Com inúmeras e variadas aplicações, o petróleo é essencial para diversos setores da economia e indispensável no cotidiano de bilhões de pessoas. Além dos combustÃveis, o petróleo e seus derivados permitem a fabricação de mais de 6.000 produtos. Estão na lista: computadores, drones, embalagens, itens esportivos, tintas, solventes, pneus, impressoras 3D, equipamentos eletrônicos e hospitalares, produtos farmacêuticos e cosméticos.
O setor de óleo e gás tornou-se um dos mais relevantes para a indústria brasileira ao contribuir para a geração de empregos qualificados, a arrecadação de tributos e a inovação constante.
O Brasil é o 9º maior produtor mundial de petróleo, com 2,9 milhões de barris/dia, e o 8º paÃs consumidor. As atividades de exploração, produção, transporte e venda de óleo e gás devem movimentar R$ 1,3 trilhão no paÃs até 2030. Esse setor responde ainda por 15% do PIB industrial brasileiro e a cadeia completa de produção gera mais de 1,5 milhão de empregos.
No segmento de downstream, que envolve o processamento do petróleo bruto, a distribuição, o transporte e a comercialização dos derivados, como a gasolina e o diesel, os investimentos em infraestrutura e inovação são constantes para abastecer todo o paÃs.
"A logÃstica para fazer chegar combustÃveis aos mais de 5.500 municÃpios brasileiros é um dos desafios das distribuidoras, pelas dimensões do paÃs e pela infraestrutura básica, já que 65% do transporte é feito por rodovias", afirma Marcelo Bragança, vice-presidente de operações, logÃstica e sourcing da Vibra Energia.
A Vibra tem a maior rede de postos do paÃs, com cerca de 8.300 estações de serviço. Atende também mais de 18 mil clientes corporativos e 90 aeroportos. "A movimentação de combustÃveis na operação logÃstica da Vibra equivale a dar 27 voltas no planeta diariamente", diz Bragança. Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 1 bilhão na manutenção e ampliação da infraestrutura logÃstica.
A gasolina e o diesel vendidos na bomba são produtos resultantes de uma extensa cadeia produtiva. O petróleo bruto é processado em uma refinaria. Nessa etapa, o óleo passa por processos quÃmicos e fÃsicos que dão origem ao diesel A e à gasolina A.
Os combustÃveis são então vendidos à s distribuidoras, responsáveis pela aditivação, mistura, controle de qualidade e entrega aos postos. Pela legislação brasileira, cada litro de gasolina vendido deve ter um percentual de etanol anidro (27%, atualmente) e, no caso do diesel, 10% de biodiesel. Após essa mistura, os combustÃveis são denominados gasolina C e diesel B e comercializados nos mais de 42 mil postos do paÃs.
"Abastecer São Paulo é muito diferente de abastecer Manaus, por exemplo. Foi preciso criar uma infraestrutura robusta e hoje usamos muita tecnologia para suprir todo o paÃs com combustÃvel de qualidade", afirma Juliano Tamaso, vice-presidente de supply chain da RaÃzen, empresa que opera 70 bases de distribuição e abastece 7.000 postos Shell e 70 aeroportos no paÃs.
Existe uma forte competição entre as distribuidoras pelo consumidor final, mas também parceria. Em algumas regiões, as distribuidoras operam de forma conjunta, o que possibilita a redução dos custos logÃsticos.
"Implantar uma boa infraestrutura exige altos investimentos, para um produto que tem margens baixas. Por isso, é preciso escala. Com o compartilhamento dos ativos isso é possÃvel. Viagens feitas por ferrovias, por exemplo, levam combustÃveis de mais de uma distribuidora", afirma Sebastião Furquim, vice-presidente de operações da Ipiranga, distribuidora com 41 bases próprias de abastecimento e uma rede de cerca de 7.000 postos.
ALTA ARRECADAÇÃO
O setor de óleo e gás é um dos maiores arrecadadores de impostos do paÃs. Entre 2009 e 2021, gerou cerca de R$ 2 trilhões em tributos. O ICMS e os impostos federais respondem por 70% desse montante.
O setor é também um dos que mais investem em tecnologia. Só em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a previsão aponta para R$ 30 bilhões até 2026.
"O petróleo está presente hoje em inúmeros produtos e será ainda por muitos anos protagonista da matriz energética mundial", afirma Tamaso, da RaÃzen. Hoje, o setor de óleo e gás responde por 47% da matriz energética brasileira, sendo 34% provenientes do petróleo e 13% do gás natural.
Apenas com as atividades de exploração e produção, o setor tem investimentos projetados de US$ 183 bilhões, no acumulado 2022-2031; previsão de gerar US$ 622 bilhões em arrecadação e uma média de 445 mil postos de trabalho por ano.
No downstream, os investimentos devem ser direcionados para infraestrutura logÃstica, especialmente com a migração do transporte rodoviário para modais de alto volume, como ferrovias e hidrovias. Nos próximos 10 anos, as atividades do downstream devem gerar cerca de 3,7 milhões de novos empregos diretos e indiretos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
O IBP desenvolve, em conjunto com seus associados e especialistas, polÃticas e linhas de atuação para todos os setores e demandas da indústria de petróleo, gás e biocombustÃveis, em áreas como exploração e produção, gás natural, tecnologia e sustentabilidade. Por meio do trabalho desenvolvido por suas comissões técnicas, o IBP contribui ainda para o desenvolvimento de todas as áreas do segmento de downstream.
HUB DE CONTEÚDO
Produzido e mantido pelo IBP, o portal Além da SuperfÃcie reúne uma série de conteúdos sobre energia, petróleo e gás natural. O objetivo do hub é apresentar, explicar, discutir e aprofundar o conhecimento sobre o setor de óleo e gás. Com dados e informações atualizadas, o portal mostra os impactos do setor na economia, na geração de emprego e renda e na qualidade de vida das pessoas.