai prevalecer o conceito "energy as a service", ou seja, valem também vantagens adicionais oferecidas ao cliente para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa sem ter de investir em sua infraestrutura. O cliente poderá optar, por exemplo, por comprar energia proveniente de geração de fontes renováveis, como hidráulica, eólica e solar, o que representa um valor adicional ao seu negócio.

De acordo com Miceli, a abertura do mercado para toda a média e alta-tensão ocorre a partir de 2024, mas é necessário se preparar desde já, negociando agora o contrato para início no próximo ano.

Ao aderir ao mercado livre, o cliente deixa de fazer parte do chamado mercado cativo, bem conhecido pela maioria dos consumidores brasileiros. Nele, não é possível escolher o fornecedor e negociar o preço. A eletricidade é provida, independentemente da fonte, com tarifas e bandeira tarifária definidas pela agência reguladora, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Mais informações sobre a solução da Enel para o Mercado Livre de Energia: https://www.enelenergialivre.com.br/economia-garantida/
ou ligue para 0800 000 3536.

MERCADOS

O Brasil não está sozinho na adoção do Mercado Livre de Energia. Segundo a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), desde 2021, pelo menos 36 países oferecem esse modelo a todos os seus consumidores. Entre eles, o Japão, a Itália, o Reino Unido e a França. Até aquele ano, parcelas dos Estados Unidos e do Canadá já seguiam esse sistema, enquanto outras nações caminhavam gradualmente para a liberalização.

O Grupo Enel atua em vários desses mercados, acumulando experiência na liberalização do setor elétrico em outros países. Opera na Itália, onde está sua sede e origem, em todos os segmentos de energia. Mas também se faz presente em outros países, como Espanha,Estados Unidos, Chile e Colômbia.

"Vivenciamos esse modelo de liberalização em países como Espanha, Itália e muitos outros na Europa. Com isso, temos como um diferencial o forte conhecimento do modelo de mercado livre de energia em países mais maduros e sobre os benefícios para empresas de todos os portes", afirma Miceli.

No Brasil, a Enel comercializa energia no mercado livre em quase todos os estados brasileiros. Já o braço de energia renovável do Grupo, a Enel Green Power, é líder na geração solar e eólica, além de operar usinas hidrelétricas. No total, são 93 unidades capazes de gerar 5 GW.

Lei 9.074

O Mercado Livre de Energia abriu-se gradualmente na esfera empresarial desde a promulgação da lei 9.074, de 1995. Inicialmente, consumidores com demanda contratada junto à distribuidora local igual ou superior a 10.000 kW poderiam ter a negociação da contratação de energia diretamente com fornecedores, o que posteriormente foi ampliado e começaram a poder migrar para o mercado livre os consumidores com demanda igual ou superior a 3.000 kW.

No período, também existia essa possibilidade para os chamados consumidores especiais, com demanda contratada entre 500 kW e 3.000 kW, conectados em alta tensão, mas que tinham como obrigatoriedade a contratação de energia produzida por fontes renováveis (conhecidas também como fontes incentivadas).

Esse limite começou a diminuir gradualmente a partir de 1º de julho de 2019, dando a liberdade de escolha da fonte de energia para empresas cada vez menores. Em 1º de janeiro de 2024, será a vez de todas as demais empresas conectadas em média e alta-tensão poderem migrar.

Hoje, todas as empresas com demanda contratada igual ou superior a 500 kW, podem ser livres, independentemente da fonte da energia contratada. Isso equivale a uma fatura mensal de cerca de R$ 140 mil, segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), instituição gestora do mercado de eletricidade brasileiro.

A Abraceel estima ter havido ganhos acumulados de R$ 339 bilhões aos consumidores desde que esse caminho passou a ser trilhado. O valor é 49% maior do que no mercado cativo.

Para o país, esse modelo significará mais competição entre os agentes do setor e mais investimentos na geração de fontes renováveis.

Na outra ponta, os consumidores serão beneficiados pela concentração das distribuidoras em sua vocação natural: fazer a eletricidade chegar até a ponta. Espera-se investimento em tecnologias mais avançadas e modernização do transporte de energia do país, o que também deve repercutir nas faturas.

Há expectativa de as residências serem incluídas no Mercado Livre de Energia em alguns anos, o que estenderá o compromisso com fontes renováveis e as vantagens desse sistema para grande maioria dos consumidores no Brasil.