Belém é escolhida candidata do Brasil para sediar a COP 30

Governo Lula oficializa a capital do Pará para receber, em 2025, lideranças de 156 países que irão traçar as diretrizes mundiais para enfrentar as mudanças climáticas

Vista aérea da cidade de Belém, que investe em projetos para melhorar a qualidade de vida da população e tornar a cidade mais sustentável

Vista aérea da cidade de Belém, que investe em projetos para melhorar a qualidade de vida da população e tornar a cidade mais sustentável Divulgação

O Brasil quer colocar a Amazônia como protagonista na condução das discussões sobre mudanças climáticas e futuro sustentável. E como cartão de visita, o governo brasileiro escolheu a cidade de Belém, capital do Pará, como candidata a sede da COP 30, que será realizada em 2025.

O encontro promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) reúne líderes de 156 países para discutir as regras da Convenção do Clima, acordo firmado na entidade para combater o aquecimento global e suas consequências.

"Esse é o momento de a Amazônia ser lembrada como uma região importante para o futuro da humanidade. Ser pensada em uma perspectiva estratégica de futuro sustentável para o Brasil e para o mundo, tendo os amazônicos como parte dela. Queremos ser protagonistas desse projeto de futuro", afirma o prefeito Edmilson Rodrigues.

Para Belém, a indicação é uma chance de mostrar ao Brasil e ao mundo como uma metrópole pode se desenvolver e ainda manter uma relação de harmonia com a floresta e buscar qualidade de vida para sua população.

"Belém é uma metrópole amazônica com cultura e histórico políticos fortes, com universidades e centros de produção técnico-científica. Nosso bioma é rico e pode nos render um futuro virtuoso. A realização da COP é a afirmação de Belém como capital da Amazônia, como o lugar onde o mundo busca referências para pensar o futuro da humanidade", diz o prefeito.

Incrustada na porção oriental da maior floresta tropical do mundo, Belém já foi sede de diversos eventos multinacionais, como o Fórum Social Pan-Amazônico.

A COP 30, além de jogar os holofotes do mundo sobre a capital paraense, também será uma grande oportunidade para o desenvolvimento da cidade.

Os setores hoteleiro e de serviços devem receber investimentos a fim de hospedar chefes de estado, grandes empresários, ativistas e jornalistas do mundo todo.

Essa movimentação também irá gerar empregos e qualificação de mão de obra. A prefeitura, por exemplo, já investe em programas em parceria com universidades para a formação de intérpretes e guias turísticos.

"Belém já conta com uma boa capacidade hoteleira e espaços para grandes eventos. Mas tudo pode estar ainda mais bem preparado para recepcionar as milhares de pessoas que virão debater essa crise climática. Que nesses três anos possamos trabalhar para preparar esse evento com a certeza de que o governo Lula e o governo do Estado ajudarão a prefeitura nessa missão", afirma Edmilson Rodrigues.

Tecnologia e sustentabilidade

Com o objetivo de se tornar uma cidade cada vez mais sustentável e melhorar a qualidade de vida de sua população, Belém tem investido em diversos pilares de sustentabilidade.

Uma de suas principais prioridades é a infraestrutura urbana. A cidade conta com 14 bacias hidrográficas e 65 rios ou igarapés urbanos.

Saneamento básico e combate às enchentes estão entre as prioridades das obras executadas, levando em conta o respeito aos cursos d'água e buscando desenvolvimento em harmonia com os rios urbanos.

O Promaben (Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova), por exemplo, deve beneficiar mais de 400 mil belenenses de maneira direta e indireta por meio de ações e obras de infraestrutura em saneamento básico, como esgotamento sanitário, drenagem urbana e reassentamento de famílias.

Belém também investe na criação de unidades de conservação ambiental que visam a proteção e, ao mesmo tempo, permitem a exploração sustentável da flora e da fauna locais.

A prefeitura intensificou ainda o plantio de árvores e arbustos para o reflorestamento de áreas desmatadas pelo avanço da urbanização, além de fortalecer a agricultura urbana por meio de hortas comunitárias.

Os saberes ancestrais e as riquezas da floresta estão sendo valorizados por meio do projeto Farmácia Nativa, em parceria com a Universidade Federal do Pará, que produz medicamentos à base de ervas amazônicas.

"A Amazônia não é o paraíso da biodiversidade para viver no atraso. Com ciência e tecnologia podemos ajudar a usar as riquezas da floresta e os saberes ancestrais para que a região se fortaleça como pulmão do mundo, ajude no desenvolvimento de um urbanismo que respeite a natureza e impulsione o mundo a reagir às mudanças climáticas e a construir um projeto sustentável de futuro", afirma Edmilson.

A tecnologia tem sido aliada da Prefeitura de Belém. A cidade vai instalar energia fotovoltaica em suas 203 escolas (70 já estão em obras), unidades de saúde e prédios públicos.

A frota de ônibus será gradualmente trocada por veículos movidos a energia elétrica.

A capital paraense também criou o projeto Belém Inteligente em que a cidade age como mobilizadora e incentivadora de projetos de inovação tecnológica, criando as condições necessárias para seu desenvolvimento.

O programa conta com cinco eixos principais: gestão inovadora, economia inovadora e criativa, territórios verdes, educação empreendedora e cidadania participativa.

Entre os projetos que já começam a dar frutos estão ações de regularização fundiária, implantação da plataforma Agiliza Belém, que facilita acesso aos serviços oferecidos pela prefeitura, e a lei municipal do 5G, que regulamenta a instalação de antenas, entre outras.

Social

A criação de condições para uma vida sustentável a toda a população integra o rol de prioridades do governo belenense.

Além das obras de melhoria de infraestrutura urbana, o município criou o programa Bora Belém que oferece R$ 450 de auxílio a famílias em vulnerabilidade social.

Até dezembro de 2022, 17.164 famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza haviam sido inscritas.

A prefeitura tem investido na reforma de unidades de saúde e na atenção básica por meio de programas de medicina da família.

Na educação, tem a meta de entrar em 2025 como a primeira capital do país a erradicar o analfabetismo.

Objetivos ambiciosos que mostram como a capital paraense tem se movimentado em busca de sustentabilidade e desenvolvimento que assegurem um futuro construído em busca do bem-estar da população e da harmonia com a floresta.