Quando a primeira plataforma para cirurgias robóticas chegou ao Hospital Nove de Julho, em 2012, a tecnologia era tão nova que poucos médicos no Brasil sabiam como operá-la. "Não havia quase ninguém que tivesse superado a curva de aprendizado do uso do robô. Era algo extremamente restrito e incipiente", lembra o urologista Rafael Coelho, um dos responsáveis por implementar o programa de robótica na instituição, após ter passado por treinamentos considerados referência no Brasil e no mundo.
Treze anos depois, o Nove de Julho conseguiu um feito inédito: tornou-se o primeiro hospital não filantrópico da América Latina a atingir o marco de 10 mil cirurgias robóticas realizadas.
Cerca de 1.200 procedimentos desse tipo são feitos dentro do hospital todos os anos, com o auxÃlio de três robôs Da Vinci, dentro de especialidades como urologia, oncologia, ginecologia e gastroenterologia.
Segundo Rogerio Reis, vice-presidente de Hospitais da Rede Américas, à qual o Nove de Julho pertence, o investimento contÃnuo em tecnologias inovadoras faz toda a diferença na jornada do paciente. "Nosso centro de robótica oferece procedimentos minimamente invasivos que resultam em menor risco, recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório", afirma.
Por trás dos números e da tecnologia de ponta, está um programa aperfeiçoado ao longo de mais de uma década, que não se restringe à aquisição de robôs com telas de alta definição e joysticks de controle milimétrico. "Oferecemos um cuidado seguro, com protocolos rigorosos, uma equipe altamente técnica e experiente, prestando atenção nos detalhes de cada etapa do procedimento cirúrgico", diz o diretor-geral do Nove de Julho, Raphael Oliveira.
Oliveira cita, como destaque, o programa de treinamento de profissionais, que recebe participantes de toda a América Latina e tem até fila de espera. "Temos a missão de ampliar e democratizar o acesso à cirurgia robótica e para isso investimos não só na expansão do uso da tecnologia, mas também na capacitação de novos cirurgiões", afirma.
Excelência no treinamento de médicos
O Nove de Julho é o primeiro hospital da América Latina a instalar uma plataforma completa de treinamento para cirurgias robóticas, composta pelos dispositivos Robotix Mentor e Lap Mentor Express, capazes de treinar o cirurgião e o assistente ao mesmo tempo, entre outras funcionalidades.
Os simuladores de última geração permitem o aprendizado em um ambiente controlado, um passo fundamental antes de operar pacientes reais, mas não são suficientes, aponta o urologista Rafael Coelho. Em sua opinião, a prática supervisionada é o diferencial da capacitação do Nove de Julho.
"No nosso curso, os médicos são tutorados por um cirurgião que já tem uma longa experiência no procedimento e na tecnologia. Não é simplesmente uma aula gravada: eles entram em cirurgia, participam do dia-a-dia do hospital e, com isso, aprendem mais rápido e otimizam os resultados", diz.
Segundo Coelho, a expertise do médico é fundamental para obter bons resultados com a cirurgia robótica, especialmente em um dos campos em que essa tecnologia é mais utilizada: no tratamento do câncer de próstata, doença que registra mais de 70 mil novos casos por ano no Brasil, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer).
Além de trazer os benefÃcios de qualquer outra cirurgia minimamente invasiva, o uso do robô para tumores de próstata reduz o risco de sequelas, como incontinência urinária e disfunção erétil.
"O cirurgião que tem expertise consegue preservar melhor as estruturas anatômicas ao redor da próstata, como os nervos que são importantes para ereção e o músculo que faz o controle urinário", explica Coelho.
Além da preocupação com a doença, a perda da qualidade de vida após a operação é um dos grandes medos dos pacientes. "É um diagnóstico assustador", afirma o industrial Jairo Soares, 68, que teve câncer de próstata há sete anos.
Ao procurar amigos que haviam passado pelo mesmo problema, ele notou a diferença dos relatos dos que foram operados por robô em relação aos que se submeteram à operação aberta ou mesmo por laparoscopia, que é menos invasiva do que a convencional.
"Muitos tinham ficado com sérios problemas ou demoraram muito a recuperar a ereção e o controle das vias urinárias. Já os que tinham feito a cirurgia robótica disseram que a recuperação foi imediata, sem sequela grave", conta.
Encorajado por esses depoimentos, ele optou pela cirurgia robótica no Hospital Nove de Julho. Acordou da sedação sem dor e rapidamente teve alta. "O único desconforto que eu sentia era a sonda urinária, mas, assim que foi retirada, fiquei ótimo."
Para Soares, o alÃvio foi duplo: além de ter se livrado do tumor, ele não ficou com "absolutamente nenhuma sequela". "Estou melhor do que antes. Antigamente, sentia dificuldade para urinar e um desconforto quando ficava muito tempo sentado, como se eu estivesse em cima de uma bolinha de pingue-pongue. Hoje, não sinto dor nem incontinência e tenho uma vida sexual normal."
Desde então, o papel se inverteu e é ele que tem sido procurado por conhecidos que descobrem um câncer na próstata. "Recebo ligações até de gente que eu não conheço, porque algum amigo indicou."
Cirurgião que operou Soares, Coelho diz que o campo vem evoluindo para procedimentos ainda menos invasivos, que utilizam uma única incisão, por exemplo.
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha