O cenário da produção rural no Brasil é promissor em 2023. A expectativa de todos os atores envolvidos no processo é de retorno para investidores, aumento da ocupação e da renda dos trabalhadores e mais alimentos na mesa da população.

Produtores rurais trabalham com a perspectiva de bons preços da carne e de uma coleta de grãos 8,6% maior no Nordeste em relação à safra passada.

Aliado a esse crescimento, o Banco do Nordeste (BNB) anunciou que irá aplicar R$ 20 bilhões no Plano Safra 2023/2024, valor que representa um aumento de 33% sobre o montante investido em 2022/2023.

"Vivemos um bom momento para realizar investimentos no campo. Existem indicadores que mostram o crescimento da atividade e a determinação do Governo Federal em promover a produção de alimentos saudáveis, aumentar a renda dos produtores rurais e reduzir a pobreza e o êxodo rural", explica o presidente do BNB, Paulo Câmara. "Por isso, o Banco do Nordeste está focado em agilizar os processos e incentivar a produção do pequeno e do grande produtor rural", completa.

O bom momento citado pelo executivo se baseia em dados técnicos. Segundo avaliação do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), a estimativa é que a demanda global por carne bovina cresça puxada, principalmente, pela China.

A produção de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas também deve apresentar alta, ainda segundo o Etene, com a coleta de mais de 25,8 milhões de toneladas no Nordeste na safra atual –alta de 8,6% em comparação a 2022/2023.

Com esses dados em mãos, o setor agropecuário se prepara para avançar e aproveitar essa janela de oportunidade. A tendência é que os profissionais e as empresas que trabalham com plantio, coleta, transporte e revenda de grãos aumentem seus investimentos neste ano.

"O crescimento na expectativa da safra de 2023 é explicado não só pela expansão da área plantada como também pela melhoria da produtividade, a exemplo do que ocorre nas principais culturas como soja, milho e feijão", explica a pesquisadora do Etene, Hellen Saraiva Leão.

Segundo ela, para acompanhar o bom momento no mercado e obter resultados positivos, o produtor precisa investir em adaptação de técnicas e na melhoria da produtividade.

É justamente esse o ponto de atenção do Banco do Nordeste, explica o superintendente de Agronegócio e Microfinança Rural, Luiz Sérgio Farias Machado. O uso da tecnologia é muito importante para a obtenção desse salto de qualidade.

"Quando se agrega tecnologia e inovações à produção, os ganhos para os produtores são imensos. Por isso, estamos incentivando a adoção de tecnologia e de respeito aos conceitos de sustentabilidade. Nós financiamos da compra de celular para o pequeno agricultor utilizar aplicativos de gestão até a geração de energia solar no campo e as colheitadeiras autônomas orientadas por GPS", explica Machado.