EMPREGO, TRIBUTOS E INOVAÇÃO

Gerador de postos de trabalho e arrecadação, setor de óleo e gás investe em tecnologia e inovação para transformar e levar derivados de petróleo aos consumidores de todo o país

Setor de óleo e gás investe em tecnologia e inovação para transformar e levar derivados de petróleo aos consumidores de todo o país

Setor de óleo e gás investe em tecnologia e inovação para transformar e levar derivados de petróleo aos consumidores de todo o país Pixabay

Com inúmeras e variadas aplicações, o petróleo é essencial para diversos setores da economia e indispensável no cotidiano de bilhões de pessoas. Além dos combustíveis, o petróleo e seus derivados permitem a fabricação de mais de 6.000 produtos. Estão na lista: computadores, drones, embalagens, itens esportivos, tintas, solventes, pneus, impressoras 3D, equipamentos eletrônicos e hospitalares, produtos farmacêuticos e cosméticos.

O setor de óleo e gás tornou-se um dos mais relevantes para a indústria brasileira ao contribuir para a geração de empregos qualificados, a arrecadação de tributos e a inovação constante.

O Brasil é o 9º maior produtor mundial de petróleo, com 2,9 milhões de barris/dia, e o 8º país consumidor. As atividades de exploração, produção, transporte e venda de óleo e gás devem movimentar R$ 1,3 trilhão no país até 2030. Esse setor responde ainda por 15% do PIB industrial brasileiro e a cadeia completa de produção gera mais de 1,5 milhão de empregos.

No segmento de downstream, que envolve o processamento do petróleo bruto, a distribuição, o transporte e a comercialização dos derivados, como a gasolina e o diesel, os investimentos em infraestrutura e inovação são constantes para abastecer todo o país.

"A logística para fazer chegar combustíveis aos mais de 5.500 municípios brasileiros é um dos desafios das distribuidoras, pelas dimensões do país e pela infraestrutura básica, já que 65% do transporte é feito por rodovias", afirma Marcelo Bragança, vice-presidente de operações, logística e sourcing da Vibra Energia.

A Vibra tem a maior rede de postos do país, com cerca de 8.300 estações de serviço. Atende também mais de 18 mil clientes corporativos e 90 aeroportos. "A movimentação de combustíveis na operação logística da Vibra equivale a dar 27 voltas no planeta diariamente", diz Bragança. Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 1 bilhão na manutenção e ampliação da infraestrutura logística.

A gasolina e o diesel vendidos na bomba são produtos resultantes de uma extensa cadeia produtiva. O petróleo bruto é processado em uma refinaria. Nessa etapa, o óleo passa por processos químicos e físicos que dão origem ao diesel A e à gasolina A.

Os combustíveis são então vendidos às distribuidoras, responsáveis pela aditivação, mistura, controle de qualidade e entrega aos postos. Pela legislação brasileira, cada litro de gasolina vendido deve ter um percentual de etanol anidro (27%, atualmente) e, no caso do diesel, 10% de biodiesel. Após essa mistura, os combustíveis são denominados gasolina C e diesel B e comercializados nos mais de 42 mil postos do país.

"Abastecer São Paulo é muito diferente de abastecer Manaus, por exemplo. Foi preciso criar uma infraestrutura robusta e hoje usamos muita tecnologia para suprir todo o país com combustível de qualidade", afirma Juliano Tamaso, vice-presidente de supply chain da Raízen, empresa que opera 70 bases de distribuição e abastece 7.000 postos Shell e 70 aeroportos no país.

Existe uma forte competição entre as distribuidoras pelo consumidor final, mas também parceria. Em algumas regiões, as distribuidoras operam de forma conjunta, o que possibilita a redução dos custos logísticos.

"Implantar uma boa infraestrutura exige altos investimentos, para um produto que tem margens baixas. Por isso, é preciso escala. Com o compartilhamento dos ativos isso é possível. Viagens feitas por ferrovias, por exemplo, levam combustíveis de mais de uma distribuidora", afirma Sebastião Furquim, vice-presidente de operações da Ipiranga, distribuidora com 41 bases próprias de abastecimento e uma rede de cerca de 7.000 postos.

ALTA ARRECADAÇÃO

O setor de óleo e gás é um dos maiores arrecadadores de impostos do país. Entre 2009 e 2021, gerou cerca de R$ 2 trilhões em tributos. O ICMS e os impostos federais respondem por 70% desse montante.

O setor é também um dos que mais investem em tecnologia. Só em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a previsão aponta para R$ 30 bilhões até 2026.

"O petróleo está presente hoje em inúmeros produtos e será ainda por muitos anos protagonista da matriz energética mundial", afirma Tamaso, da Raízen. Hoje, o setor de óleo e gás responde por 47% da matriz energética brasileira, sendo 34% provenientes do petróleo e 13% do gás natural.

Apenas com as atividades de exploração e produção, o setor tem investimentos projetados de US$ 183 bilhões, no acumulado 2022-2031; previsão de gerar US$ 622 bilhões em arrecadação e uma média de 445 mil postos de trabalho por ano.

No downstream, os investimentos devem ser direcionados para infraestrutura logística, especialmente com a migração do transporte rodoviário para modais de alto volume, como ferrovias e hidrovias. Nos próximos 10 anos, as atividades do downstream devem gerar cerca de 3,7 milhões de novos empregos diretos e indiretos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

O IBP desenvolve, em conjunto com seus associados e especialistas, políticas e linhas de atuação para todos os setores e demandas da indústria de petróleo, gás e biocombustíveis, em áreas como exploração e produção, gás natural, tecnologia e sustentabilidade. Por meio do trabalho desenvolvido por suas comissões técnicas, o IBP contribui ainda para o desenvolvimento de todas as áreas do segmento de downstream.

HUB DE CONTEÚDO

Produzido e mantido pelo IBP, o portal Além da Superfície reúne uma série de conteúdos sobre energia, petróleo e gás natural. O objetivo do hub é apresentar, explicar, discutir e aprofundar o conhecimento sobre o setor de óleo e gás. Com dados e informações atualizadas, o portal mostra os impactos do setor na economia, na geração de emprego e renda e na qualidade de vida das pessoas.