Uber amplia medidas de segurança, e cresce nas periferias das grandes cidades

Emiliano Capozoli/Estúdio Folha
A assistente administrativa Cristiane Katrip, usuária da Uber

O farmacêutico Victor Aparecido Palmero, 30, costuma usar o transporte público para transitar pela cidade de São Paulo. Mas, à noite, tem evitado andar por alguns trechos que considera mais perigosos na região onde mora, no Jardim Bonfiglioli, na zona oeste da capital paulista.

"Caso tenha de passar por alguma rua mal iluminada, prefiro pegar o Uber mesmo para percorrer trechos curtos, geralmente de menos de um quilômetro", afirma Victor. Segundo ele, são vários os relatos de assaltos em seu bairro. Só no mês de fevereiro, foram registrados 11.622 roubos na cidade de São Paulo, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado.

A cerca de 1.150 km de Victor, a dona de casa Gorete da Silva Machado, 58, também tem optado pela Uber para se deslocar do Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre, até mesmo a bairros próximos de sua casa. "Os ônibus aqui demoram muito, e prefiro ir de Uber. Fico em um lugar seguro aguardando o carro chegar e vou acompanhando tudo pelo celular. Estão ocorrendo muitos assaltos nas paradas e até mesmo dentro dos ônibus", afirma.

Por carência de alternativas de transporte público ou por questões de segurança, Victor, Gorete e milhares de pessoas, principalmente aquelas que moram fora do chamado centro expandido das grandes cidades, têm optado pela Uber para realizar suas viagens ou até mesmo apenas para completá-las.

Dados da própria Uber apontam que o crescimento do uso do aplicativo nas grandes cidades tem sido impulsionado pela adesão de usuários que moram nas regiões mais afastadas do centro. Em São Paulo, por exemplo, a Uber afirma que o número de viagens na periferia cresceu cinco vezes mais em 2017 em relação ao ano anterior. Em Porto Alegre, o crescimento foi ainda maior - 12 vezes.

"Há uma demanda reprimida muito grande nessas regiões. Quem está no centro normalmente tem mais opções de transporte público, como ônibus e metrô em algumas capitais, mas quem está fora da região central nem sempre tem tantas alternativas. Os aplicativos, como o da Uber, acabam sendo complementares ao transporte público, levando uma opção de mobilidade às regiões menos assistidas", afirma Fabio Plein, gerente-geral da Uber para São Paulo e Região Sul.

A assistente administrativa Cristiane Katrip Enumo, 47, concorda. Quando está sem carro, ela recorre à Uber para ir de casa, na Vila Curuçá, em Santo André (região do ABC paulista), ao trabalho, na rua Augusta, centro da capital paulista. "Para chegar à estação de metrô Tamanduateí, tenho de pegar um ônibus e o trem e acabo levando 50 minutos. De Uber, chego até a estação em 20 minutos", afirma.

Andriele Soares Carneiro, 20, estudante de direito, vai de Uber quando está atrasada para ir de sua casa, em Pirituba, ao trabalho, na Vila Leopoldina, ambos na zona oeste da capital paulista. "De ônibus, levo uma hora. De Uber, 20 minutos", compara. À noite, não há dúvida. "O ônibus não passa na rua da minha casa, e alguns trechos por aqui perto são muito perigosos. Só vou de Uber, e nunca tive problema."

SEGURANÇA

Segurança tem sido prioridade para a maioria das pessoas, não só na rua mas também dentro de um veículo. Por isso, a Uber investe em tecnologia para proporcionar mais segurança tanto para o passageiro quanto para o motorista.

"As novas tecnologias têm permitido à Uber aprimorar constantemente a segurança dos seus serviços de ponta a ponta: nossas ferramentas começam a oferecer proteção antes mesmo de o passageiro embarcar, continuam atuando durante e até mesmo depois da viagem. Mas nem sempre as pessoas estão cientes disso", afirma Plein.

Um exemplo é o cadastramento das pessoas no aplicativo: todos os motoristas parceiros cadastrados na Uber passam por uma checagem de antecedentes criminais, nos termos da lei, realizada por empresa especializada.

A partir dos documentos fornecidos para registro na plataforma, a empresa consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o país, em busca de registros de crimes ou infrações que possam ter sido cometidos antes do profissional começar a dirigir utilizando o app. Além disso, o candidato a motorista precisa ter carteira de habilitação com licença para exercer atividade remunerada e os carros precisam ser cadastrados com a apresentação de Certidão de Registro e Licenciamento do Veículo do ano corrente. Cerca de 90 mil dos que tentaram se inscrever como parceiros foram reprovados no processo de verificação de segurança da Uber.

O usuário, por sua vez, também tem seu perfil analisado. As informações que ele fornece sobre seu cartão de crédito são conferidas junto às instituições financeiras. Já quem opta pelo pagamento exclusivamente em dinheiro tem de fornecer outras informações, que são checadas na Receita Federal.

A confirmação dos dados é apenas uma das medidas de segurança da Uber. No ano passado, a empresa investiu R$ 200 milhões na criação de um centro de excelência, para melhorar o suporte técnico tanto dos passageiros quanto dos motoristas. A Uber, diz Plein, acredita que todos têm direito de ir e vir da maneira que quiserem - e de fazer isso em um ambiente seguro.

Estúdio Folha/Divulgação