Quem quer se destacar no mercado de trabalho precisa ter como premissa a aprendizagem contínua (lifelong learning). Claro que uma graduação já é um bom começo, e uma pós-graduação, um grande diferencial. Mas os cursos de extensão universitária também são uma boa oportunidade de aperfeiçoamento, especialização e aquisição de novos conhecimentos.
Diferentemente de outros tipos de curso, eles não exigem a graduação em curso superior como pré-requisito para a matrícula – ou seja, tanto graduados quanto alunos em formação podem fazê-los. Basta o candidato atender aos pré-requisitos.
Segundo Elias Roma Neto, coordenador de projetos educacionais do ensino superior do Senac, um marco regulatório, previsto para entrar em vigor em até dois anos, deve valorizar a modalidade, que hoje segue a Lei 9.394/96, de diretrizes e bases da educação: “A extensão é uma oportunidade rápida e mais barata de você investigar, se aprofundar ou voltar para o mercado”.
E muita gente vem fazendo isso. No Senac, são mais de 400 cursos em 15 áreas. “Há engenheiros estudando gastronomia, e profissionais das áreas de exatas em busca de cursos rápidos de TI (tecnologia da informação) para aumentar as chances de conseguir um trabalho ou até mesmo de iniciar uma prestação de serviços”, exemplifica Roma Neto.
A duração é variável: podem ser realizados em uma semana ou em vários meses. Além disso, há opções presenciais, EAD ou híbridos. Ao fim do curso, não há TCC (trabalho de conclusão de curso), mas um acompanhamento acadêmico que permite acompanhar o desempenho do aluno, definido pela instituição de ensino. E, em vez de diploma, o aluno recebe um certificado.
“O grande objetivo da extensão é você se aperfeiçoar ou investigar um determinado assunto”, ressalta o coordenador do Senac. “Mas, de forma prática, nos dias de hoje, é um caminho rápido e de baixo investimento para você se manter ou voltar ao mercado ou até mesmo galgar degraus na sua atividade.”
Para Wilma Dal Col, diretora do ManpowerGroup, os cursos de extensão universitária são importantes para o crescimento e o desenvolvimento profissional, mas ganham relevância quando permitem experiências práticas para entender as potencialidades de aplicação dos conceitos e tecnologias aprendidos. “Eles se tornam um diferencial no currículo quando agregados à capacidade de análise crítica de poder trazer novas ideias e trabalhar de forma colaborativa”, diz.
Por isso, segundo ela, é importante que os alunos busquem implementar o aprendizado na própria instituição ou em algum trabalho voluntário em uma comunidade ou ONG (organização não governamental), “para que pratiquem o desenvolvimento das soft skills (competências comportamentais) para um bom desempenho profissional – o que as empresas têm buscado muito”.