A Rede D’Or e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) investiram R$ 80 milhões na anatomia patológica e na biologia molecular, viabilizando a abertura do novo laboratório de patologia molecular: com alguns equipamentos únicos na América Latina, ele analisa o código genético do tumor dos pacientes, orientando para um tratamento mais efetivo.
Para ter maior acesso a estes exames, o paciente do Brasil enfrentava barreiras. Uma das maiores era a logÃstica. "As amostras (dos tumores), na maioria das situações, iam para laboratórios nos Estados Unidos, e os laudos demoravam, em média, de três a quatro semanas. Se houvesse alguma imprecisão, todo o processo seria reiniciado", explica Fernando Soares, diretor médico da Anatomia Patológica da Rede D’Or e membro do comitê de classificação de tumores da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A internalização e a automatização dos processos são os principais diferenciais do novo laboratório. "Com essa transferência de tecnologia, adquirimos total controle dos exames. Os diagnósticos são mais rápidos, qualquer problema com a amostra coletada é prontamente identificado e resolvido. As equipes de oncologia, patologia e outras especialidades trabalham o tempo todo em conjunto, discutindo a conduta terapêutica adequada às necessidades individuais do paciente", acrescenta.
Um dos exames inéditos mais aguardados, que a Rede D’Or passa a ter estrutura para realizar, é a pesquisa de Doença Residual MÃnima (DRM) no teste de biópsia lÃquida, cujo resultado pode demorar até 45 dias no exterior. O exame permite detectar precocemente a presença de um genoma tumoral na circulação sanguÃnea e suas mutações mais frequentes.
"O ganho de tempo é crucial para o paciente oncológico. É um orgulho fazer parte do primeiro laboratório brasileiro a oferecer os mais avançados testes moleculares para o direcionamento individualizado da terapia contra o câncer, e de forma integrada a uma rede hospitalar", afirma Soares.
"Os resultados de avaliação molecular dos pacientes serão mais rápidos, o que fará com que os tratamentos sejam iniciados mais precocemente, melhorando ainda mais as chances de desfechos favoráveis. Com um laboratório de Patologia Molecular de alto nÃvel integrado à Oncologia D’Or, estamos prontos para oferecer uma seleção cada vez mais precisa dos melhores tratamentos aos nossos pacientes", afirma Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or e pesquisador do IDOR na área de Oncologia.
O laboratório de patologia molecular está preparado para atender os 73 hospitais e 55 clÃnicas oncológicas da Rede D’Or. O investimento inclui tecnologias que serão utilizadas em pesquisas sobre o câncer, conduzidas por pesquisadores que atuam no IDOR, em prol de desenvolver diagnósticos mais precisos para o câncer, impulsionando a ciência brasileira e beneficiando a sociedade.
"Nos últimos anos, o IDOR tem se firmado como um dos principais centros de pesquisa clÃnica e translacional no nosso paÃs e na América Latina. É muito importante que instituições privadas como a Rede D’Or tenham essa participação no desenvolvimento de conhecimento médico. E, com os recursos oferecidos pelo laboratório de patologia molecular, estaremos ajudando toda a sociedade", diz Hoff.
Tratamento personalizado do câncer
Você já deve ter ouvido a expressão "nenhum câncer é igual a outro". Ainda que pareçam iguais, os tumores se comportam de forma diferente em cada pessoa, tanto na sua progressão como na resposta ao tratamento.
Um dos motivos para essas diferenças está na genética. Por isso, conhecer as caracterÃsticas mais profundas de um câncer é a base para a escolha da terapia mais eficiente, em uma perspectiva de medicina personalizada.
"Na medicina de precisão, o tratamento não é direcionado somente à doença, mas à s caracterÃsticas moleculares do tumor. Ao estudá-lo em nÃvel genético, é possÃvel identificar suas mutações especÃficas e saber a quais medicamentos o paciente responderá melhor, com base nas alterações genômicas encontradas", explica Fernando Soares.
"O tratamento oncológico evoluiu nos últimos anos com foco na personalização. Com o auxÃlio da Patologia Molecular, podemos selecionar uma terapia que atue predominantemente sobre as células tumorais e preserve as células normais, evitando os efeitos colaterais indesejáveis nos pacientes", complementa Paulo Hoff.
Confira as contribuições dessa tecnologia para cada etapa do tratamento do câncer:
- Diagnóstico: permite identificar, de forma mais precisa, o tipo determinado de câncer de cada paciente.
- Tratamento: os testes moleculares são a base para a indicação de tratamento com drogas mais modernas, como as imunoterapias. Essa modalidade de tratamento tem como base a reativação da resposta imunológica do paciente e melhora a capacidade do sistema imune de reconhecer e destruir células tumorais.
- Monitoramento de resposta ao tratamento: a análise molecular pode detectar a presença mÃnima residual de células de câncer após a terapia aplicada. Isso ajuda a determinar se o tratamento está sendo eficaz ou se é necessário modificar a estratégia terapêutica.
"A Genômica Molecular aliada às inovações na saúde digital, análise de imagens e ciência de dados estão revolucionando o atendimento à saúde. Ao investir nessas tecnologias, a Rede D’Or impulsiona a oncologia de precisão na América Latina"